Os Bórgias - A Primeira Família Criminosa - é uma produção fantástica da SHOWTIME, em associação com a TAKE5PRODUCTIONS e OCTAGON FILMS JEREMY IRONS "THE BORGIAS". A série possui três temporadas. A primeira é composta de 9 episódios. O disco contém diversos extras. Possui um total de 465 minutos de exibição. A segunda é composta de 10 episódios e o disco também tem extras, num total de 519 minutos e a terceira, a chamada temporada final, também tem 10 episódios, além dos extras, com 503 minutos. O total são mais de 25 horas, o que requer muito tempo de quem se dispõe a assisti-lo em sua íntegra. Tarefa fácil para mim, na qualidade de "administrador de tempo livre".
Os Bórgias. A série completa. Um dos momentos mais importantes da história da humanidade. A construção da modernidade
Os episódios da primeira temporada tem os seguintes títulos: o cálice envenenado; o assassinato; o mouro; o casamento de Lucrécia; os Bórgias apaixonados; o rei francês; morte em um cavalo amarelo e nessuno (ninguém). Nos extras é apresentado o elenco e a escolha dos personagens.
Primeira temporada. Começando quente com cenas de envenenamento, casamento por interesse e...
Primeira temporada. Começando quente com cenas de envenenamento, casamento por interesse e...
Os episódios da segunda temporada tem os seguintes títulos: o touro Bórgia; Paolo; o belo engodo; cães vadios; a escolha; dias de cinzas; o cerco em Forli; verdades e mentiras; mundo de maravilhas e a confissão. Nos extras é apresentado o mundo dos Bórgias, a arte da esgrima, instrumentos de tortura e o veneno Bórgia.
Segunda temporada. Continua quente. No centro estão Rodrigo, César e Lucrécia. Todos Bórgias.
Segunda temporada. Continua quente. No centro estão Rodrigo, César e Lucrécia. Todos Bórgias.
Já os 10 episódios da temporada final aparecem sob os títulos de: a face da morte; o expurgo; irmãos; o banquete das castanhas; o lobo e o cordeiro; relíquias; o estratagema de Lucrécia; lágrimas de sangue; a conspiração da pólvora e o príncipe. Nos extras é mostrada a nossa refeição diária, a ascensão de César, Rúfio - uma sombra, o reinado de Rodrigo (Alexandre VI), examinando uma cena: a tentativa de assassinato, bastidores e são mostradas cenas inéditas.
Terceira temporada ou temporada final. As relíquias sempre foram uma grande farsa.
Os Bórgias tem um subtítulo forte - A primeira família criminosa. E é esta primeira família criminosa que ocupa a centralidade da série. Os personagens desta família são o papa Alexandre VI, que é o Rodrigo Bórgia, a sua cortesã Vannozza dei Cattanei e os quatro filhos que teve com ela, César, Lucrécia, Juan e Gioffre. A série também dá grande destaque para Giulia Farneze, a amante do papa Alexandre VI, durante o pontificado.
Se tivéssemos que dar um outro subtítulo à série, certamente não cometeríamos erro se escolhêssemos "as tramas do poder", com o foco no papa Alexandre e nos filhos César e Lucrécia. Rodrigo Bórgia é espanhol, nascido na cidade de Valência. Tornou-se papa após vários escrutínios, num colégio eleitoral composto por 23 cardeais. Os principais adversários foram os cardeais Ascânio Sforza e Giulliano della Rovere. O primeiro, ele o trouxe para junto de si e o segundo tornou-se um conspirador permanente. Alexandre VI foi o papa de número 214 e governou entre 1492 e 1503. Pela data do seu pontificado dá para ter uma noção de sua importância histórica.
Os atores e os personagens. Um elenco de primeiríssima qualidade. Destaque especial para Rodrigo.
A trama, além das conspirações diárias entre as grandes famílias italianas dá destaque para a família dos Sforza: Ascânio, o cardeal, Giovanni, o marido do primeiro casamento de Lucrécia, Ludovico, de Milão e a poderosa Caterina, a do castelo de Forli. Junto com o cardeal della Rovere foram os mais implacáveis inimigos de Alexandre VI. Caterina só foi vencida quando Alexandre VI confiou ao filho César a força de seus exércitos. As tramas também envolvem o reino da França e o de Nápoles, onde Lucrécia teve o seu segundo casamento por interesses do pai.
