segunda-feira, 24 de junho de 2013

A Conferência Municipal de Educação de Mandaguari.

Para a Conferência Municipal de Educação de Mandaguari eu não estava escalado. Quando após a participação na Conferência de Bandeirantes eu estava descansando no hotel, chega o telefonema, comunicando que o palestrante escalado para Mandaguari falhara e, junto vem a solicitação da possibilidade de substituí-lo. Como o Núcleo Sindical da APP de Cornélio Procópio cuidaria da logística, não vi problemas em atender a solicitação.

Gosto muito de ir a Mandaguari. Lá vive uma pessoa maravilhosa, amiga há mais de 20 anos. Trata-se de Maria Inês Teixeira, presidente do Núcleo Sindical da APP, naquela cidade e, uma das responsáveis pela organização da Conferência. Onde a Maria Inês está presente, nunca está ausente o Cuidado. Ela organiza tudo e o seu olhar e o seu toque estão sempre presentes.
Na abertura da Conferência, a apresentação da Orquestra de Viola Caipira de Marialva.

O toque especial da Maria Inês fez com que os participantes do Congresso fossem brindados com uma magnífica apresentação da orquestra de viola caipira da cidade de Marialva. A orquestra, além das muitas violas, estava enriquecida com a participação de três gaiteiros, de um violino, de percussão e de vocal. Entre as músicas constaram a Cabocla Tereza e Na Casa de Mané Pedro, que, se eu não fosse tão tímido, eu diria que ela é meio autobiográfica minha, naquela passagem que diz: "Eu fiz as velhas chorar - e as moças sentir paixão". Mas isso foi naqueles tempos... Com tantas maravilhas de raízes de nosso Brasil... - na nossa televisão, tanto lixo da indústria cultural. Marialva conta com uma verdadeira maravilha. A cidade está de parabéns.

Mandaguari é uma histórica e tradicional cidade do norte do Paraná, contando com algo em torno de 33.000 habitantes. Na mesa de autoridades estiveram presentes, o seu prefeito municipal, Romualdo Batista e sua esposa, o deputado estadual  Ênio Verri, a secretária municipal de educação, Adenise Batista Rodrigues, entre outras. Todas as falas convergiram para o tema da educação e da importância da participação na Conferência. O cerimonial do evento, digamos, foi extremamente cerimonioso. Leu o nome de listas infindáveis, quase tão compridas quanto a lista telefônica de Mandaguari, de autoridades municipais de educação, mas não presentes ao evento. Se perdeu bastante tempo.
Mesa das autoridades da Conferência de Mandaguari.

Quando da minha intervenção, na qualidade de palestrante, eram já quase 10:00 horas e muita gente já se tinha retirado, mas os que sobraram ficaram atentos até o final da fala. Da mesma forma, como na minha participação em outras Conferências fiz referência à democracia, aos direitos humanos, à educação como um direito. Num segundo momento abordamos o Estado brasileiro e a sua participação na efetivação dos direitos, mostrando que isto é algo muito recente. Historicamente o Estado sempre foi hostil ao seu povo, e isto ficou evidenciado em momentos históricos como a abolição, ao não integrar os negros na sociedade, na república velha, quando questões sociais eram tratadas como questões policiais e mesmo em tempos mais recentes, quando, contra o povo as instituições do Estado foram golpeadas e quando tentaram transformar o Estado/Nação/Pátria em um mero mercado emergente, dele abstrair o tempo, o seu território e o seu povo.
Panorâmica dos participantes da Conferência Municipal de Educação de Mandaguari.

Ainda fizemos uma diferenciação entre os anos 90 e os anos 2000, tanto na visão política econômica, quanto nas questões educacionais. Destacamos que a Lei de responsabilidade fiscal é uma lei do Estado mínimo, do Estado que se julga nada dever a ninguém, que os direitos da cidadania são encontrados no mercado, para serem comprados e que, em tempos que o Estado se volta para a cidadania, esta lei deve ser substituída por leis de responsabilidade social, de saúde e de educação. Destacamos ainda a iniciativa da convocação das Conferências de Educação preparatórias para a grande Conferência Nacional de Educação (CONAE - 2014) para a elaboração do Plano Nacional de Educação e do Sistema Nacional de Educação, este, pela primeira vez na história de nosso país. A nossa participação nos leva à ideia do pertencimento destas diretrizes, uma vez que foram construídas com a nossa participação.

A Conferência de Mandaguari iniciou no dia 20 de junho e se alongou por todo o dia 21, com a discussão dos eixos temáticos e a realização da plenária final. A sessão de abertura da Conferência também contou com a participação dos dirigentes da APP.-Sindicato, que se encontravam na região, para no dia seguinte participarem de Conferências na região.Assim estavam presentes, o professor Edilson, o Valdevino e o Paixão. Também a participação do Ensino Superior de Mandaguari merece destaque todo especial na realização desta Conferência.
Após a cerimônia de abertura, um belo jantar em companhia de pessoas maravilhosas..

Ainda fomos agraciados com um belo jantar encomendado pela professora Maria Inês, com um belíssimo cardápio que constava de costelinha de porco e mandioca frita, além de maravilhosos filés, que compunham os pratos principais. As cervejas estavam vestidas de noiva, de tão geladas que estavam.  Fui dormir já de madrugada, 2:30 horas, para levantar cedo e participar de mais uma Conferência, desta vez na simpática cidade de Nova Fátima. 

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