terça-feira, 13 de agosto de 2019

Europa 2019. 4. FÜSSEN (Neuschwanstein)- ROTEMBURGO - FRANKFURT.

Segunda feira, dia 22 de julho. A cada dia novos encantos. De Munique partimos para o sul, no rumo dos Alpes e, já próximos da divisa com a Áustria. A paisagem se modifica um pouco. Os trigais e milharais cedem espaço para a pecuária leiteira e para as áreas de reflorestamento. Marcos continua sendo o nosso guia. Nos fala das cidades a serem percorridas, assim como de Frankfurt, o nosso destino de hoje. Frankfurt é uma cidade de negócios e de passagem. Ela dorme cedo. Lá se dorme e se trabalha. Tenho minhas dúvidas. Cidade de negócios...
Possivelmente o Castelo mais bonito do mundo. Neuschwanstein.

A medida que avançamos, a paisagem continua se modificando. Os Alpes já estão ao alcance dos olhos. Ainda estamos na Baviera. A região é muito parecida com as colônias alemãs do Rio Grande do Sul. Inicialmente a região fazia parte do Sacro Império Romano Germânico e depois integrou o reino da Bavária. Um de seus reis se tornou muito famoso, por ser louco e que por ocasião da unificação alemã se isolou completamente. Trata-se de Luís II, ou o rei Ludvig, já que Ludvig é Luís em alemão. Uma de suas maiores loucuras foi a construção do Castelo de Neuschwanstein, quando os castelos já não mais faziam qualquer sentido.
Detalhes mais próximos do fabuloso Castelo.

O Castelo é uma obra ímpar da arquitetura romântica alemã e que simboliza todo um mundo de sonhos. A decoração interna tem como tema os cenários das óperas de Richard Wagner e a exaltação dos mitos alemães, a mitologia nórdica. O rei Ludwig II teve uma intensa relação com o compositor. O castelo possui mais de duzentos cômodos e quase levou o reino bávaro à falência. Chegou a custar o dobro do previsto, lembrando que os cálculos são alemães. É um castelo de conto de fadas. O nome tem o significado de Novo (Neu) Cisne (Schwans) de Pedra (Stein). Fica próximo ao Schwansee, o lago dos cisnes. O Palácio foi usado por apenas 172 dias.
Um outro Castelo nas proximidades de Füssen, nas vizinhanças com a Áustria.

Hoje o Neuschwanstein é uma das maiores atrações turísticas da Alemanha, recebendo em torno de dez mil turistas diariamente e em torno de 1,5 milhões ao ano. Este palácio serviu de inspiração para que Walt Disney construísse o Palácio da Bela Adormecida na sua Disneyworld. A cidade de Füssen, a cinco quilômetros da fronteira com a Áustria, lhe serve de base de apoio. Você sobe ao palácio por um ônibus e tem a opção de voltar com o mesmo, ou a pé, ou ainda, com charmosas charretes. Teria valido muito a pena ter ficado mais tempo para uma visita ao interior do palácio. Mas a nossa rota continuaria, por aquilo que os alemães chamam de rota romântica. Fizemos uma parada para o almoço num lugar ambientado com a história dos irmãos Grimm, João e Maria.
Na bela cidade, onde tudo remete ao natal. Rotemburgo.

Chegamos, agora já no estado de Baden-Württemberg, cuja capital é Stuttgart, na pequena e medieval cidade de Rotemburgo, protegida por dupla muralha. Medievalismo e a tradição natalina garantem a fama da cidade. Da cidade conta-se uma lenda que é bem famosa. A cidade era protestante e durante a Guerra dos 30 anos (1618-1648) os católicos a tomaram. Consta que nas negociações, para que a cidade não fosse destruída, o chefe protestante teria que tomar três litros de vinho, num gole só. Foi o que ele fez, sem qualquer cerimônia. Se não quiser acreditar, você poderá dizer que a cidade foi preservada por outros motivos, como pagamento em dinheiro e por ser rica em fontes de água. Ao menos tem mais lógica. Esta história é muito contada e ajuda na atração de turistas. A cidade também se orgulha por ter sido escolhida para as filmagens por Walt Disney, para a história italiana do Pinóquio.
Mais detalhes da cidade de Rotemburgo.

Mas o que torna a cidade famosa mesmo é a sua vinculação com o natal. Em todo o mês de dezembro e em todos os dezembros, a cidade é uma festa só. Muitos motivos natalinos permanecem o ano todo. Encontra-se na cidade também o Deutsches Weihnachtsmuseum, onde é natal o ano inteiro. O museu fica dentro de uma grande loja. É uma grande mostra da evolução das decorações e tradições natalinas. Uma cidade muito aconchegante, com as suas casas multicoloridas.
Os detalhes do conceito de pertencimento. O cuidado.

O destino final deste dia seria em Frankfurt. A cidade é famosa pelo seu aeroporto e por ser o grande centro financeiro da Alemanha e de toda a Europa. Possui em torno de 700.000 habitantes, mas tem a marca de uma cidade de passagem, sem uma identidade definida. Ela é banhada pelo rio Main, o que permite um trocadilho, para dizer que ela é a Mainhattan alemã. A cidade foi toda ela bombardeada na Segunda Guerra mas foi totalmente reconstruída e, hoje, conta com inúmeros arranha céus, que servem de sede para as instituições financeiras e para os centros de eventos, que ocorrem com muita frequência.
O multicolorido da cidade de Frankfurt.

Ela abriga o Banco Central alemão e também o Europeu e, ainda a mais importante Bolsa de Valores alemã. Seu ponto mais visitado é o aeroporto, o terceiro maior da Europa. É uma cidade em que muitos vem em busca de fortuna. Também é uma cidade de extremos, entre a riqueza e a pobreza. O guia fez uma pequena menção à Escola de Frankfurt, uma Escola dentro da Universidade. Lembrei muito de Adorno e da infelicidade de Walter Benjamin, bem como, da transferência desta escola para a Universidade de Colúmbia, em Nova York, nos tempos do nazismo. Seus pensadores eram majoritariamente judeus.
Frankfurt homenageando o trabalhador.

Com um bom jantar encerramos as atividades do dia, sobrando ainda um tempo para tirar uma foto de uma homenagem ao trabalhador, em constante movimento. O dia seguinte seria uma grande promessa: Rüdesheim am Rein, com um cruzeiro pelo rio Reno, para depois ladearmos o rio Mosela e almoçar em Cochen, acompanhado por uma taça do mais famoso vinho alemão da uva Riesling. O destino final seria a cidade de Colônia.
 

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