terça-feira, 19 de maio de 2020

Alexandre & César. Plutarco - Vidas paralelas.

A escolha desse livro se deu meio ao acaso. Assolado pela situação meio depressiva da pandemia, procurei por leitura mais simples, que não me exigisse tanta concentração. Foi quando deparei com este pequeno livro, de autoria de Plutarco, de quem recentemente eu ouvira grandes elogios. A decisão foi rápida. vou ler Alexandre & César - da série - Vidas paralelas. Na verdade, Plutarco me chamou mais atenção do que os próprios biografados. Por isso, as primeiras palavras vão para ele.
A edição da L&PM Pocket.

O historiador e biógrafo nasceu em Queroneia no ano de 46, vindo a morrer em Delfos no ano de 120. Lembrando que foi em Queroneia que ocorreu a batalha que pôs fim aos estados gregos, passando então a supremacia militar dos povos aos macedônios. A batalha (338 a.C.) foi vencida por Filipe II, o pai de Alexandre, que participou da batalha. Plutarco era de família de posses e, desde cedo, frequentou  ambientes intelectuais, tanto na Grécia, quanto em Roma. Plutarco escreveu as biografias, sempre em duplas, alinhando-as por suas afinidades, como no caso de Alexandre e César.

Ao tempo de Plutarco, as escolas em evidência eram as dos epicuristas e as dos estoicos. Plutarco, porém, optou pela retomada dos filósofos gregos Platão e Aristóteles, bem ao gosto dos romanos.  Na introdução/apresentação do livro Voltaire Schilling, lembra a citação de Juvenal, que a "Grécia conquistada conquistou Roma conquistadora". A força e o poder da cultura. As biografias de Plutarco tinham caráter cívico, apresentando para os leitores homens notáveis, cujos exemplos poderiam ou deveriam ser seguidos. As suas "vidas paralelas" apareceram contemporaneamente aos Evangelhos.

Com a Idade Média e ascensão do cristianismo Plutarco caiu no ostracismo, por uma questão muito simples. Os seus biografados eram todos homens pagãos, não a vida  dos santos. Ele foi redescoberto no Renascimento. Não obstante, muito de sua obra de preservou. Conta-se que escreveu 50 vidas paralelas, das quais 23 chegaram aos nossos tempos. Eu dou as duplas; l. Teseu e Rômulo; 2. Licurgo e Numa; 3. Sólon e Publícola; 4. Temístocles e Camilo; 5. Péricles e Fábio Máximo; 6. Alcebíades e Coriolano; 7. Timoleonte e Emílio Paulo; 8. Pelópidas e Marcelo; 9. Aristides e Catão o velho; 10. Filópedes e Flamínio; 11. Pirro e Mário; 12. Lisandro e Sila; 13. Cimón e Lúculo; 14. Nícias e Crasso; 15. Eumenes e Sertório; 16. Agesilau e Pompeu; 17. Alexandre e César; 18. Fócio e Catão o jovem; 19 e 20. Ágis e Cleômines/Tibério e Caio Graco; 21. Demóstenes e Cícero; 22. Demétrio e Antônio; 23. Dion e Bruto.

Voltaire Schilling atribui a longevidade da obra ao "gosto pelo detalhe, na humanização dos estadistas". Rousseau lhe teceu o seguinte elogio: "Pintou os grandes homens nas pequenas coisas, um traço ligeiro... uma palavra, um sorriso, um gesto é suficiente para caracterizar o herói de Plutarco".

Quanto aos heróis biografados, pouco tenho a dizer, pois as suas vidas são bem conhecidas e os fatos são aqueles mesmos registrados nos livros de história. A biografia de Alexandre ocupa bem mais páginas do que a de César. A de Alexandre começa pelo seu nascimento, enquanto que César, já o encontraremos em meio a suas lutas políticas e militares. O grande feito de Alexandre, sem sombra de dúvidas, foi a vitória sobre Dario, o rei dos persas e a de César, a conquista das Gálias e a derrota que infligiu a Pompeu. Quanto a morte de Alexandre, este fora acometido de forte febre e esta o dizimou, quando chegava a cidade de Babilônia. Suspeita-se de envenenamento, hipótese pouco provável de acordo com Plutarco. Já a morte de César, ganha algumas páginas a mais. Morre aos pés da estátua de Pompeu, em pleno Senado Romano, tendo recebido 24 facadas. Brutus, o principal entre os assassinos, teve triste fim.

Bem, foi uma leitura interessante e não tão leve assim. Muitos detalhes históricos, que seguramente devem ter sido muito consultados na confecção dos manuais de história. Das duplas me interessou também a de número 21. Demóstenes e Cícero. A introdução ao livro leva o leitor a uma bela e necessária contextualização histórica.  

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