quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Diário de uma Viagem. O Terceiro Dia em Paris.

Desde que li o livro de Lorànt Deutsch - Próxima estação, Paris - é que gostei ainda mais do rio Sena e de sua ilha, a Île de la Cité, Creio que isto se deve ao fato de ter compreendido melhor a importância histórica do rio e, especialmente, a de sua ilha para o desenvolvimento da cidade. A Ilha da cidade, em forma de barco, é o coração e a alma da cidade. Nela está, ao menos no entendimento de muitos, a sua maior maravilha, que é catedral de Notre Dame.  O nosso terceiro dia em Paris, já sem pacote turístico, começou exatamente, na ilha da cidade, junto a catedral. A catedral está de aniversário especial. Neste ano ela está completando 850 anos. Foi aí que pedimos para o táxi nos deixar. O dia se resumiria a andar a pé. E olha que andamos!
A magnífica catedral gótica de Notre Dame. Não é todo dia que se inicia um passeio num lugar destes.

Seguimos costeando o rio, de acordo com a sua correnteza, ou seja, pela sua margem direita. O nosso primeiro destino seria a Torre Eiffel. É muito gostoso fazer este passeio a pé. Paris vai se desvelando para você. Não sei quantas pontes tem o rio. São inúmeras. A cada 500 metros, praticamente, tem uma. Algumas delas são verdadeiras obras de arte e tem atrás de si muitos anos de história. Em outras existem milhares e milhares de cadeados, que são ali colocados por enamorados, na certeza de fazerem amarrações no amor. Da minha parte não coloquei nenhum. Desde o ano passado, eu sigo a filosofa do motorista do nosso ônibus na Itália. Por que devo fazer a infelicidade de uma mulher, se a tantas, eu posso tornar felizes!
Os cadeados com amarrações do amor, numa das pontes do rio Sena.

Numa caminhada lenta, com muitas paradas para olhares e fotografias, depois de quase duas horas, chegamos até o local da Torre. Ela seguramente merece toda a fama que tem. Subir as suas escadas (num total de 1665 degraus, da base ao topo) foi uma tarefa na qual nem mesmo pensei. Além do mais as filas para a compra de ingresso e para a subida são enormes. Existem diferentes níveis de paradas e o acesso mesmo é feito por elevador. Ela foi construída para as comemorações do centenário da Revolução Francesa e para a Exposição Internacional do mesmo ano. A sua origem, portanto, é a de muita celebração e festa. Nos contou o guia, que Gustave Eiffel, o seu projetista, a ofereceu para o governo francês, que a recusou, por problemas financeiros. Eiffel então propôs construí-la com recursos próprios, desde que pudesse explorá-la economicamente por 30 anos. Em apenas um ano e meio a obra se pagou.
De mais perto é impossível. Foto a partir de uma de suas laterais. Os números desta Torre impressionam.

Alguns números: Tem 324 metros de altura. Foi a edificação mais alta do mundo até a construção do Empire State Building de Nova York. Nela foram usados mais de 2 milhões e meio de rebites, e ela nunca balança mais do que sete centímetros. Pesa 10.100 toneladas. Ela é pintada de sete em sete anos, gastando-se nesta pintura 50 toneladas de tinta. A sua iluminação noturna constitui-se num espetáculo à parte. É o monumento mais visitado do mundo, por mais de seis milhões de turistas por ano. Da torre, teríamos algumas opções. A escolha se deu pela ida ao Arco do Triunfo e à Champs Elysées. Mais uma caminhada e o Arco estava à nossa frente.

O Arco do triunfo lembra os feitos de Napoleão Bonaparte. Foi sua promessa, após a sua maior vitória, a batalha de Austerlitz (1805), que seus soldados voltariam sob arcos triunfais. As obras foram iniciadas já no ano seguinte, mas o declínio de Napoleão fez com que o monumento esperasse até 1836 para ser concluído. Ele tem 60 metros de altura e o seu charme está nas esculturas que retratam cenas de batalhas militares. Ali, em 1921 foi enterrado o soldado desconhecido, e familiares de vítimas das guerras mantém viva a tradição de irem ali prestarem homenagens. Ali são realizadas as grandes festas cívicas da França.
O Arco do Triunfo foi originariamente concebido para celebrar a vitória de Napoleão em Austerlitz. Neste local acontecem os grandes eventos cívicos de Paris.

O Arco do triunfo está no começo, ou seria o final de uma das avenidas mais famosas do mundo. A Champs Elysées. Ela data de 1667. Também é chamada de caminho triunfal, pois foi por ali que passou o corpo de Napoleão, após a sua chegada da ilha de Santa Helena. O seu charme se deve ao seu projeto paisagístico, com a beleza de seus jardins. Nesta avenida, já nas proximidades do Sena, estão o Grand Palais e o Petit Palais, que serviram de palco para a exposição universal de 1900. Os dois lados desta avenida são os lugares mais disputados do mundo para servirem de palco para as suas marcas. Até eu, que não sou chegado a este mundo, vi lojas, como a do famoso maleiro de Paris, um tal de Louis Vuiton e a loja do time de futebol da cidade, o Paris Saint Germain.
Uma das avenidas mais famosas do mundo. A Champs Elysées.

A estas alturas já eram umas duas da tarde, um calor intenso e a caminhada nos extenuou. Terminamos na Place de La Concorde, oito hectares de terra em pleno centro de Paris e onde se encontra o fabuloso obelisco. La Concorde foi a praça das execuções da Revolução Francesa. Mais de 1300 pessoas teriam sido ali executadas. Entre as vítimas mais famosas estão Luís XVI e Maria Antonieta, Robespierre e Marat.
O Obelisco na Place de la Concorde. É a praça das execuções da Revolução Francesa.

A Place de La Concorde fica nas proximidades do Louvre, onde almoçamos e não tínhamos mais forças, além daquelas que nos levariam de volta ao hotel, na Porta da Itália, de táxi. Não nos aventuramos a andar de metrô pela cidade. Afinal, ficaríamos poucos dias. Mas quem fizer a opção por um tempo um pouco maior, ou mais econômica, andar de metrô é altamente vantajoso e de seu serviço, só se ouve elogios. No dia seguinte mais uma aventura estava a nossa espera. Optamos pelo Pantheón e pelo Jardim de Luxenbourg. Conto na sequência.

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