Este é mais um livro paradidático da Jorge Zahar, para crianças e jovens. Como sou jovem, não tive dúvidas. O livro tem muitas coisas que, velhinhos como eu, não sabiam. É muito bom entrar em contato com o livro que incendiou imaginações e abriu as portas de novos mundos, naquela época distante. O autor é Janis Herbert, que também tem um livro sobre Leonardo da Vinci para crianças. http://www.blogdopedroeloi.com.br/2015/04/leonardo-da-vinci-para-criancas.html
Vamos começar situando e datando o grande aventureiro. Ele nasceu em Veneza em 1254 e morreu na mesma cidade, em 1324. Veneza era, na época, o maior centro comercial da Europa. As datas nos indicam os alvores do humanismo renascentista, que mais tarde agitaria a Itália e transformaria o mundo inteiro. O maior feito de Marco Polo foi ter escrito a sua viagem ao reino de Kublai Khan, o rei mongol que dominou, praticamente todo o oriente, menos o Japão. O livro foi escrito em parceria com Rutischello de Pisa, que como Marco, também estava preso em Gênova. A viagem descrita durou 24 anos e incendiou a imaginação europeia na busca de riquezas.
Marco Polo viveu sob a influência de seu pai, Niccolo e de seu tio, Maffeo. A mãe morreu muito cedo. Eles deixaram o menino Marco em Veneza, partindo para o oriente, quando ele tinha 6 anos e voltaram quando ele já tinha 15. Em Veneza o menino andava entre os comerciantes e os navios, em meio a sedas e especiarias, entre pigmentos, sal e lã, esperando a volta do pai e do tio. Marco ficou encantado com a narrativa.
Uma versão brasileira do livro de Marco Polo, com comentários de Carlos Heitor Cony, da Ediouro.
Foi uma viagem de 9 anos e a comitiva foi recebida pelo Kublai Khan, o imperador mais poderoso do mundo. Foram muito bem recebidos e trocaram muitas informações. O Khan mandou presentes para o papa e pediu a vinda de sábios para trocarem experiências. Foram os primeiros venezianos na China. Logo prepararam nova comitiva, contando com a companhia de Marco. Foram também acompanhados por dois frades, mensageiros do papa, que também mandava presentes. A viagem foi longa e difícil. Os frades desistiram no meio do caminho.
O livro faz interessantes descrições dos locais por onde passavam, fazendo um bela recomposição histórica dos povos e detalhando a geografia dos locais e os costumes dos povos. Marco anotava tudo. A passagem pelo monte Ararat, o da Arca de Noé, os países, as formas de governo e o domínio mongol, também com a recomposição histórica deste povo, chegando até Gengis Khan e depois a Kublai Khan, neto de Gengis. Marco se encantou com a Pérsia, atual Irã, tudo sob o império mongol. Observou a religião do zoroastrismo. Tudo isso é narrado no primeiro capítulo, uma viagem do ocidente para o oriente.
O mapa das viagens. Do ocidente para o oriente. Rotas sempre envolvidas em guerras.
O segundo capítulo tem por título No reino de Kublai Khan. Neste capítulo é narrada a difícil travessia da chamada rota das sedas, sempre sob disputa. Passam pelo Afeganistão e pela China, para chegarem a cidade do Khan, nas proximidades de Pequim. Se encanta com a caça, os cavalos e os falcões treinados. Recebem mensagem do Khan, pedindo para apressarem a viagem, para, finalmente se encontrarem o poderoso imperador, onde muitas festas os aguardavam. Isso depois de terem percorrido 9.656 quilômetros e terem demorado por mais de três anos e meio.
Marco rapidamente se adaptou no império mongol. Foram recepcionados com honra e com muitas festividades. O Khan reinava absoluto e permitia a liberdade religiosa. Ele mesmo se convertera ao budismo, mas apreciava também elementos de Confúcio e de Lao Tse. O fausto da corte o impressionou muito, assim como o hábito do banho diário. Marco se tornou um dos favoritos do Khan e a ele, logo foram confiadas missões diplomáticas junto às províncias do reino. Isso está narrado no terceiro capítulo, Dragões e dinastias.
O Kublai Khan. Dono do maior império do oriente. Apenas o Japão não foi dominado.
