sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Diário de uma Viagem. Pisa - Cinque Terre - Gênova.

Hoje perdemos o nosso guia, o Pello, o basco. Uma pena. Ficou conosco apenas por uma dia. Voltou o Samuel, que já conhecíamos, pois, nos levara para Capri, Sorrento e Salerno. Daqui para frente lotação completa. Isso significa 62 pessoas no ônibus. Creio que conseguem imaginar a dificuldade do guia, especialmente na manutenção dos horários.
Começamos o dia o bem cedo, em Pisa. Não é distante de Florença. Ainda sobre Florença, uma nota curiosa. Lá se come pão sem sal. Existe uma explicação histórica para isso. Siena, a cidade rival, cortou para Florença o fornecimento de sal e eles se acostumaram a comer pão sem sal.
A primeira foto que tirei em Pisa. Por coincidência, este é o cenário mais clicado do mundo.

A visita para a cidade de Pisa, quase cem mil habitantes e famoso centro universitário, é relativamente fácil de fazer. As atrações se localizam quase todas num único lugar, o Campo dei Miracoli. Paramos num estacionamento e fomos a essa praça num trenzinho. Evidentemente que a torre inclinada é o centro de todas as atenções. Ela começou a ser construída em 1173 e devido a problemas de cálculo e o solo arenoso ela começou a se inclinar já desde esta época. A sua inclinação sofreu uma intervenção de engenharia, entre os anos de 1993 e 2001e hoje a sua inclinação, ou o seu deslocamente é de 3,9 metros. Sua altura é de 56,70 metros. Ela é o campanário da catedral.
A segunda foto que tirei em Pisa. O batistério da catedral de Pisa, ao lado da famosa torre.

Como chegamos bem cedo não encontramos nada aberto. Isso ajudou a não nos dar a tentação de subir as escadarias da torre. Ao redor da praça estão inúmeras tendas de souvenirs. Nela são encontradas torres de todos os tamanhos. Outro souvenir muito frequente é o do Pinóquio. A sua história é relativamente recente e o autor das suas aventuras, é um toscano. O livro é de 1883.
Vista de frente da catedral e de uma panorâmica do Campo dei Miracoli em Pisa.

O trenzinho nos levou de volta ao ônibus e seguimos adiante para a nossa próxima atração. O Parque Nacional Cinque Terre, declarado Patrimônio da humanidade pela Unesco. Com isso estávamos deixando a região da Toscana e entrando na Ligúria, mas como aprendi com os guias, nunca se deve comparar as diferentes regiões italianas. Cada uma tem a sua beleza própria.
Enquanto isso o guia nos falava dos mármores de Carrara, ainda na Toscana. São os famosos mármores brancos que já haviam provocado a admiração dos romanos, que os usaram para a construção do Panteão e que foram imortalizados com as esculturas de Miguel Ângelo. Eles são encontrados numa área de 71 quilômetros quadrados e longe de estarem se esgotando. São trocados especialmente por petróleo.
Mais adiante passávamos por Pistóia, a cidade italiana da produção de produtos bélicos, próximo da região de Monte Castelo, onde se travaram pesadas batalhas na Segunda Guerra Mundial, com a participação brasileira.
Mas enfim chegamos a Cinque Terre. De novo largamos o ônibus e seguimos de trem. As cinco comunidades estão interligadas por um trem, o que faz a linha entre as cidades de Gênova e La Spezzia. O ônibus nos pegaria mais adiante. Um encanto. Como os estados já tiveram poder de investimento!
Os Cinque Terre são cinco comunidades incrustadas na montanha. Se as favelas do Rio não fossem tão caóticas, daria para fazer uma comparação.
Vistas de uma das comunidades que forma as Cinque Terre.

Essas comunidades vivem das atividades ligadas ao turismo, à pesca e, é verdade, da agricultura. esta é praticada em terraços agricultáveis.
Os terraços agricultáveis em Cinque Terre.

Toda a acessibilidade entre os moradores desses povoados é feita pelo trem, ou então a pé. Outra pergunta quando se está numa dessas comunidades logo surge. O que comer? A resposta é óbvia. O que vem do mar. Ali se come é peixe e, provavelmente, peixe recém pescado.
E na hora de almoçar? Peixe.

Deste encantador lugar seguimos viagem para Gênova, a capital da Ligúria. É o porto pelo qual saem os produtos industrializados do rico norte italiano e entra especialmente o petróleo necessário ao país. O porto tem em Marselha o seu grande rival, embora historicamente, a república de Veneza sempre fosse a sua grande inimiga. Também é um grande centro industrial, bem como uma cidade universitária.
Uma vista do centro histórico da cidade de Gênova.

A sua localização estratégica, fez da cidade um local sempre em disputa. Por aí andaram os gregos, os romanos, os cartagineses e segue por aí. Só que a cidade ganhou maior importância com as cruzadas e com o início dos tempos modernos. Foi um importante centro de passagem dos cruzados e ali ficaram muitas das riquezas por eles amealhadas (que termo suave). Gênova é também a cidade natal de Cristóvão Colombo.
A casa em que nasceu Cristóvão Colombo, em Gênova.

O tempo de maior prosperidade de Gênova ocorreu entre os séculos XII e XIV, tempo de grandes mudanças, a que genericamente podemos classificar como as marcaram a transição entre o feudalismo e o surgimento do capitalismo. As atividades financeiras começam a ganhar grande fôlego.
A sede daquele que teria sido o primeiro banco do mundo, na cidade Gênova.

Apesar de Gênova não contar entre os grandes roteiros do turismo italiano, a cidade é belíisma e as suas maravilhas podem ser exploradas, todas elas, a pé. A sensação que é deixar a cidade pelo seu porto, de barco, eu deixo para descrever amanhã.


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