sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Steve Jobs. Danny Boyle

Tive uma certa resistência em assistir ao filme em cartaz sobre a vida de Steve Jobs. Adoro biografias, mas não tenho nenhum fascínio por pessoas de fama, adquirida por sua riqueza. Em tempos de Oscar priorizo as indicações de melhor filme, mas como estes estão demorando para serem lançados, fui ver Steve Jobs. O que efetivamente me motivou, foi o fato de ele ter sido o grande revolucionário das comunicações, ou mais precisamente, da tecnologia da comunicação.
Cartaz promocional do filme.

Confesso que fiquei surpreso, pelo lado positivo. Fui assistir a um grande filme. Vi depois, que o público dos Estados Unidos não recebeu bem o filme, ao menos no que se refere ao público nas bilheterias e já saiu de cartaz em grande número de cinemas. O filme tem dois focos. Os bastidores dos grandes inventos tecnológicos e o drama da vida particular de Steve, pela difícil relação que teve com uma suposta ou possível filha. Como Steve era um homem de números, calculou que 28% dos americanos (se não me engano) poderiam ser o pai, incluindo ele próprio, é óbvio.

Não sei bem se os problemas eram com a filha ou com a mãe dela e, pasmem, as brigas ocorriam por questões de dinheiro. Mas o sabor do filme está nestes poucos momentos em que o coração do magnata é tocado por esta relação afetiva. A menina sempre aparece em momentos decisivos. Até o pagamento da mensalidade da universidade dela é problema. Os momentos decisivos a que me referi são aqueles em que são feitos os grandes lançamentos dos avanços tecnológicos da genialidade de Jobs (Macintosh - NeXt e os I).  Um fato que me chamou atenção, depois de ver o filme, procurando dados da vida do biografado, é o seu pouco tempo de vida. 1955 - 2011. Morreu aos 56 anos, vítima de um câncer no pâncreas.
O filme tem forte foco nesta relação.

O filme tem diálogos rápidos, tão agitados quanto eram as confusões que antecediam os grandes lançamentos. Acompanhá-los exige concentração total. Não vou fazer grandes comentários, mas com certeza é um belo filme e que merece ser assistido. A direção é de Danny Boyle e o roteiro de Aaron Sorkin. É um roteiro adaptado a partir da biografia escrita por Walter Isaacson. A dupla de atores principais, ou ator e atriz, tem atuação extraordinária e são as únicas indicações a Oscar que o filme recebeu. São Michael Fassbender, no papel de Steve Jobs, como melhor ator e de Kate Winslet no papel de Joanna Hoffman, uma espécie de super secretária, como melhor atriz coadjuvante.

Mas o que efetivamente me levou a esta resenha é uma afirmação de Max Weber sobre o homem moderno que li no livro A Tolice da Inteligência brasileira (pág. 19), de Jessé Souza, que diz o seguinte: "Esses 'tipos ideais' que explicam o indivíduo típico moderno para Weber são, por um lado, o 'especialista sem espírito', que tudo conhece sobre seu pequeno mundo de atividade e nada sabe (nem quer saber) acerca de contextos mais amplos que determinam seu pequeno mundo, e, por outro o 'homem do prazer sem coração', que tende a amesquinhar seu mundo sentimental e emotivo à busca de prazeres momentâneos e imediatos". Inicialmente pensei em por no post apenas esta afirmação. Um espelho perfeito.

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