O quarto capítulo, Os olhos e ouvidos do Khan se ocupa dos 17 anos em que Marco ficou viajando pelas províncias do império mongol, a pedido do Khan. Visitou todas as províncias e continuava as suas anotações. No Tibet observou o Dalai Lama (oceano de sabedoria), foi para Myanmar e para o sul da China. Observou a condição social e a educação escolar recebida pelas crianças, a vida familiar e as grandes cerimônias e festividades.
O quinto capítulo é dedicado a viagens em barco de junco, em que foram empreendidas viagens por mar por toda a região, procurando porém, não se aproximar do Japão, país que o Khan nunca conseguiu dominar, em função da força, das lendas e dos mitos. Havia o Kamikase (vento divino) que provocava tsunamis e derrotava todos os exércitos. Nestas viagens conheceu a Indonésia, Sumatra, Sri Lanka e a Índia, sempre na qualidade de embaixador do Khan. Na Índia observou os monges e, conforme o livro, admirou os números que nós chamamos de arábicos.
Está contada a história é o sexto e último capítulo do livro. Ali se contam os preparativos da viagem de volta e a própria viagem. O Khan não consentia na volta e os acumulava de riquezas para que permanecessem por mais tempo. A oportunidade surgiu quando levaram uma princesa, prometida em casamento, até a Pérsia. A viagem foi feita por mar, uma vez que as guerras a impediam por terra. Depois de cumprida essa missão continuaram no rumo de Constantinopla e Veneza. Foram assaltados, mas ainda lhes restava dinheiro para alugarem barcos e assim chegarem a Veneza, a cidade de origem da partida. Depois de 24 anos de viagem e Marco, agora com 39 anos de idade, estavam de volta, tendo inclusive dificuldades em serem reconhecidos. Ofereceram um banquete e contaram a história. Pouca gente acreditou.
A viagem e a sua narrativa em livro incendiaram a imaginação europeia em busca de mercados e riquezas.
As guerras entre as cidades italianas levou Marco à prisão em Gênova. Lá encontrou o escritor Rustichello de Pisa, que se encantou com a narrativa e pediu permissão para escrevê-la, tendo como referência as anotações e a memória de Marco. O livro recebeu o nome de A Descrição do Mundo. Marco voltou para Veneza, se casou e continuou a sua vida de rico comerciante de artigos de luxo. O seu livro chegou à corte de reis e bibliotecas de poderosos. Um de seus leitores foi Cristóvão Colombo. O livro ficou conhecido como o livro que abriu as portas para o novo mundo, pelo sonho com novos mercados e novas fortunas.
Depois houve a morte do Khan e o esfacelamento do império e a tomada de Constantinopla. Em seu leito de morte, Marco era aconselhado por amigos para confessar as mentiras que contara e até o padre o advertia em sua última confissão "para não morrer sem confessar a mentira". Mas, ao padre Marco dizia: - "Não contei a metade do que vi". Era o ano de 1324.
O livro é acompanhado de contextualizações e de sugestão de atividades. Didaticamente é daqueles livros que dão muita importância ao processo de aprender, o que praticamente é esquecido nos dias de hoje, focando apenas os resultados.
Uma versão brasileira do livro de Marco Polo, com comentários de Carlos Heitor Cony, da Ediouro.
Foi uma viagem de 9 anos e a comitiva foi recebida pelo Kublai Khan, o imperador mais poderoso do mundo. Foram muito bem recebidos e trocaram muitas informações. O Khan mandou presentes para o papa e pediu a vinda de sábios para trocarem experiências. Foram os primeiros venezianos na China. Logo prepararam nova comitiva, contando com a companhia de Marco. Foram também acompanhados por dois frades, mensageiros do papa, que também mandava presentes. A viagem foi longa e difícil. Os frades desistiram no meio do caminho.
O livro faz interessantes descrições dos locais por onde passavam, fazendo um bela recomposição histórica dos povos e detalhando a geografia dos locais e os costumes dos povos. Marco anotava tudo. A passagem pelo monte Ararat, o da Arca de Noé, os países, as formas de governo e o domínio mongol, também com a recomposição histórica deste povo, chegando até Gengis Khan e depois a Kublai Khan, neto de Gengis. Marco se encantou com a Pérsia, atual Irã, tudo sob o império mongol. Observou a religião do zoroastrismo. Tudo isso é narrado no primeiro capítulo, uma viagem do ocidente para o oriente.
O mapa das viagens. Do ocidente para o oriente. Rotas sempre envolvidas em guerras.
