quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Diário de uma Viagem. O primeiro dia em Paris.

Na verdade, o primeiro dia em Paris foi de acomodações. Translado de aeroporto para hotel, reconhecimento do terreno e um merecido descanso. O primeiro dia pleno de atividades, foi assim, o dia seguinte. E como seria pleno! Pela manhã, ida a Versalhes. Na volta, um tour panorâmico pela cidade e ainda, a noite, visita a Montmartre, a igreja Sacre Coeur e para quem ainda tivesse fôlego e, 120 euros, um show no Moulin Rouge, com direito a um drink. Em Montmartre se concentra tudo o que se refere a sexo na cidade. Eu não tive disposição para tomar este drink.
Vista do Palácio de Versalhes. Vinte mil pessoas formavam a corte de Luís XIV.

O impacto de chegar em Versalhes foi enorme. Mil aulas de história vieram a tona. Duas opções nos foram postas. Visita ao palácio ou aos seus jardins. Fizemos a opção pelo palácio. Duas filas enormes. A primeira para comprar o ingresso de quinze euros e a segunda, para entrar. Tudo compensa. O guia já nos havia dado uma bela aula de história, sobre Luís XIII e obviamente Luís XIV e o cardeal Mazarino. Especialmente nos contextualizou a época e as razões para a construção do palácio, simplesmente, o maior de toda a Europa. Ele chegou a abrigar vinte mil pessoas. De Luís XIII, o guia focou em sua conduta sexual e de Luís XIV, o foco somente poderia ser, o seu enorme gosto pelo poder.

A vida de Luís XIII foi bastante conturbada. Ler uma biografia sua, dever ser algo muito divertido. Ele era filho de Henrique IV e Maria de Médici. Foi rei aos 9 anos, ficando a mãe como regente. Com a mãe teve violentas lutas pelo poder. O grande nome de seu governo foi o cardeal Richelieu. Mas certamente a sua maior e mais difícil obra foi deixar para a França um herdeiro. Foi casado com Ana da Áustria, filha do poderoso rei espanhol, Felipe II, de quem ele não gostava. Ou por esterilidade dela, ou por falta de relações sexuais, o filho só viria após vinte e três anos de casamento. Em função das complicações na sucessão, os franceses consideraram o nascimento de Luís XIV, como um verdadeiro milagre divino. Luís XIII morreu assassinado.
O interior do Palácio de Versalhes. É tudo um luxo só.

O assassinato do pai deve ter pesado muito na vida de Luís XIV e na decisão da construção do palácio de Versalhes, trinta quilômetros distante de Paris. A construção se deveu, fundamentalmente, a questões de segurança, com a manutenção da nobreza ao seu redor e sob o seu controle. Para isso reuniu-os em único lugar e os mantinha devidamente ocupados. Isso lhe possibilitou ser o Rei Sol e viver por 76 anos, e dar muito poder e glória para a França. No local havia antes uma pequena casa de caça, pertencente a seu pai. As obras foram iniciadas em 1668.

A grandeza do palácio e de seus jardins realmente impressiona. O seu luxo representa, acima de tudo, uma grande demonstração de poder. Afinal de contas, estamos no auge do absolutismo. A maior atração do palácio é o salão dos espelhos, onde se realizavam as grandes cerimônias e onde foi celebrado o Tratado de Versalhes, que deu fim à Primeira Guerra Mundial. São 17 espelhos ao longo de 70 metros. Do interior do palácio você tem belas visões dos jardins, geometricamente desenhados. Nos jardins existem palácios menores, onde o rei se deleitava com suas amantes. Um cenário grandioso da época dos reis absolutistas.
Mais uma vista do interior do Palácio de Versalhes.

Voltamos a Paris, parando num endereço famoso. A perfumaria Belux, na rua de Rivoli. Ela marca a entrada para as galerias em que se encontra a famosa pirâmide de vidro, invertida, onde está a entrada para o museu do Louvre. Ali se encontram os restaurantes do mundo, onde almoçamos. A tarde faríamos a visita panorâmica pela cidade. Ruas próximas ao Sena, uma parada nas proximidades da Torre Eiffel, uma subida na Champs Elysées, um contorno no Arco do Triunfo, mais uma parada no Les Invalides,onde está enterrado Napoleão Bonaparte, e o encerramento nas proximidades da catedral de Notre Dame e do Palácio da Justiça. Depois disso voltamos para o hotel para um rápido descanso.
Uma das primeiras fotos que tirei da Torre Eiffel, durante o tour panorâmico. Ela está onipresente.

O passeio a Montmartre foi muito bonito. Como é um tanto distante do centro, certamente não teria feito este passeio se não fosse com o grupo. O local a ser visitado foi a igreja romana bizantina Sacre Coeur, construída em cima de uma colina. A subida da colina pode ser feita pelas escadarias, num belo jardim em frente a igreja ou por um funicular. Foi o que fizemos. Lá de cima, literalmente se tem a cidade aos pés. A vista abrange Paris por inteiro. Nos arredores se concentram pintores jovens, artistas em busca de afirmação. Nas ruas abaixo da igreja se concentra o comércio de souvenir, com ampla variedade e os preços condizentes. A igreja começou a ser construída em 1876 e teria sido uma promessa dos franceses, caso a França não fosse destruída na guerra franco prussiana. Muita concentração de gente e vendedores ambulantes forçando a barra. Confesso que senti uma certa fobia, certamente de multidões. Senti uma certa insegurança.
A bela igreja de Sacre Coeur, em Montmartre. Ela fica em cima de uma colina, donde se tem uma das mais belas vistas de Paris.

Na volta deixamos o povo no Moulin Rouge e aproveitei para tirar uma foto. Minha formação judaico cristã não permite frequentar este tipo de espetáculo. Show de variedades em meio ao mais famoso bairro que envolve sexo e o seu comércio e com censura livre. Não fui. Dizem ser o lugar mais perigoso em toda a Paris. Você corre um sério risco, o risco de dormir durante o show. Amanhã, passeio pelo rio Sena, andança a pé pelo Quartier Latin, com a Sorbonne e a igreja de São Severino e visita guiada pela Notre Dame. Mais ainda, visita guiada pelo Louvre. Eu conto amanhã.
Para não decepcionar ninguém, está aí uma foto do Moulin Rouge.

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