Após a Segunda Guerra, o mundo estava apavorado e temia que todos os horrores desta guerra pudessem se repetir e, ainda com maior intensidade. Diante deste horror, muitos dirigentes mundiais estavam dispostos a criar instituições que efetivamente poderiam acabar com esta situação. Dentro deste cenário foi criada a Organização das Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Na reunião de Bretton Woods - New Hampshire - , em 1944 foram criadas estas duas instituições que teriam por finalidade a construção de uma nova arquitetura econômica que evitasse o surgimento de novas crises e os consequentes desajustes políticos e sociais.
44 países fundaram estas duas instituições e, prontamente agiram no sentido de evitar novos choques e novas quebras. O Banco Mundial faria os investimentos de longo prazo e estabeleceria os programas de combate à pobreza, especialmente nos países em vias de desenvolvimento. Ao FMI caberia a meta de reduzir as especulações financeiras e a volatilidade dos mercados. Faria os empréstimos necessários aos ajustes de contas, no cotidiano das economias. A sua meta estava mais ligada à estabilização.
As doutrinas neoliberais forma sendo impostas a todos os países em desenvolvimento. Choques de reformas estruturais que aprofundaram a acumulação capitalista.
As doutrinas neoliberais forma sendo impostas a todos os países em desenvolvimento. Choques de reformas estruturais que aprofundaram a acumulação capitalista.
John Maynard Keynes foi o grande articulador para a criação destas instituições, e, ao final do encontro, estava bastante esperançoso. Com o desenrolar da história, no entanto, aparece o professor Milton Friedman, da universidade de Chicago e o seu Liberdade de escolher, formando os garotos de Chicago. Estes garotos são recrutados entre jovens bolsistas latino americanos, preferencialmente oriundos de boas universidades, como a universidade católica do Chile e a PUC do Rio de Janeiro. Estes garotos serão fervorosos adeptos das ideias neoliberais do mestre.
Muitos destes garotos dirigirão as economias de seus países, assim que a eles retornaram, nos anos 1980 e 1990 e outros ainda, ocuparão os mais altos cargos nas duas poderosas instituições internacionais. Estes, e a crescente financeirização da economia, irão subverter completamente o espírito com o qual estas instituições haviam sido criadas.
Estas instituições, aproveitando o seu poder e força, não no sentido de que cada país membro tivesse direito a um voto, mas no sentido de que os países exercessem a força de acordo com o dinheiro depositado no fundo, obrigaram os países tomadores de empréstimos, a se submeterem a ortodoxia liberal imposta pelos grandes mantenedores destes fundos. Como já vimos, o final dos anos 1970 e a década de 1980, marca a implantação das doutrinas neoliberais nos países centrais da economia capitalista e o seu domínio absoluto mundo afora, já se dará na década de 1990.
Nos tempos de Fernando Henrique Cardoso, dos demo-tucanos, o Banco Mundial cuidava de tudo. Imaginem banco cuidando de educação.
Começa então o famoso período dos empréstimos condicionados. Os países tomadores de empréstimos deveriam aderir ao terrível receituário neoliberal, para receberem os seus financiamentos. Como estavam irremediavelmente condenados pelo seu endividamento, não lhes sobravam alternativas. Os pacotes com as condicionalidades foram sendo aceitos.
Estas condicionalidades se tornaram famosas através do chamado "Consenso de Washington", quando John Williamson o impôs a todos os países da América Latina.. Sobre o Consenso de Washington ainda falaremos em um post separado. O seu programa estava fundamentado num triunvirato doutrinário do qual faziam parte, as privatizações das empresas estatais, a desregulamentação/liberação do comércio e dos serviços financeiros em todo o mundo (globalização) e, ainda, a redução drástica dos gastos públicos, com quase nulos investimentos em saúde e em educação e na efetivação de reformas previdenciárias. Seria necessário fazer superávit primário.
FHC ao longo de seus 8 infindáveis anos de governo recorreu três vezes ao recursos do FMI. Como resultado alcançou as piores metas sociais e econômicas em toda a história deste mercado emergente, como ele costumava designar o Brasil, em vez de chamá-lo de Estado/Nação ou Pátria brasileira.