O segundo capítulo tem por título No reino de Kublai Khan. Neste capítulo é narrada a difícil travessia da chamada rota das sedas, sempre sob disputa. Passam pelo Afeganistão e pela China, para chegarem a cidade do Khan, nas proximidades de Pequim. Se encanta com a caça, os cavalos e os falcões treinados. Recebem mensagem do Khan, pedindo para apressarem a viagem, para, finalmente se encontrarem o poderoso imperador, onde muitas festas os aguardavam. Isso depois de terem percorrido 9.656 quilômetros e terem demorado por mais de três anos e meio.
Marco rapidamente se adaptou no império mongol. Foram recepcionados com honra e com muitas festividades. O Khan reinava absoluto e permitia a liberdade religiosa. Ele mesmo se convertera ao budismo, mas apreciava também elementos de Confúcio e de Lao Tse. O fausto da corte o impressionou muito, assim como o hábito do banho diário. Marco se tornou um dos favoritos do Khan e a ele, logo foram confiadas missões diplomáticas junto às províncias do reino. Isso está narrado no terceiro capítulo, Dragões e dinastias.
O Kublai Khan. Dono do maior império do oriente. Apenas o Japão não foi dominado.
O quarto capítulo, Os olhos e ouvidos do Khan se ocupa dos 17 anos em que Marco ficou viajando pelas províncias do império mongol, a pedido do Khan. Visitou todas as províncias e continuava as suas anotações. No Tibet observou o Dalai Lama (oceano de sabedoria), foi para Myanmar e para o sul da China. Observou a condição social e a educação escolar recebida pelas crianças, a vida familiar e as grandes cerimônias e festividades.
O quinto capítulo é dedicado a viagens em barco de junco, em que foram empreendidas viagens por mar por toda a região, procurando porém, não se aproximar do Japão, país que o Khan nunca conseguiu dominar, em função da força, das lendas e dos mitos. Havia o Kamikase (vento divino) que provocava tsunamis e derrotava todos os exércitos. Nestas viagens conheceu a Indonésia, Sumatra, Sri Lanka e a Índia, sempre na qualidade de embaixador do Khan. Na Índia observou os monges e, conforme o livro, admirou os números que nós chamamos de arábicos.
Está contada a história é o sexto e último capítulo do livro. Ali se contam os preparativos da viagem de volta e a própria viagem. O Khan não consentia na volta e os acumulava de riquezas para que permanecessem por mais tempo. A oportunidade surgiu quando levaram uma princesa, prometida em casamento, até a Pérsia. A viagem foi feita por mar, uma vez que as guerras a impediam por terra. Depois de cumprida essa missão continuaram no rumo de Constantinopla e Veneza. Foram assaltados, mas ainda lhes restava dinheiro para alugarem barcos e assim chegarem a Veneza, a cidade de origem da partida. Depois de 24 anos de viagem e Marco, agora com 39 anos de idade, estavam de volta, tendo inclusive dificuldades em serem reconhecidos. Ofereceram um banquete e contaram a história. Pouca gente acreditou.
A viagem e a sua narrativa em livro incendiaram a imaginação europeia em busca de mercados e riquezas.
As guerras entre as cidades italianas levou Marco à prisão em Gênova. Lá encontrou o escritor Rustichello de Pisa, que se encantou com a narrativa e pediu permissão para escrevê-la, tendo como referência as anotações e a memória de Marco. O livro recebeu o nome de A Descrição do Mundo. Marco voltou para Veneza, se casou e continuou a sua vida de rico comerciante de artigos de luxo. O seu livro chegou à corte de reis e bibliotecas de poderosos. Um de seus leitores foi Cristóvão Colombo. O livro ficou conhecido como o livro que abriu as portas para o novo mundo, pelo sonho com novos mercados e novas fortunas.
Depois houve a morte do Khan e o esfacelamento do império e a tomada de Constantinopla. Em seu leito de morte, Marco era aconselhado por amigos para confessar as mentiras que contara e até o padre o advertia em sua última confissão "para não morrer sem confessar a mentira". Mas, ao padre Marco dizia: - "Não contei a metade do que vi". Era o ano de 1324.
O livro é acompanhado de contextualizações e de sugestão de atividades. Didaticamente é daqueles livros que dão muita importância ao processo de aprender, o que praticamente é esquecido nos dias de hoje, focando apenas os resultados.
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