quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Narrativas de uma viagem - 1. Chile e Santiago.

Depois de uma intensa participação no processo eleitoral da APP-Sindicato e após a metabolização de seus resultados, resolvi empreender novamente as minhas viagens. Santiago e Buenos Aires foram as cidades escolhidas. Não conhecia Santiago e em Buenos Aires eu andei em meados dos anos 1980. Alimentava boas expectativas. Considerei o final da primavera como um tempo ideal para a viagem. Creio que não errei.
Vista do alto do Cerro San Cristobal. Costanera e a Cordilheira ao fundo.

Não queria muitos incômodos, por isso não montei o meu pacote. Fui comprá-lo na CVC. Passagens, hospedagens, transfers e passeios. Tudo deveria dar certo. Seriam cinco noites em Santiago e mais quatro em Buenos Aires. Começaria por Santiago. De Curitiba a Buenos Aires existe um voo direto, com conexão para Santiago. Sairia de Curitiba as 15h10 e chegaria as 22h25. Até Buenos Aires, tudo bem. Aí começa um interminável atraso. Cheguei em Santiago as 3h00 da madrugada. As 8h00 o citty tour já começava. Serviço impecável do transfer, da Tipgroup, a agência conveniada com a CVC.

O motorista, Juan, se não me engano, mesmo neste horário, estava bem disposto e me deu as primeiras informações sobre o país. É um país unitário, não existem estados, apenas regiões, a mesma lei em todo o país. Isso dá um sentimento de ordem. Existe segurança na cidade. Pode-se andar nas ruas, seja de dia, seja a noite. Como eu estava sozinho me falou de imigração, muitos peruanos, bolivianos e venezuelanos e, em especial, belas colombianas e venezuelanas, dispostas ao amor. Chegamos ao hotel, o Panamericano, a duas quadras do Palácio La Moneda. Amanhã haverá troca da guarda, ainda teve tempo de me dizer.
Palácio de La Moneda, o Palácio do governo chileno.

O que nos oferece o Chile como atração? Vejo um release publicitário. "O Chile tem diversas aventuras a oferecer: observação espacial no deserto mais árido do mundo, geleiras milenares nas áreas mais meridionais do planeta, florestas e lagos mágicos localizados aos pés de vulcões imponentes, ilhas repletas de lendas, tradição em vinhos, grandes desafios a serem escalados, e uma Santiago que respira modernidade e acessibilidade". Conheci Santiago, os vinhos e um pouco do litoral, porto e praia. Água gélida.
Esta porta tem história. Por ela saiu o corpo do presidente Allende. A monstruosidade de Pinochet.


Meio sonolento acompanho as informações da nossa guia, Verônica. Primeiramente recolhemos as pessoas nos diversos hotéis.  Um trânsito dos infernos. Ele ainda vai impossibilitar esta forma de turismo. Não se anda nesta cidade. O motorista, Pablo, de imediato nos falou que prefere os tours fora da cidade. Todos recolhidos, começam as informações. Fernão de Magalhães, Pedro de Valdívia, Mapuches, num primeiro bloco. Estrutura da cidade de Santiago foi o próximo item. Uma grande avenida de 32 quilômetros, sentido Andes para o mar, é a sua vértebra central. Os nomes dos libertadores lhe dão nome. 1810, os primeiros momentos da emancipação, 1818 a confirmação. Bernardo O'Higgins, o grande heroi. Guerra do Pacífico, contra o Peru e a Bolívia e a definição das fronteiras ao norte, continuava Verônica, obviamente em sua versão chilena dos fatos.
Na Praça de Armas e a catedral de Santiago. Francisco estará aí em janeiro.


Nisso já atingíamos o La Moneda. Com os atrasos pegamos apenas a parte final da troca da guarda. Agora a fala é sobre o palácio e 1973. A porta por onde saiu o corpo de Allende e uma primeira parada. Antes tínhamos passado pelos Cerros San Cristobal, Santa Lucia, Universidade Católica do Chile, Universidade do Chile. Nova parada na Plaza de Armas. Catedral e o Museu Histórico Nacional, sobre o qual falarei em post especial. Rumamos para a subida do cerro San Cristobal, o ponto mais elevado da cidade. De cima, a vista da cidade, o Costanera, o principal shopping e o mais alto edifício da cidade. A Cordilheira dos Andes ao fundo. Bondinho e teleférico para passeios posteriores, foram as indicações. Em função do tempo não fomos a um loja que vendia pedras azuis, pedras chilenas. A parada final foi no Mercado Central, um famoso centro gastronômico. Não fui bem sucedido. Preços estratosféricos. Fim do citty tour. A tarde, visita à vinícola Concha y Toro. Esta visita merece um post especial e então falaremos sobre outros dados da cidade e do país.

Na volta, sobrevoando os Andes. Um olhar de cima.


Mas teve também interessantes informações sobre o sistema educacional do país, onde não existe ensino superior gratuito. Apenas em parte e caros financiamentos. Ainda algo sobre a presidente Bachelet, avaliada com mais de 80% de aprovação ao final de seu primeiro governo e menos de 40%, agora em seu segundo. E também sobre o sistema eleitoral chileno, país onde o voto não é obrigatório. No domingo (19 se novembro) haveria eleições em primeiro turno. Informo que houve uma abstenção superior a 50% dos eleitores. Dos votos válidos, o ex presidente Piñera, representando as forças conservadoras, contou com 36% dos votos, Gullier, apoiado pela presidenta (É assim que a imprensa se refere - com A) teve 22% e a candidata das esquerdas surpreendeu com mais de 20% dos votos. Em dezembro haverá segundo turno.





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