sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A Terceira Internacional. O Komintern.

O livro de Max Beer, História do Socialismo e das lutas sociais, da Editora Expressão Popular, que usamos como guia em nossos posts anteriores, abrange em suas análises, apenas até os anos de 1921-1922. Em função disso, a Terceira Internacional ou o Komintern, recebe apenas um único paragrafo em seu livro, que passo a reproduzir.
Encontramos ainda um parágrafo neste livro sobre a Terceira Internacional.

"A fim de preparar o proletariado para a revolução, tarefa de que a Segunda Internacional se mostrou incapaz de realizar, os bolcheviques fundaram em março de 1919, a Terceira Internacional, que se propõe conduzir o proletariado pelo caminho da luta implacável, ao mesmo tempo pela defesa de seus interesses cotidianos e pela sua libertação definitiva do jugo da burguesia".
 Em nome dos princípios marxistas foi feita a Revolução Russa de 1917, sob o comando de Lênin.

Com a vitória dos bolcheviques na Rússia em 1917, este país pretende organizar os partidos socialistas para o rumo do socialismo mundial. Já em janeiro de 1919 começam as reuniões preparatórias para a organização de um novo movimento internacional e já em março deste mesmo ano de 1919 se realiza o seu primeiro Congresso. A grande diferença, é que agora haveria uma unidade nos partidos comunistas ou socialistas sob o comando do comunismo russo, já instalado no poder.
 Sob Stálin o fim da Terceira Internacional e a degeneração dos ideais marxistas.

Do Congresso de fundação participaram 52 delegados, que representaram  35 organizações de trabalhadores de 21 diferentes países. Em 24 anos de existência foram organizados sete congressos. A principal diferença das duas Internacionais anteriores é que agora haveria um comando centralizado, sendo os partidos comunistas nacionais integrados ao comando do Partido Comunista Soviético, uma espécie de filiais. O regime soviético, após Lênin, passou a ser extremamente rígido, se perdendo na burocracia e na degeneração do Estado sob o governo de Stálin, que instaurou uma verdadeira "ditadura do proletariado" em regime permanente. 

Mas não foi o culto à personalidade e ao rigoroso controle imposto aos partidos comunistas membros do Komintern que provocaram a implosão da organização, que certamente também iria ocorrer. A implosão se deu na Segunda Guerra Mundial, em 1943, em virtude das alianças celebradas com o mundo ocidental capitalista, para evitar desconfianças que poderiam recair sobre a União Soviética com relação ao combate ao regime nazista alemão. A desintegração da Internacional precedeu a desconfiança e a queda do regime do chamado socialismo real, que perdeu credibilidade, especialmente, a partir do XX°  PCUs, em 1956, quando Krushév denuncia as barbáries cometidas sob o regime de Stálin.
Seis volumes de história do marxismo no Brasil.

No Brasil, o Partido foi fundado em 1922 e foi admitido na organização internacional em 1925. Para isso contamos com farta literatura, da qual eu gostaria de destacar a coleção de seis volumes da História do marxismo no Brasil, editados primeiramente pela Editora da Unicamp. Quem quiser uma boa análise sobre a questão, pode ler também os três volumes de Jorge Amado, Os subterrâneos da Liberdade, ou Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. O PCB, o tradicional Partidão sofreu uma divisão durante a ditadura militar, quando foi criado o PCdoB, e o Partidão mesmo, virou o PPS., nos anos 1990, restando uma pequena dissidência que mantém a sigla original do PCB. As dissidências entre Stálin e Trótski, na União Soviética, deram origem à formação da Quarta Internacional, no ano de 1938. Trotski queria  a expansão da revolução socialista por todo o mundo, enquanto que Stálin queria consolidá-la na União Soviética. Coisas da geopolítica.

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