segunda-feira, 20 de maio de 2013

Somos Tão Jovens. Renato Russo no Cinema.


O primeiro interesse que eu tive em assistir o filme Somos tão Jovens, sobre a vida de Renato Russo, foi ao ouvir uma entrevista, nas rádios que eu escuto (CBN- Band-News), em que o entrevistado falava do sobrenome, ou nome artístico que Renato Manfredini Jr. adotou, Renato Russo. Aí eu me liguei e, atentamente, ouvi a explicação. O Russo era uma homenagem a dois filósofos: Bertrand Russel e Jean Jacques Rousseau. Aí eu decidi ver o filme. No entanto, entretido com a leitura dos livros de Jorge Amado, me esqueci. Aí recebo a minha assinatura da revista CULT, com matéria a respeito. Aí resolvi de vez. Na primeira tarde já me mandei para o cinema. O rapaz jovem que homenageia Russel e Rousseau merece o maior respeito
Somos Tão Jovens
O cartaz promocional de Somos tão Jovens.

O flime foi bem recebido recebido pelo crítica. A interpretação de Thiago Mendonça no papel de Renato Russo e de Laila Zaid, como Ana Cláudia, receberam elogios quase unânimes. A crítica mais negativa recaiu sobre os diálogos. O filme é biográfico, com foco no jovem Renato Russo e a sua formação musical.O filme termina quando Legião Urbana se apresenta no Circo Voador, no Rio de Janeiro e a banda é alçada ao maior sucesso.

Renato Manfredini Jr é filho de uma família de classe média, diríamos, alta. O seu pai é economista no Banco do Brasil, transferido para Brasília, em meados dos anos 80. Renato é portador de uma doença óssea congênita -epifiólise- e sofre de uma intervenção cirúrgica de recuperação lenta. Já antes da cirurgia a sua locomoção era difícil. Estas dificuldades o tornam um menino, praticamente recluso em sua casa. Isto tem tudo a ver com a sua formação, especialmente, a musical. Ouve música o dia inteiro, quando não está lendo. Neste clima incita os seus sonhos. Será um músico famoso, projeta em sua imaginação. Os amigos o levam para a música no cenário de Brasília.

O filme não mostra apenas as alegrias musicais do jovem. Contextualiza toda a época, época de muita tristeza, de uma ditadura militar que vai se extenuando e roubando as perspectivas de futuro da juventude. Este clima terá forte influência nas letras de sua música. A primeira banda que se forma em torno dele será o Aborto Elétrico, uma banda punk, depois vira um trovador solitário, para, finalmente, formar a Legião Urbana. O seu gênio complexo e a convivência difícil, dificultaram a formação consistente das bandas.

O filme é extremamente atraente e agradável de se assistir. Tem muita música. É um belo show. Eu gostaria de destacar alguns pontos altos, evidentemente, a partir do meu olhar. Tem uma cena, em que os pais o flagram ouvindo música punk, se lamentam, "logo nós, que só o fazíamos ouvir Bach e Bethoven". Aliás a relação com a família, embora não seja das piores, também não pode ser considerada boa. Nada tem de pancadaria. Outra cena memorável é também na relação com a família. O pai o admoesta pelo abandono de sua primeira profissão, a de professor de inglês, afirmando ser impossível viver de música. Então ele, apenas para agradar, afirma que seguirá carreira diplomática. O rosto do pai se ilumina nesta cena. Cena típica da pequena burguesia em sua ânsia de profissões estáveis e rentáveis.
Olha aí o DVD que eu comprei Concerto Sinfônico Legião Urbana. Ao fundo matéria da revista CULT. 

Tem outra cena que vale a pena ver, por causa da cara de espanto da mãe, quando Renato lhe fala, ainda que de leve, de suas preferências sexuais. A cena do guitarrista que afirma que permanecerá por pouco tempo na banda, é boa pela contextualização da época. Irá embora para Paris, por não ver perspectivas de futuro no Brasil. Mas a cena em que eu não contive uma boa risada, foi quando eles fizeram uma apresentação em Minas Gerais e os militares fizeram cara feia e de muito espanto, diante da apresentação do grupo. Soube depois, que eles chegaram a ser detidos nesta oportunidade.

Goste muito de ver o filme. Para me enredar mais com seu clima, fui logo após o filme ver o que tinha de CD ou DVD da Legião Urbana para comprar. Achei um que eu acho que vou gostar. Vou vê-lo logo após a conclusão deste post. Ele tem músicas famosas. É um concerto sinfônico, apresentado no Rock in Rio, homenageando o Legião Urbana. 

Na próxima semana tem mais. Será a estreia de Faroeste Caboclo.

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário. Depois de moderado ele será liberado.