sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Europa 2019. 2. DRESDEN - BAMBERG - NUREMBERG.

Hoje é o dia 20 de julho, um sábado. Saímos de Berlim as 7h30, o que significa que levantamos as 6h00. Percorreríamos 540 quilômetros. No horizonte se descortinavam as cidades de Dresden, Bamberg e Nuremberg. Lentamente deixamos Berlim para trás, a sua rua chique, a das compras de marcas famosas, a Kurfürstendamm, o aeroporto de Tegel, rumo ao sul, passando pelos estados da Saxônia e da Baviera.
Dresden, muita história e beleza.

Marcos é o nosso guia. Vai nos contando sobre a Alemanha, sobre Berlim, sobre a economia e a política alemã e, sobretudo, sobre Dresden, o nosso primeiro destino. A cidade  possui algo em torno de 550.000 habitantes e é Patrimônio Cultural da Humanidade. Impressionam os seus palácios e as suas igrejas, a católica e a protestante. A região pertencia ao Sacro Império Romano Germânico e sempre foi ocupada por poderosas dinastias, como os Witten e os Hohenzollern. São povos de origem eslava. Chegou, inclusive, ser a cidade residencial dos reis da Polônia (1697-1763), dos reis Augusto II e Augusto III. Foi o seu período de maior esplendor.
Os impressionantes palácios de Dresden.

A cidade é mais conhecida por sua riqueza cultural do que econômica. Em 1945 sofreu um bombardeio, considerado criminoso, pois, a cidade não tinha tanta importância estratégica. Este bombardeio matou mais de 25.000 pessoas e arrasou a cidade. No período da Guerra Fria fez parte da República Democrática Alemã. É a capital do Estado da Saxônia. É também forte cidade universitária, com o domínio da tecnologia sobre as humanidades. A sua denominação, inclusive, é Universidade Tecnológica de Dresden e abriga mais de 40.000 alunos. A cidade é também famosa pela sua porcelana, a porcelana de Meissen, que continua sendo produzida.
A porcelana tornou a cidade famosa.

A cidade é dominantemente protestante, apesar de toda a sua vinculação histórica com a católica Polônia. O que eu vi foi, efetivamente, muito maior do que a expectativa que eu alimentava. O castelo e as igrejas evidenciam que foi uma cidade muito importante. Hoje é também importante centro de produção industrial, da indústria química e aeronáutica. Muito contribui a sua excelente localização, nas proximidades de Berlim e de Praga. Uma cidade tipicamente barroca e é esta parte cultural que lhe confere todo o seu charme. A Florença do rio Elba. É Patrimônio Cultural da Humanidade.
Reflexos medievais da cidade.

De relance, Marcos falou que nem tudo são maravilhas nesta cidade. Ela abriga um movimento ultra conservador, o PEGIDA, sigla para Patriotische Europäer gegen die Islamisierung des Abendlandes ou Europeus Patriotas contra a Islamização do Ocidente, é uma organização de extrema-direita que se opõe à imigração de muçulmanos na Alemanha. Foi o que eu busquei agora no Google.
O pórtico de entrada da cidade.

Saímos de Dresden e da protestante Saxônia para entrar na católica Baviera. A entrada seria pela cidade de Bamberg, que ostenta o seu catolicismo com santos nas fachadas das casas. Pelo caminho, enormes trigais, com trigo já colhido e ainda por ser, milharais, bosques de reflorestamento, placas de energia solar e cata-ventos de energia eólica. Mais falas de Marcos, o guia. Até 2025 a Alemanha desativará 9 usinas de energia nuclear e fará um enorme esforço em torno da energia renovável. Também para 2025 a pretensão é a de circularem apenas carros movidos à energia elétrica.
A presença de santos na fachada das casas é anúncio de que chegamos na católica Bamberg.

Chegamos em Bamberg, na região chamada de Francônia. É um importante centro cultural e comercial. A cidade não foi bombardeada e, desde 1993, é Patrimônio Cultural da Humanidade. É também importante centro universitário. Possui em torno de 75.000 habitantes. Sempre teve forte presença religiosa, ligada a ordem dos beneditinos. Seu principal personagem histórico é Henrique II, um rei e santo da igreja católica. Chegou a ser, por algum tempo, a sede do Sacro Império Romano Germânico. A catedral e os palácios são o seu grande patrimônio histórico e por ser uma cidade muito católica, também se tornou famosa pela caça às bruxas, as famosas Hexen. Também a cerveja defumada Rauchbier é uma marca da cidade, assim como os artistas de rua.
A bela catedral da católica Bamberg.

O destino final do dia seria a importante cidade de Nuremberg, que ganhou muita fama em função dos julgamentos dos criminosos do nazismo, após a Segunda Guerra Mundial. Como o tema já ganhou muita literatura, não me atenho a ele, para destacar outros aspectos desta importante cidade, que eu desconhecia. Pelo julgamentos dos criminosos nazistas a cidade se vinculou à construção dos Direitos Humanos. No passado, lamentavelmente, a cidade teve fortes vínculos com o nazismo. Foi ali que se realizaram os grandes congressos e comícios do Partido (1923 a 1939), grandes espetáculos da propaganda nazista, filmados e amplamente divulgados. Por esta vinculação foi considerada como a capital do nazismo e, por isso mesmo, também intensamente bombardeada.
Impressionantes prédios históricos foram reconstruídos na bombardeada cidade.


A cidade foi um importante centro do Sacro Império Romano Germânico e os seus prédios históricos foram todos reconstruídos. A sua localização geográfica sempre a tornou um importante centro econômico e estratégico. A sua pujança econômica é impressionante. Ela é sede de muitas das grande empresas alemãs de alta tecnologia, em praticamente todos os setores. Ali tem sede empresas como a Adidas e a Puma, a Bosch e a Playmobil, a Siemens e a Novartis Pharma, a Faber Castel e a Nestlê, assim como os veículos pesados da MAN.
A imponente presença das igrejas, das catedrais.

Historicamente a cidade esteve muito ligada ao Renascimento e é conhecida como a Florença germânica. Albrecht Dürer foi o seu grande nome. Um sábio universal. Teve grande influência na Alemanha e nos Países Baixos. Seus prédios históricos, inclusive parte de seu muro, de origem medieval foram totalmente reconstruídos. Possui a segunda maior universidade da Baviera, fundada em 1742, a Erlanger-Nuremberg, com mais de 40.000 alunos e muitos convênios internacionais. É banhada pelo rio Pegnitz e um canal interliga os rios Main e o Danúbio. Ali pernoitamos. O hotel estava muito bem localizado, junto a parte central e histórica da cidade. O dia seguinte nos reservava, ainda na Baviera, Kelheim, Landshut, Dachau e Munique.
A presença do cuidado nesta encantadora cidade.


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