quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O 20 de setembro. A semana farroupilha.

Como estamos no 20 de setembro, preciso dizer alguma coisa sobre o Rio Grande do Sul, o meu querido estado. Nasci em Harmonia, cidade de colonização alemã, no vale do rio Caí, numa região propriamente mais riograndense do que gaúcha. Mas já se foi o tempo em que se faziam estas distinções. Toda a minha formação inicial e acadêmica a fiz aí, para depois levar a minha vida em outras plagas, aqui no Paraná. Sobram muitas saudades e belas recordações.
O recanto gaúcho, aqui em minha casa. 

Quem quiser se iniciar um pouco na cultura do Rio Grande do Sul deixo aqui algumas sugestões. A primeira obra que eu recomendaria são os contos gauchescos do Simões |Lopes Neto, da Artes e Ofícios, que tem introdução e notas de Luís Augusto Fischer. Chamo atenção para as notas, que constituem um verdadeiro dicionário. Do mesmo Simões Lopes Neto tem  Contos gauchescos & Lendas do Sul, pela LPM - Pocket. Entre as lendas está A Salamanca do Jarau, em que aparece a teiniguá, que reaparece depois na obra de Érico Veríssimo, em O Tempo e o Vento, no segundo volume de O Continente. Transcrevo um pedacinho desta lenda da Salamanca, para mim o mais sábio e o mais bonito:

"Nada quiseste, tiveste a alma forte e o coração sereno, tiveste, mas não soubeste governar o pensamento nem segurar a língua!... Não te direi se bem fizeste ou mal. Mas como és pobre e isso te aflige, aceita este meu presente, que te dou. É uma onça de ouro que está furada pelo condão mágico; ela te dará tantas quantas quiseres, mas sempre de uma em uma e nunca mais que uma por vez; guarda-a em lembrança de mim". Que sábia lição. Apenas de acordo com as necessidades. Nunca para acumular! Simões Lopes Neto é considerado como o precursor da literatura regional.

Para quem quiser conhecer sobre a Revolução Farroupilha, onde entra o 20 de setembro, a história está muito bem contada por Tabajara Ruas, em três volumes: 1. O país dos Centauros; 2. A República de Anita e 3. A carga dos lanceiros. A sina destes lanceiros, os lanceiros negros também está contada, aí sim, já num livro acadêmico sobre o Duque de Caxias. Dou a referência: Duque de Caxias - o homem por trás do monumento, de autoria de Adriana Barreto de Souza. Mas quem efetivamente quiser amar esta terra terá que passar pelo O Tempo e o Vento de Érico Veríssimo. São sete volumes assim distribuídos: Dois sobre O Continente; dois sobre O Retrato e três sobre O Arquipélago. A leitura, além de profundamente ilustrativa é agradabilíssima e apaixonante. São retratos da alma gaúcha.

Entre 1835 e 1845 o Rio Grande viveu a epopeia da República do Piratini. A paz foi negociada e a secessão não se consumou. Sobrou muita história, muito orgulho e um dos mais belos hinos. A sua letra diz tudo e, por isso a deixo falar: o hino do Rio Grande do Sul.
Se você quiser ouvir uma das mais belas versões do hino do Rio Grande do Sul, você o encontrará neste DVD. Aí ele é cantado por uma plêiade de cantores nativistas.

Como aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o 20 de setembro
O precursor da liberdade

Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

De modelo a toda Terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo

Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas 
De modelo a toda terra.

Sim, também preciso contar isso. O rio Grande do Sul também é a terra do único imortal do futebol brasileiro, que por sinal também tem um dos mais belos hinos, o Até a pé nós iremos, uma composição do Lupicínio Rodrigues. O Grêmio Futebol Porto Alegrense. Em tempo, no Rio Grande do Sul também existe mais um outro time de futebol.

  

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