terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Inacreditável. Alcione Saliba estaria voltando.

Há tempos se fala na reforma do secretariado do governador Beto Richa. Isso se deve fundamentalmente à derrota que o governo levou nas últimas eleições municipais, quando Luciano Ducci, o seu candidato, nem sequer chegou ao segundo turno. A reforma visa melhorar a imagem do governo e pretende basicamente incorporar mais o PMDB em seu governo. Ainda mais que Requião foi alijado do processo, com a sua derrota interna, nas eleições para o Diretório do PMDB. Sem Requião o PMDB pode cumprir mais facilmente a sua vocação adesista e fisiológica.

Mas não é só isso. O governador estaria insatisfeito com o secretário da educação, Flávio Arns, especialmente, em função da anunciada greve dos professores da rede pública estadual, para o dia 13 de março. Época de reforma de secretariado sempre é um tempo de muitos boatos e um deles é o de que Alcione Saliba voltaria a ocupar a pasta da Secretaria da Educação, cargo por ela ocupado, no segundo governo de Jaime Lerner. Jaime Lerner foi o maior governo neoliberal da história do Paraná e o desmonte público só não foi maior, por causa da mobilização do povo paranaense, em geral (Lembrem o caso da venda da COPEL) e dos professores, pelo seu sindicato, na questão da educação, em particular.

O tempo de Saliba na secretaria foi de beligerância total. A todo custo quis implantar a terceirização na escola. Até mesmo os professores não seriam mais funcionários públicos. Os professores seriam  contratados e administrados por uma empresa privada e, adeus plano de cargos, salários e carreira. Dos funcionários então, nem se fala. O mesmo com a merenda e... Os diretores perderiam a sua função pedagógica e seriam treinados, uma das palavras preferidas, (Vejam os animais treinados - como ficam dóceis) para serem gestores educacionais, isto é, seriam treinados para gastar menos dinheiro com a educação pública, ou então, o arrecadariam junto à comunidade.

Se Beto Richa quis declarar guerra  aos professores, se quis implantar um regime de terror nas escolas, ele não poderia ter se saído melhor. Imagina se esses boatos se confirmarem. Estaria Beto Richa querendo tirar Álvaro Dias de seu pedestal, de "querido dos professores" e ter um 30 de agosto, ano a ano comemorado para nunca ser esquecido. Álvaro Dias praticou a violência física contra os professores, mas a violência simbólica que Beto está promovendo é infinitamente maior, e para isso, até mesmo este boato já é suficiente.

É desnecessário lembrar o que essa representante do Banco Mundial quis fazer com educação pública do Paraná, junto aos professores que viveram a sua gestão, mas é preciso alertar os mais novos.

Deixo aqui para os professores refletirem, especialmente, na semana pedagógica que antecede o ano letivo sobre os projetos que o neoliberalismo tem para a educação. O grande intelectual orgânico do neoliberalismo em educação é o Banco Mundial. Creio que todos sabem o que é um banco e quais são os seus mecanismos de funcionamento. Só esta concepção já basta, para saber que um banco não é a melhor instituição para definir os objetivos e rumos da educação.
A Bíblia do neoliberalismo, onde é pregada a destruição da educação pública.

O Banco Mundial, por sua vez, copiou as suas propostas de Milton Friedman. Em seu livro, Capitalismo e Liberdade, existe o capítulo VI,  "O Papel do Governo na Educação", onde estão contidos todos os mandamentos da destruição, isto mesmo, da destruição da educação pública. Ele defende que todas as escolas sejam particulares e as crianças pobres receberiam então vauchers, para estudarem nas escolas particulares. É para isso que se calcula o custo/aluno e é por isso que são feitos os famosos rankings, para  que ninguém escolha uma escola ruim para os seus filhos. A competição faria com todas as escolas fossem boas... A competição jamais traria exclusão. Seria uma sociedade só de vencedores, sem os perdedores. E vai por aí o blá...blá...blá...
O capítulo VI, a famosa cartilha de como destruir a educação pública

Convoco os professores para alerta máximo, de perigo total à vista. É mais fácil lutar agora, para que ela  não seja nomeada do que lutar depois, para tirá-la da função. Os filhos das classes trabalhadoras, que na educação pública, tem o seu grande instrumento de formação, ficarão muito agradecidos, se não forem submetidos a esta tragédia anunciada. Também é bom lembrar ao governo, que Jaime Lerner perdeu as eleições, depois de manter esta senhora na secretaria. Ou o governador teria tomado gosto por derrotas eleitorais!

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