Pensando numa mensagem de fim de ano, lembrei-me de uma aula de abertura de um ano letivo. Revirando minhas agendas a localizei. A agenda é de 1994. É a seguinte:
"Se pudesse viver novamente minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais... correria mais riscos, faria mais viagens, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios"
"Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem ter um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda chuva e um para quedas. Se voltasse a viver, viajaria mais leve. Começaria a andar descalço, no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono".
Tenho anotado na agenda que isso é de Jorge Luís Borges, citado por Clóvis Rossi. Por um ano novo mais moleque, era o título. Na mesma agenda encontrei anotado o seguinte:
"Abrirmos a cabeça
Para que afinal floresça
O mais que humano em nós
Então está tudo dito
E é tão bonito
E eu acredito num claro futuro
De música - ternura e aventura".
Tá combinado - de Caetano Veloso. Vai mais um aperitivo. Esse é de Niemeyer, das Curvas do Tempo. É sabido que ele não gostava de andar de avião. Daí vem o seguinte:
"Fiz muitas viagens entre o Brasil, a Europa e os Estados Unidos. Não gostava de andar de avião. De navio, eram 10 dias de férias no mar imenso, sem telefone, inteiramente livre.
Gostava de olhar o mar, cada dia diferente. Mar imenso a lembrar a eternidade. Gostava daqueles dias de ócio, sem fazer nada, a ler, conversar, estirado nas cadeiras de bordo".
Vou viajar, vou contemplar entardeceres, vou ver o mar. Vou ver as cachaçarias de Paraty. Vou me entregar ao ócio, sem ter medo de que ele seja a oficina de satanás. A todos desejo um ano novo repleto de ócio, de tempo livre e, absolutamente sem culpa.
Esta foi a minha mensagem para o ano de 2013. A repito integralmente para 2014, com o acréscimo de um texto apropriado para refletir em viradas de ano, de autoria de Mário de Andrade:
"Contei meus anos e descobri", escreveu Mário de Andrade "que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas... As primeiras ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, roi o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica são imaturos. Detesto fazer acareação de desafetos, que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. 'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir dos seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta viver o essencial". Viver é uma questão de paladar. Aprende-se a viver saboreando a vida.
E eu cá comigo, vou saboreando a vida, usufruindo do bem mais precioso, que é o meu tempo livre e a cada dia que passa, me apaixonando cada vez mais pelo humano e odiando, com uma uma intensidade muito mais profunda, tudo aquilo que é desumano. Gostaria de compartilhar com todos esta minha mensagem.
Esta foi a minha mensagem para o ano de 2013. A repito integralmente para 2014, com o acréscimo de um texto apropriado para refletir em viradas de ano, de autoria de Mário de Andrade:
"Contei meus anos e descobri", escreveu Mário de Andrade "que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas... As primeiras ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, roi o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica são imaturos. Detesto fazer acareação de desafetos, que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. 'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir dos seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta viver o essencial". Viver é uma questão de paladar. Aprende-se a viver saboreando a vida.
E eu cá comigo, vou saboreando a vida, usufruindo do bem mais precioso, que é o meu tempo livre e a cada dia que passa, me apaixonando cada vez mais pelo humano e odiando, com uma uma intensidade muito mais profunda, tudo aquilo que é desumano. Gostaria de compartilhar com todos esta minha mensagem.