sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Visita guiada pelo centro histórico de Curitiba. Curitiba Norte. APP-Sindicato.

Numa bela promoção, o Núcleo Sindical Curitiba Norte, da APP-Sindicato - Gestão APP independente, democrática e de luta -, promoveu no dia 23 de setembro uma visita guiada pelo centro histórico da cidade de Curitiba. "Venha conhecer os mistérios do Centro Histórico de Curitiba" dizia o convite virtual do núcleo, endereçado aos e às professor@s aposentad@s do núcleo. A exploração destes mistérios reuniu cerca de quarenta participantes, que se cumprimentaram na Catedral Metropolitana e se despediram num maravilhoso café colonial.
 
Participantes da caminhada em busca de sombra, em dia de muito calor na fria Curitiba.

A promoção do núcleo sindical teve a coordenação da professora Alayde Demantova,  e a efetiva participação, na qualidade de guia, do professor Fabiano Stoiev, dirigente do núcleo e professor de história. A sua aula teve inspiração grega, nos filósofos peripatéticos, que usavam a caminhada no processo ensino/ aprendizagem, seguindo o mestre Aristóteles. Numa visita guiada, o método só poderia ser mesmo a caminhada. Repito, Fabiano Stoiev é professor de história. Sabe e conhece história.
No Marco Zero, o marco da localização e a pedra da posse simbólica de Portugal.

Eu já participei de muitas visitas guiadas, mas nunca isso me foi oferecido em Curitiba. Por duas horas lançamos um olhar curioso sobre lugares que julgávamos conhecidos, apenas pelo fato de ali termos passado inúmeras vezes. Do ponto de encontro, na Catedral, movemos alguns passos, para o marco fundador da cidade, o chamado Marco Zero. Depois de ouvirmos, a título de introdução, sobre as diferentes fases da história de Curitiba e do Paraná, já no Marco Zero, as versões sobre as origens de seu povoamento. Não vamos aqui repetir a história, suas lendas e mitos, belíssimos por sinal. Vamos apenas registrar alguns fatos mais marcantes.
Bronze de João Turim. O cacique Tindiquera indica o local. É aqui. Fundação de Curitiba.

A data oficial da fundação é a de 29 de março de 1693, quando já tinha ocorrido o deslocamento dos moradores, das margens do rio Atuba para as margens do rio Ivo, sob o comando do capitão povoador Matheus Leme. Nesta data a cidade ganhou as suas instituições. Mas antes já ganhara uma, a que garantiria a "ordem", qual seja, o Pelourinho, que pode ser encontrado um pouco à frente, nos fundos do primeiro Paço Municipal, ou Paço da Liberdade, que, por sinal, foi o próximo passo de nossa visita. Uma estátua de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, a padroeira da cidade, sempre acompanhou os primitivos povoadores. O Pelourinho foi instituído em 1668.
A instituição do Pelourinho antecedeu às outras instituições e mesmo a fundação.

A visita ao Paço da Liberdade representou um salto histórico para 1916, quando este palácio foi inaugurado. O prédio, em estilo eclético e detalhes neo clássicos, foi revitalizado e entregue à cidade, como um espaço cultural, administrado pelo SESC/Pr.. É o único prédio paranaense tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional. Depois voltamos a mergulhar na história do século XVIII, na praça Tiradentes, vendo as calçadas coloniais das ruas, que recentemente foram descobertas. Uma nova parada foi feita na Catedral Metropolitana. Apenas um detalhe. A história de Nossa Senhora está registrada em seus belos vitrais. Depois o nosso destino foi o famoso e histórico Largo da Ordem.

As calçadas da Curitiba colonial, na praça Tiradentes e uma imagem (a 2ª) de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, no Museu de Arte Sacra.

Ali observamos dois prédios para diferenciar estilos arquitetônicos. A casa Romário Martins e um prédio que hoje é ocupado pelo Schwarzwald bar do alemão, também já histórico (não é a sua entrada principal). Nele podemos ver o estilo eclético, uma marca de Curitiba, sendo que a casa Romário Martins é o único sobrevivente da arquitetura colonial na cidade. Ali no Largo, o bebedouro também recebeu a sua menção e, junto com ele, a fase do tropeirismo. Mas as atenções maiores se voltaram para a Igreja da Ordem, a mais antiga, em pé, de Curitiba e que foi preparada com toques góticos, para receber a visita imperial de D. Pedro II. Junto à Igreja o Museu de Arte Sacra, com belos exemplares.
No Largo da Ordem. O estilo colonial e o eclético. O bebedouro é a marca de um ciclo econômico.

O próximo passo, ou apenas um giro do passo, foi para o pós-moderno na arquitetura, o Memorial de Curitiba, onde no dia havia uma apresentação de danças ciganas, em comemoração ao dia dos ciganos, também presentes no povoamento da cidade. O prédio da Fundação Cultural de Curitiba, com as suas histórias alemãs e, as relativas à Revolução Federalista, também mereceram as suas considerações, como também a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Como o dia era de um calor intenso, as ruínas do São Francisco e o Museu Paranaense ficaram à espera de uma outra ocasião. Também o café colonial já estava servido no Solar do Rosário, espaço que por si só, já merece uma visita.
A Igreja da Ordem e o Museu de Arte Sacra. Os caminhantes posam e se preparam para o café colonial.

Por motivos que não convém declinar, resisti heroica e estoicamente a este café e também passei incólume pelo Schwarzwald bar do alemão, sem tomar um chopp, embora o dia estivesse extremamente convidativo. Quero ainda registrar louvores e agradecimentos pela bela iniciativa. Parabéns Alayde, Parabéns professor Fabiano e parabéns ao Núcleo Curitiba Norte da App-Sindicato. E.., boas iniciativas devem ser repetidas.



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