quinta-feira, 1 de junho de 2017

LULA. Coletânea de textos. Prefácio de Raduan Nassar.

Ao final do mês de maio foi lançado, em São Paulo, o livro LULA - uma coletânea de textos organizados pela jornalista Cleusa Slaviero. O livro tem o prefácio assinado pelo grande escritor Raduan Nassar. Mais de cem autores dão o seu testemunho e a sua percepção do que foi o governo do presidente Lula. Cleusa está despontando e se destacando como editora. Tem se dedicado ao gênero de crônicas, crônicas de resistência democrática, em tempos em que a serpente está procurando se livrar da fina membrana que a recobre em seu ovo, mas que já se apresenta com absoluta visibilidade.
Mais de cem autores, que em mais de 300 páginas, dão o testemunho em favor das políticas públicas dos governos de Lula.

Cleusa tem muitos méritos em seu trabalho. Por alguns vínculos pessoais e, muitos mais, pelo facebook, interagiu com mais de cem autores, muitos deles escrevendo pela primeira vez. Como resultado obteve um livro de elevada qualidade. As crônicas estão revestidas, acima de tudo, de muita sinceridade e de uma enorme vontade de exaltar e propagar os feitos de um governo marcado por políticas públicas de inclusão e de construção de cidadania num país tão marcado pelas injustiças sociais construídas por uma elite branca, que tem na falta de sensibilidade a sua grande característica. Uma herança bandeirante e escravocrata.

O livro tem dedicatória para Lula e Marisa Letícia. Para Marisa Letícia  são dadas as primeiras palavras: "No início, muitos políticos diziam: Lula, para que criar outro partido, basta entrar num dos que já existem. Mas ele respondia: quero criar um partido diferente de todos, um partido dos trabalhadores".

Segue o prefácio. Raduan Nassar. Cleusa é uma editora atrevida. Nassar pouco, mas muito, escreveu. Estava absolutamente recluso. No prefácio, mais uma vez, pouco, mas muito, escreveu e concluiu: "É preciso dizer mais"? E o que ele escreveu? Depois de constatar que um governo de exceção se apossou do Brasil, "posto e amparado pelo Ministério Público e pelo Supremo Tribunal Federal, um e outro politizados", ele traz dois testemunhos para corroborar a sua afirmação. A primeira é do professor Moniz Bandeira: "Um país com judiciário politizado acabou". E continua:

"O que importa, não é a prova, não é a lei, mas a 'convicção' do juiz. A lava Jato configura uma guerra jurídica assimétrica, mediante o uso ilegítimo da Justiça, a manipulação da lei e dos processos judiciais com fins políticos. [...] O juiz Sérgio Moro e o procurador-geral Rodrigo Janot atacam o Brasil por dentro de suas entranhas ao destruir as grandes empresas nacionais, privadas e públicas, que concorrem no mercado exterior. Causam imensurável dano à economia, maior do que a corrupção que dizem combater".

A segunda testemunha é o físico da Unicamp, Rogério Cesar Cerqueira Leite, que mira certeiramente no juiz Sérgio Moro: "O juiz da Lava Jato é absolutamente parcial e está a serviço das classes dominantes. Daí é que segue a sua conclusão: "É preciso dizer mais"? Mas antes ainda dá as razões do partidarismo do judiciário: "Todo esse partidarismo do Judiciário é para impedir o retorno de Lula ao governo". Para mim, este prefácio já seria o suficiente para o livro.

Na apresentação do livro é apresentado o projeto da editora (ComPactos), desde os livros das crônicas de resistência e, em particular deste, dando voz ao legado de Lula. Legado que muitos tentam destruir, uma vez que se sentiram e se sentem ameaçados em seus privilégios pelas políticas públicas em favor da cidadania. Por esta razão mais de cem autores contam "uma história humilde, porém ambiciosa. Pacífica, mas revolucionária".

Por serem muitos os autores, não vou falar deles. Apenas destaco uma das frases do texto da professora Regina Reinert, de quem recebi o livro e uma bela dedicatória. Uma leitura de esperança. Mas vamos à frase, a frase final, para que ela continue ecoando: "Estamos na defesa inexorável da cidadania contra aqueles que querem manter as coisas como sempre foram, reprimindo projetos populares e ainda culpar o povo. Daqueles que querem mudar para permanecer, porque seus objetivos nunca foram a nação, mas a classe. Somos agentes da mudança. Nossa luta nunca foi e nunca será fácil. A luta de classe, como todo o pensamento de transformação social, é sempre tensa".

O livro está aí e quer ser lido. Um livro para a história. Para a Cleusa, que com uma pitada de orgulho e satisfação, aproveito para dizer que foi minha aluna, os nossos parabéns. Deixo ainda o contato da editora. www.editoracompactos.com.br




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