segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Conferência Intermunicipal de Educação de Umuarama.

Voltar a Umuarama, para mim, sempre é motivo de grande satisfação. Lá, recém formado, cheguei em 1969, dando aulas no então Colégio Estadual de Umuarama, na Escola Normal  e no coleginho das irmãs. Em 1972, comecei a lecionar na atual Unipar, que se instalou em Umuarama neste mesmo ano. A minha construção pessoal se deu neste entorno e, lá permaneci até 1993 e em 1995 me desvinculei completamente da cidade, pelo menos, nos meus vínculos de trabalho.

Em Umuarama também me casei e ali nasceram os meus quatro filhos. O mais velho, o Alexis, inclusive, nasceu no dia do aniversário de fundação da cidade. Até aproveitei a oportunidade para tirar uma foto da igreja matriz de São Francisco, que segue aqui publicada. Em Curitiba fiquei na diretoria estadual da APP-Sindicato, fiz o mestrado na PUC/SP.e lecionei por mais treze anos na Universidade Positivo, aqui em Curitiba. Em julho do ano passado encerrei as minhas atividades de professor, após 43 anos de atividades em sala de aula. Hoje exerço o verdadeiro tempo livre, categoria sobre a qual gosto muito de falar, talvez porque dele, do tempo livre, eu tenha usufruído tão pouco ao longo de minha vida.
Vista da igreja matriz de São Francisco, na cidade de Umuarama.

Senti uma profunda nostalgia no restaurante do Pedromiro. Uma geração inteira rodou. Ali encontrei muito poucas das pessoas com as quais eu convivi tão prazerosamente. Uma geração completamente nova nos substituiu. O mesmo aconteceu na fala que fiz na Conferência. O que mais ouvi dizer foi a de que tinham satisfação em conhecer àquele, de quem tanto tinham ouvido falar. Em todos os casos, foi um dia em que vivi muitas emoções e tive muitas reminiscências.

Quanto a Conferência saiu tudo de acordo com o programado. Particularmente, em razão da fala, não gostei do local da realização da Conferência, um espaço muito dispersivo. A Conferência foi realizada num dos espaços da Unipar. Também várias autoridades da cidade se fizeram representar. A Conferência foi intermunicipal, tendo Umuarama como anfitriã, e que contou com a participação de Maria Helena. Quero deixar aqui registrado, que o seu prefeito, o Dr. Elias, participou inclusive da palestra, o que raramente acontece. Normalmente se retiram, após desfeita a mesa das autoridades.
A fala da secretária de educação de Umuarama, professora Cláudia, junto com a mestra da cerimônia.

Também não posso deixar de registrar a antipática atitude tomada pela Unipar, em não permitir o acesso dos participantes da Conferência, em seu pátio de estacionamento, o que causou a indignação de muitos dos participantes. O fato também representou uma profunda contradição, uma vez que a Conferência é um espaço público por excelência. Mas, paciência. Ela se realizou numa propriedade particular. Pode estar embutida nesta atitude, também a ideia da realização de um evento menor. O guardião aparentava rara felicidade no exercício de sua função. Exercer função...

Entre o espaço da mesa das autoridades e a mesa da fala, houve duas apresentações artísticas, que achei fabulosas. Foram uma demonstração clara de que a educação para a arte e para a sensibilidade ainda não acabou, embora toda a neura em torno da quantificação de seus resultados. Os maiores resultados da educação sempre serão o intangível, que foge a todas as metrificações e mensurações. Me comoveu demais, um trio que se formou com uma criança bem branquinha, uma bem negrinha e uma terceira bem mulatinha. Um retrato vivo do Brasil, na superação de preconceitos.
Para mim esta é a IMAGEM que levei desta Conferência. O Brasil na superação de seus preconceitos. Eixo II, da diversidade.

Na mesa das autoridades, quero registrar dois destaques. A fala da secretária da Educação de Umuarama, professora Cláudia, pelo uso da palavra pertencimento, no sentido de que os resultados da Conferência nos pertenceriam, não nos seriam estranhos ou alheios. O segundo destaque vai para o professor Lemos, que representou tanto a Assembléia Legislativa, quanto o Fórum Paranaense em Defesa da Escola Pública. Fala precisa, concisa e bem posicionada.

Quanto a minha intervenção, como destaquei na abertura da fala, eu versei sobre democracia (aproveitei a ideia do pertencimento), sobre direitos e sobre educação. Especialmente sobre as possibilidades e dificuldades de uma educação de qualidade numa sociedade dividida em classes. Assim como a sociedade apresenta uma estrutura dual, assim também não haverá uma escola única. Ela sempre se fará dual. Apenas para  lembrar, uma rede PP e outra SS. Primária e profissional para os trabalhadores e secundária e superior para a burguesia. Falei de Brasil, interligando direitos, educação e cidadania. Um Estado de bem-estar ou um Estado de mal-estar. O wellfare state ou o warfare state. Confrontamos ainda as visões de mercado e de Estado/Nação, que dividem o cenário de disputas políticas no país e, obviamente, as repercussões destas concepções sobre a educação.
Um flagrante do registro dos participantes da Conferência.

Até sobrou um pequeno espaço para um pequeno debate, mais precisamente, para três intervenções. A tarde foi tomada pela discussão em torno dos eixos temáticos e da apresentação dos relatórios na plenária final. Para situar leitores não professores, estes debates estão ocorrendo em todo o Brasil e tem o caráter preparatório para a realização da Conferência Nacional de Educação em fevereiro de 2014. O tema central da Conferência é:  O Plano Nacional de Educação na articulação do Sistema Nacional de Educação -  Participação Popular, Cooperação Federativa e Regime de Colaboração. A todas as pessoas envolvidas na organização do evento, deixo registrado o agradecimento pela oportunidade que me proporcionaram para a participação do mesmo.

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