terça-feira, 12 de novembro de 2013

Retornando às Origens. Tupandi. RS.

Estou tentando fazer uma pequena reconstituição histórica de minhas origens, bem como mostrar os vínculos que ainda tenho com estas mesmas origens. Pertenço a uma família de cinco irmãos: respectivamente Hédio José Rech, Roque Aloísio Rech (In memoriam) José Irineu Rech, Canísio Rech e eu, Pedro Eloi Rech. Somos filhos de Pedro Alfredo Rech e de Berta Cristina Rech, que de origem, tinha o sobrenome Reichert. Todos nascemos em Harmonia, assim também como os nossos pais. Originariamente, o maior número de parentes que tenho, levam os sobrenomes de Rech ou de Reichert. O meu avô paterno, Pedro Rech teve nove filhos e o avô materno, José Reichert, teve mais, teve 14.

Mas como entra Tupandi nesta história? É que meu irmão José Irineu casou-se com uma menina que morava em Tupandi, Selima Froener (In memoriam) e construiu a sua vida nesta cidade de Tupandi. Como o visito todos os anos, tenho também eu, os meus vínculos com Tupandi. Hoje o meu irmão está casado com Araci, que veio de São José do Hortêncio. Tupandi é uma bela cidade de 3.919 habitantes, segundo o censo do IBGE de 2010.
Vista panorâmica de Tupandi, com destaque para a igreja matriz e para a sociedade local.

Tupandi integra a história comum a todos os municípios do vale do rio Caí. As principais cidades do vale são Montenegro e São Sebastião do Caí. Sua história remonta ao século XIX, mais precisamente ao ano de 1885, quando Juca Inácio Teixeira, residente em Pareci, (hoje sede de município sob denominação de Pareci Novo) começou a lotear sua imensa área de terras ao longo da margem direita do rio Caí, entre os imigrantes alemães, que continuavam chegando. Em 1900 foi criado o distrito administrativo de Estação Salvador, sob jurisdição do município de São João do Montenegro. O nome era uma homenagem a um eremitão, de nome Salvador, por aí residente.

Em 1937 a Estação Salvador passou a denominar-se Natal, continuando a pertencer ao município de São João do Montenegro, que agora já se denominava simplesmente de Montenegro. O nome de Tupandi veio em 1944, por decreto estadual, continuando ainda a pertencer ao município de Montenegro. O significado da palavra Tupandi é de luz do alto ou luz do céu. Bonito nome. Sua situação se altera em 1982, com a emancipação do município de Bom Princípio, ao qual Tupandi passa a pertencer, diga-se de passagem, por pouco tempo. Em 1988 ocorreu uma nova onda de emancipações e o município de Tupandi foi criado em 09.05.1988. Emancipou-se de Bom Princípio, recebendo também, parte de seu território de Salvador do Sul.
Sede da municipalidade da bela e socialmente bem situada cidade de Tupandi.

Como toda a região, é formada por minifúndios, tendo na agricultura, ou na economia primária a sua principal fonte de rendas. Merecem destaque a avicultura e a suinocultura, além da produção de cítricos e a pecuária leiteira. A produção de aves obedece ao sistema de integração e, recentemente passou por uma séria crise, que envolveu a empresa Doux - Frangosul. A crise, que redundou em enormes atrasos no pagamento aos produtores integrados, terminou quando a empresa foi vendida para o grupo JBS.

Tupandi também tem um recente mas forte crescimento industrial. Em 1988 instalou-se no município a fábrica de móveis Kappesberg, uma das maiores indústrias moveleiras do país, atuando tanto no mercado interno, quanto no externo. Integra o polo moveleiro de Bento Gonçalves, o maior do país. Possui mais de 1700 trabalhadores em suas linhas de produção. A empresa foi fundada e é administrada por gente do próprio local. Artefatos de cimento também merecem destaque.
A cidade de Tupandi é bi lingue. Vejam a forte presença da língua alemã. Rathaus tem o significado de  sede da municipalidade e Gemeinderat, conselho municipal ou câmara de vereadores.

Os indicadores sociais de Tupandi são um destaque na região, especialmente a sua renda per capita, de R$ 38.098,00. Apenas 1,8% de sua população é analfabeta, a expectativa de vida é de 76,6 anos e a mortalidade infantil é, simplesmente, zero. É a sua estrutura fundiária que garante este bem-estar de sua população. Renda extremamente bem distribuída e um poder municipal com elevado espírito social e comunitário.

Mais um indício da forte presença alemã. Uma placa publicitária. Ao fundo a torre da igreja matriz.

Um fato recente atribulou profundamente o município e as suas consequências podem ser desastrosas. As eleições de 2010 foram anuladas pelo poder judiciário, sendo que o candidato vitorioso teve os direitos políticos cassados, sendo impedido de concorrer novamente. O perdedor pode competir novamente. As eleições de 2010 tiveram uma diferença em torno de 20 votos. Os grupos se rearticularam e em outubro houve novas eleições. O grupo que havia vencido em 2010 foi novamente vencedor, ampliando inclusive, a diferença. O vencedor foi Hélio Inácio Müller, do PP e coligado com o PMDB, PDT e PSDB, com 1787 votos e o candidato derrotado foi José Hilário Junges, do PTB, que não coligou com ninguém e teve 1714 votos. Ambos já foram prefeitos, em mandatos anteriores. Como podem observar, os sobrenomes comprovam a origem alemã da cidade.
Que os recentes fatos negativos sejam rapidamente esquecidos e que a paz volte a imperar em Tupandi.

Tupandi chegou a ser manchete estadual em função destas eleições. O fato é  vergonhoso desde a origem, por causa da anulação da votação e agora foi agravada pelos incidentes posteriores, em que houve, inclusive, incêndio de carros. Esperamos e desejamos que a paz se restabeleça.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário. Depois de moderado ele será liberado.