Por muito tempo adiei a decisão da aposentadoria. Esta veio, de forma definitiva, em julho de 2012, após 43 anos passados em sala de aula. Hoje a minha principal ocupação é a de ser um administrador de tempo livre. Tempo livre é uma categoria, da qual aprendi a gostar, a partir das reflexões que sobre ela fez o pensador alemão Adorno. Ao me aposentar, me dei ao luxo de me dar um presente. Uma viagem ao berço da cultura ocidental, uma viagem para a Grécia e para a Itália. Repeti a dose em 2013, conhecendo as origens da nossa América, num passeio que superou todas as expectativas, por Portugal e Espanha e, de gorjeta, ainda uma passada por Paris.
Troca de e-mails para acertar a parceria com a Companhia das Letras.
Troca de e-mails para acertar a parceria com a Companhia das Letras.
Divido este meu tempo livre entre viagens, palestras, leituras, muitas leituras, filmes, festas com os amigos e, especialmente, me dedicando ao blog. O blog me obriga a elaborar sínteses e me mantem, ao menos culturalmente, extremamente ativo. No blog me dedico a temas culturais, à política e ao relato das viagens, num compartilhamento das minhas experiências. Estou muito satisfeito com este meu modo de viver, neste mundo do pós trabalho. Não busco nenhuma remuneração nestas atividades. A minha principal preocupação é fazer um agito cultural e, se possível, contribuir com a elevação de seu nível, ainda que, num grau, dentro dos meus limites. Afinal de contas, a mente que se abre, tende para a expansão, sempre.
Eu gosto muito de frases postas em epígrafe. Elas são boas, à medida que são simbólicas e são o reflexo de toda uma situação. Na minha dissertação de mestrado, em História e Filosofia da Educação, na PUC/SP., a epígrafe principal diz sobre a relação entre a profissão, ou a atividade exercida e a alegria ou a felicidade que isso te pode trazer. Se houver uma identidade entre estas relações, estará aberta uma grande porta para uma vida equilibrada e, até diria, feliz. Se não houver esta sintonia, a tendência será para a inversão deste resultado. Eis a minha frase posta em epígrafe:
A bela frase em epígrafe é de Marx.
"A história conta entre os maiores, aqueles que, agindo no sentido do interesse comum, se tornarem eles mesmos melhores! A experiência considera ser mais feliz aquele que tornou feliz o maior número. [...] Quando tivermos escolhido a situação que nos permitirá obrar ao máximo para o bem da humanidade, nunca nos poderemos dobrar sob o seu fardo, porque os sacrifícios feitos sê-los-ão para o bem de todos. Não gozaremos então de uma alegria irrisória, limitada e egoísta mas a nossa felicidade será partilhada por milhões de seres humanos; as nossas ações viverão, silenciosas mas eternas, e as nossas cinzas serão regadas pelas lágrimas ardentes de nobres seres humanos". A frese é de Marx.
Por uma indicação da minha amiga, a professora Ileizi, da Universidade Estadual de Londrina, preenchi um formulário para fazer uma parceria entre o meu blog e a Companhia das Letras, simplesmente, a principal editora deste país. A parceria funciona nos seguintes termos: Por uns dois ou três meses eles ficaram observando o blog. Depois disto veio a proposta para a parceria. É muito simples e não não altera em nada a lógica do funcionamento do blog. A Companhia das Letras me manda a relação dos livros que são lançados no mês, eu escolho um deles, faço a resenha para o meu blog e mando o link para eles. Eles me mandam o livro da minha escolha para ser resenhado.
Capa do livro de Solomon Northup, doze anos de escravidão, da Penguin&Companhia das Letras.
O que eu ganho com isso? Eu ganho o livro. O que ganha a Companhia das Letras? Ela ganha divulgação. Eu também ganho com a divulgação do meu blog. E o que isto tem a ver com a frase em epígrafe, da minha dissertação? Ao fazer a divulgação do livro, creio que ajudo a provocar a sua leitura. Eu acredito piamente no princípio de que nós somos aquilo que nós lemos. Com a leitura desvelamos um mundo, um mundo amplo, plural e humano. Pelo livro elevamos o nosso ser em sua cultura, bondade e humanidade. E, ainda por cima, eu faço ou pratico uma atividade que me é extremamente prazerosa. O meu trabalho produzirá bons resultados com os compartilhamentos daquilo que eu faço.
Pois bem, o primeiro trabalho a fazer será a resenha de Doze anos de escravidão, um livro que é um marco na história dos Estados Unidos. O tema é delicado. Um homem livre é sequestrado e na qualidade de escravo é transformado em mercadoria humana, sob os beneplácitos da lei e da religião. Fato real, vivido e escrito por Northup, o narrador de suas desventuras. O tema é delicado, pois, a mentalidade escravocrata ainda persiste em nós, pois, do contrário, além da abolição também já teriam acabado com a sua obra, com a sua herança, refletida na imensa miséria que ainda grassa pelo mundo. Deixo no ar uma afirmativa de Northup: "Ai! Eu ainda não havia aprendido a extensão da 'desumanidade de um homem para outro homem', tampouco até que infinita medida de maldade um homem é capaz de ir pelo amor ao lucro". Segue a referência do livro: NORTHUP, Solomon. Doze Anos de Escravidão. São Paulo: Penguin&Companhia das Letras. 2014.
O que eu ganho com isso? Eu ganho o livro. O que ganha a Companhia das Letras? Ela ganha divulgação. Eu também ganho com a divulgação do meu blog. E o que isto tem a ver com a frase em epígrafe, da minha dissertação? Ao fazer a divulgação do livro, creio que ajudo a provocar a sua leitura. Eu acredito piamente no princípio de que nós somos aquilo que nós lemos. Com a leitura desvelamos um mundo, um mundo amplo, plural e humano. Pelo livro elevamos o nosso ser em sua cultura, bondade e humanidade. E, ainda por cima, eu faço ou pratico uma atividade que me é extremamente prazerosa. O meu trabalho produzirá bons resultados com os compartilhamentos daquilo que eu faço.
Pois bem, o primeiro trabalho a fazer será a resenha de Doze anos de escravidão, um livro que é um marco na história dos Estados Unidos. O tema é delicado. Um homem livre é sequestrado e na qualidade de escravo é transformado em mercadoria humana, sob os beneplácitos da lei e da religião. Fato real, vivido e escrito por Northup, o narrador de suas desventuras. O tema é delicado, pois, a mentalidade escravocrata ainda persiste em nós, pois, do contrário, além da abolição também já teriam acabado com a sua obra, com a sua herança, refletida na imensa miséria que ainda grassa pelo mundo. Deixo no ar uma afirmativa de Northup: "Ai! Eu ainda não havia aprendido a extensão da 'desumanidade de um homem para outro homem', tampouco até que infinita medida de maldade um homem é capaz de ir pelo amor ao lucro". Segue a referência do livro: NORTHUP, Solomon. Doze Anos de Escravidão. São Paulo: Penguin&Companhia das Letras. 2014.