sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Conservatória V. Tem Paixão e tem Cachaça.

Onde tem céu estrelado e noites de luar, certamente também tem histórias de muita paixão. E possivelmente também tenha uma cachacinha bem brasileira. Em Conservatória conta-se de uma história de amor que vale muito a pena ser contada. É a história de um fazendeiro de cidade vizinha apaixonado por uma moça da cidade. Vejam só do que o amor é capaz. A história está no site dos violeiros de Conservatória:
Chorinho e serestas se complementam com sedução e apaixonadas histórias de amor.

"Música e grandes paixões sempre estiveram de mãos dadas em Conservatória e geraram muitas histórias de amor. Certa vez, em 1938, Antônio Castello Branco, um abastado fazendeiro de Santa Isabel, distrito vizinho, que vivia uma paixão não correspondida por uma moça de Conservatória, resolveu demonstrar seu amor conforme a tradição. Colocou seu piano de cauda em cima de um caminhão e percorreu mais de 20 quilômetros em estrada de terra esburacada, só para tocar e cantar sob a janela da amada. Consta que o seu gesto deu resultado e a moça aceitou o fazendeiro como esposo". Depois desta história você continua lendo no site sobre os encantos e o enfeitiçamento da cidade.
O belo casario de conservatória, fiel ao período do Segundo Reinado.

"Conservatória exprime uma das formas de reação contra as consequências da urbanização acelerada que caracteriza nossa etapa  de desenvolvimento como país capitalista, mantendo suas características bucólicas de arraial, pacata e tranquila, cujos moradores de fala branda, afáveis e educados preservam seus costumes e se reúnem, vez por outra, para manter a tradição das festas juninas, da dança, da música, das quadrilhas e principalmente das serestas que tornam seu pequeno vilarejo um polo de atração no Estado do Rio de Janeiro. Em Conservatória, o culto às serestas, o casario colonial e as famílias tradicionais são ainda vestígios do século passado".
A Ponte dos Arcos que nos remetem à triste lembrança dos tempos da escravidão.

A tradição da seresta é realmente muito forte.A seresta que percorre às ruas, após a serenoite, já às 23:00 horas não falha nunca. Um de seus participantes, o Edgar, que tem vários CDs gravados, fala orgulhosamente de 104 serenatas, das quais participa todos os anos. Isto significa que em nenhuma sexta feira e em nenhum sábado ele falha. Estão ali, faça noite estrelada e de lua cheia, como em noites escuras como o breu. O caráter romântico e bucólico destas serenatas é algo encantador.

Conservatória também tem as suas atrações turísticas e o seu artesanato. Entre as atrações destacam-se a rodoviária que é a antiga estação ferroviária e a locomotiva 206. Estas atrações remetem ao Segundo Reinado e aos tempos de riqueza proporcionada pelas lavouras de café. Outras duas atrações também remetem ao mesmo tempo histórico, pelo seu lado negativo e triste dos tempos da escravidão. Na estrada para Santa Isabel existe um túnel, o túnel do Capoeirão e uma ponte, a Ponte dos Arcos construídas pelo trabalho escravo. Nesta mesma estrada para Santa Isabel você encontra um mirante, onde você admira a Serra da Beleza. O lugar também se relaciona com a ufologia. Os passeios se completam com a visita a fazendas da época áurea do café, em fins do século XIX. O casario colonial da cidade também é muito apreciado e serve de cenário para filmes e novelas de época.
Olhem aí as cachaças de Conservatória. Até os nomes lembram o tranquilo Vilarejo e a Seresta.

Depois da decadência do café, que foi algo economicamente desastroso, as terras foram ocupadas com o plantio de milho e da cana. E se houve o cultivo da cana, também devem existir ali alambiques e uma boa cachaça. Pois é. A cachaça não falta em Conservatória. Existem dois alambiques maiores. Um até integra o circuito turístico da cidade, aberto a visitação, a demonstração e a degustação. É o alambique que produz a cachaça Vilarejo. Na estrada entre Conservatória e Ipiabas existe outro, que produz as cachaças Seresta e a Cachaça da Fazenda. Mas a sede do município, Valença, não fica para trás. Também produz a sua, a JB Valença. Além disso existem ainda outras cachaças artesanais, que nem rótulo tem.

As maravilhas e os encantos de Conservatória estão muito próximos de você.

Termino os meus posts sobre Conservatória fazendo o convite para todos os que tiverem um compromisso com a alegria e a música, para reservarem um final de semana de suas vidas, para elevar o tom, subir uns 500 metros acima das preocupações do cotidiano e ajudar a pulsar este coração brasileiro que tão garbosamente cultiva a sua arte, a sua música e a sua tradição. Se você não for... Você se privará, com certeza, de uma grande alegria e de um momento de muita felicidade em tua vida.  


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