quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Quem mexeu na sua previdência no Estado do Paraná. Confira os votos.

Dia 4 de dezembro de 2019. Um dia triste e fatídico. Eu narro os fatos.

Em 29 de abril de 2016, o então governador e hoje réu, Beto Richa, fez uma reforma da previdência contra os servidores públicos do Estado do Paraná. Aumentou cobranças e diminuiu benefícios. Além disso, praticamente, transformou o fundo previdenciário em conta corrente para o pagamento das contas do Estado. Em outras palavras, destruiu o fundo previdenciário.
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Agora, com as reformas generalizadas e entre elas a reforma da previdência, o governador Rato Júnior também fez a reforma da previdência dos servidores públicos do Estado do Paraná, bem como a recapitalização do fundo, destruído pelo seu antecessor e comparsa de governo. A mão foi pesada. Sobrou para todo mundo, aliás, não foi para todo mundo. Alguns privilegiados sobraram. Injustiças profundas, carreiras destroçadas e velhices transformadas em sofrimentos.

A primeira votação era para ter acontecido no dia 3. Acuados, os servidores foram para o ataque. Tomaram as dependências da Assembleia Legislativa e a votação não ocorreu. O que fez o inominável presidente da casa. Transferiu a sede do Poder Legislativo para a labiríntica Ópera de Arame e montou uma operação de guerra com a polícia militar. Diga-se, esta mesma polícia ficou de fora das atrocidades dessa reforma.
Ficou mais difícil, mas resistiremos. "Amanhã há de ser um novo dia", apesar de vocês.

A votação não seria simples, por se tratar de uma emenda à Constituição estadual. Ela teria um trâmite legislativo cheio de ritos, com interstícios entre as sessões. Teria que ser amplamente discutida. Nada disso foi considerado e a votação foi efetuada às pressas. A votação foi de goleada, tal a dominação ou a subserviência dos deputados ao governador, ou do legislativo ao executivo. A base do governador até cresceu em relação à maioria que o réu Beto Richa tinha na casa. O resultado: 43X9. Vamos aos votos e aos partidos dos votantes:

Votaram SIM - pela reforma e contra os servidores:

Alexandre Amaro -  Repub.;
Alexandre Cury - PSB;
Artagão Júnior - PSB;
Cantora Mara Lima - PSC;
Cobra Repórter - PSD;
Coronel Lee - PSL;
Cristina Silvestre - PPS;
Delegado Fernando Martins - PSL;
Delegado Francischini - PSL;
Delegado Jacovós - PL;
Delegado Recalcatti - PSD;
Do Carmo - PSL;
Douglas Fabrício - PPS;
Dr. Batista - PMN;
Emerson Bacil - PSL;
Evandro Araújo - PSC;
Francisco Bührer - PSD;
Galo - Podemos;
Gilson de Souza - PSC;
Homero Marchese - Pros;
Hussein Bakri - PSD;
Jonas Guimarães - PSB
Luiz Carlos Martins - PP;
Luiz Cláudio Romanelli - PSB;
Luiz Fernando Guerra - PSL;
Mabel Canto - PSC;
Marcel Micheletto - PL;
Márcio Pacheco - PDT;
Maria Victória - PP;
Mauro Moraes - PSD;
Michelle Caputto - PSDB;
Nelson Justus - DEM;
Nelson Luersen - PDT;
Paulo Litro - PSDB;
Plauto Miró - DEM;
Reichenbach - PSC;
Ricardo Arruda - PSL;
Rodrigo Estacho - PV;
Soldado Adriano José - PV;
Subtetente Everton - PSL;
Tercílio Turini - PPS;
Tiago Amaral - PSB;
Tião Medeiros - PTB.

Votaram NÃO - contra a reforma e a favor dos servidores.

Anibelli Neto - MDB;
Arilson Chioratto - PT;
Boca Aberta Júnior - Pros;
Goura - PDT;
Luciana Rafagnin - PT;
Prof. Lemos - PT;
Requião Filho - MDB;
Soldado Fruet - Pros;
Tadeu Veneri - PT.

Ademar Traiano, do PSDB, não votou, por ser o comandante da farsa toda e Gilberto Ribeiro, do PP esteve ausente da votação.

Surpresas. Sim e não. Os votos mais estranhos são os dois votos dos deputados do PDT. O que não diria o Leonel Brizola! Outros, que estiveram conosco em outros momentos, optaram pela momentânea zona de conforto das benesses governamentais.

Os deputados da oposição entraram com recurso judicial pedindo a anulação da votação por questões de não cumprimento regimental. Creio que isso não traz esperanças, uma vez que, nunca como agora, os três poderes são um só.

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