terça-feira, 25 de junho de 2013

Próxima Estação, Paris. Uma viagem histórica pelas estações do metrô parisiense.

Estou de malas prontas. No domingo iniciaremos uma viagem para fazer, primeiramente um giro ibérico, para depois, ficar uns cinco dias em Paris. Estou feito criança, riscando os dias, no seu ritmo decrescente, até chegar ao dia da partida. Um encontro com a nossa história, começando por Lisboa, depois Portugal de sul a norte e um giro espanhol, começando por Santiago de Compostela e passando por todas as cidades mais importantes, para terminar, num gran finale, na cidade luz ou na cidade de mil histórias.
Próxima estação, Paris. O belo livro que conta a história da cidade, pelas estações do metrô. O destaque da foto vai para o Sena e a Îlle de la Cité.

Estou me preparando intensamente para esta viagem. A maioria das dicas me são dadas pelo Google, mas também vídeos, filmes e livros são os meus guias. Sobre Paris terminei de ler um livro simplesmente maravilhoso. A sua história contada através das estações do metrô. Próxima Estação, Paris. Uma viagem histórica pelas estações do metrô parisiense. A autoria do livro é de Lorànt Deutsch e a edição é da Paz e Terra. Vejam o autor contando a sua experiência em Paris, movido pela curiosidade.

























Os dez primeiros capítulos, ou as dez primeiras estações.

"Nessa cidade onde eu era um estrangeiro (veio do interior), onde não conhecia praticamente ninguém, meus primeiros companheiros foram os nomes das ruas. E descobri essas ruas com o metrô. É verdade. O metrô me fornecia as instruções necessárias para desvendar o formigueiro fervilhante, abissal, que se oferecia ao pequeno provinciano que eu era. Mergulhei naquele universo desconhecido com gula e sofreguidão... Percorri Paris em todos os sentidos, parei em cada estação, indaguei a mim mesmo... Por que os Inválidos? O que é Châtelet? Que República? Quem era Etienne Marcel? O que quer dizer Maubert? Definitivamente, as estações de metrô desembocavam na história".

















O séculos X a XXI e as respectivas estações.

Que método maravilhoso de estudar a história, sempre começando com algo muito vivo, provocando tanto a curiosidade, quanto o interesse. O resultado foi a produção de livro um muito interessante. Com certeza absoluta, não chegarei a Paris de forma analfabeta. Em cada local que eu chegar, pela memória, evocarei muito de sua história.

Mas vejamos ainda um pouco do convite de Deutsch para esta viagem: "Gostaria de seguir com vocês as linhas de metrô como se fossem fios de Ariadne. Elas nos levariam a estações cujas entradas tagarelas se lembrariam das esperanças, dos sobressaltos, dos arrebatamentos da capital. Tomem seus lugares,atenção ao fechamento das portas, direção Lutécia". Em Lutécia tudo começou.

O livro está estruturado em cima de 20 capítulos, ou de vinte estações do metrô, cada um ou cada uma, representando um século de história, começando com a Île de la Citè, a ilha do rio Sena, onde a cidade começou e terminando com a estação Champs-Élysées-Clemenceau, à qual o autor acrescenta os nomes de De Gaulle e de Churchill, somando assim os heróis de duas guerras. Termina mesmo com a estação La Défense, a estação do Arco do Triunfo.

Na leitura do livro você perpassa, praticamente, todos os grandes nomes da história de Paris e, em consequência, de toda a história francesa. Esta começa com a história de Júlio César, dominando os gauleses, os templos gauleses, depois galo-romanos e finalmente cristãos. Passa pela consolidação do domínio romano e pela sua cristianização e com os seus santos. Mergulha depois na história da Idade Média. Dá bem uma noção do período de horror que ele efetivamente foi. Passa depois pela construção da modernidade e por seus períodos revolucionários, pela constituição da república, chegando as século XX e o seu envolvimento nas horríveis guerras.

Os grandes nomes desfilam todos nas páginas deste livro nos dando a história de cada um dos grandes nomes da França. Assim ficamos sabendo sobre São Denis, o primeiro bispo, São Martinho, o apóstolo das Gálias, Santa Genoveva, a padroeira, Clóvis e Clotilde, o início da Idade Média, sobre os Merovíngios, o bispo Germain, Dagoberto, Pepino, o Breve, Carlos Magno, os Normandos, os Capetíngios, Felipe Augusto, o surgimento da Sorbonne, Avignon, a interminável Guerra dos Cem Anos, Joana d'Arc, de Henrique IV, o de navarra, aquele da frase "Paris bem vale uma missa", mostrando desta forma, o cinismo na sua conversão ao catolicismo, Luís XIV, a Revolução, Napoleão, Luís Felipe, a República, a Guerra Franco Prussiana, a Comuna e os grandes personagens do século XX.
Um mapa da cidade de Paris, tendo o Sena e a sua ilha, como guia mestre.

Dou um aperitivo do primeiro século, da Île de la Cité, sobre a origem do nome da cidade de Paris, a cidade dos Parisii. Um dos meus livros preferidos é A Eneida de Virgílio. É uma peça publicitária. Virgílio descreve as origens mais remotas de Roma, buscando-a em Eneas, o filho de Anquises, herois troianos, na guerra contra os gregos. Eles perderam a guerra, porque os deuses lhes reservaram um destino maior, fundar o maior império de todos os tempos, o Império Romano. Para dar ao povo o sentimento de pertencimento, lhes é dado um grande PAI, que a todos congregue e irmane. Pátria, o grande pai comum. Um ancestral que orgulhe a todos, sempre é buscado, quando se trata de estimular sentimentos de patriotismo.

Assim também os Parisii, não se consideram descendentes de bandos de viajantes celtas, mas possuem a mesma e nobre ascendência dos Romanos. São filhos de Paris, o filho caçula de Príamo, e o causador de toda a guerra, com o rapto da bela Helena, esposa de Menelau. Após a guerra e com a volta de Helena para Menelau, Paris virá de estabelecer às margens do rio Sena. Os Parisii sempre se consideraram mais latinos do que germânicos. Esta é apenas uma das belas e ilustrativas histórias do livro.

Gostei muito do livro e me considero razoavelmente preparado para visitar Paris. Lá não chegarei, como disse, de todo analfabeto. Na memória evocarei os seus gloriosos e heroicos personagens, quando os ver em seus monumentos. Ainda verei, como preparação o Desconstruindo Paris, do Discovery Channel e também o livro de turismo da Folha de S. Paulo, sobre a cidade de Paris. Para a volta prometo muitos posts e muitas fotos.

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