Bem simbólico. O cálice e a serpente. O sagrado e o diabólico profundamente entranhados.
Uma das datas que eu guardo na memória é a de 1517, a data ligada à reforma protestante, preconizada por Lutero. Este não aparece na série, mas sim o espírito desta época, através do monge revoltoso de Florença, o dominicano Girolamo Savanarola, executado em Florença em 1498. A reforma protestante estava se desenhando. Mas, ainda apontando para a data do pontificado de Alexandre VI ( 1492 - 1503), enxergamos toda a formação do mundo moderno com os descobrimentos marítimos e a grande revolução comercial, bem como todo o movimento do renascimento. Tudo isso está muito presente nessa série.
Outro ponto que eu teria para destacar é a presença de Maquiavel. Ele aparece várias vezes, inclusive confabulando e tramando com César. A admiração entre eles era mútua. Vendo a série dá para entender facilmente a preocupação de Maquiavel com o exercício do poder e de sua unificação, bem como a sua admiração por homens fortes e dotados de determinação. A fortuna só sorri para os homens dotados da "virtù", ou seja da virilidade. O fim das desavenças entre as famílias dos reinados italianos só se daria com a unificação italiana.
O meu primeiro contato mais aprofundado com Os Bórgias foi por este Best Seller de Mário Puzzo.
Em suma, foram 25 horas muito bem aproveitadas ao assistir a série. Reconstituição histórica muito bem feita e com uma reconfiguração de época extraordinária. Os grandes instrumentos de poder do papa eram o casamento, para a formação de alianças entre as grandes famílias, a investidura, quando o papa coroava os reis, a anulação, pela qual o papa consentia na anulação de casamento para aliados seus, a excomunhão, pela qual os adversários eram banidos do céu na vida eterna e o assassinato ou a eliminação física de adversários indesejados. Tudo isso constitui a trama dessa maravilhosa série.
Terceira temporada ou temporada final. As relíquias sempre foram uma grande farsa.
Os Bórgias tem um subtítulo forte - A primeira família criminosa. E é esta primeira família criminosa que ocupa a centralidade da série. Os personagens desta família são o papa Alexandre VI, que é o Rodrigo Bórgia, a sua cortesã Vannozza dei Cattanei e os quatro filhos que teve com ela, César, Lucrécia, Juan e Gioffre. A série também dá grande destaque para Giulia Farneze, a amante do papa Alexandre VI, durante o pontificado.
Se tivéssemos que dar um outro subtítulo à série, certamente não cometeríamos erro se escolhêssemos "as tramas do poder", com o foco no papa Alexandre e nos filhos César e Lucrécia. Rodrigo Bórgia é espanhol, nascido na cidade de Valência. Tornou-se papa após vários escrutínios, num colégio eleitoral composto por 23 cardeais. Os principais adversários foram os cardeais Ascânio Sforza e Giulliano della Rovere. O primeiro, ele o trouxe para junto de si e o segundo tornou-se um conspirador permanente. Alexandre VI foi o papa de número 214 e governou entre 1492 e 1503. Pela data do seu pontificado dá para ter uma noção de sua importância histórica.
Os atores e os personagens. Um elenco de primeiríssima qualidade. Destaque especial para Rodrigo.
A trama, além das conspirações diárias entre as grandes famílias italianas dá destaque para a família dos Sforza: Ascânio, o cardeal, Giovanni, o marido do primeiro casamento de Lucrécia, Ludovico, de Milão e a poderosa Caterina, a do castelo de Forli. Junto com o cardeal della Rovere foram os mais implacáveis inimigos de Alexandre VI. Caterina só foi vencida quando Alexandre VI confiou ao filho César a força de seus exércitos. As tramas também envolvem o reino da França e o de Nápoles, onde Lucrécia teve o seu segundo casamento por interesses do pai.
Bem simbólico. O cálice e a serpente. O sagrado e o diabólico profundamente entranhados.
Uma das datas que eu guardo na memória é a de 1517, a data ligada à reforma protestante, preconizada por Lutero. Este não aparece na série, mas sim o espírito desta época, através do monge revoltoso de Florença, o dominicano Girolamo Savanarola, executado em Florença em 1498. A reforma protestante estava se desenhando. Mas, ainda apontando para a data do pontificado de Alexandre VI ( 1492 - 1503), enxergamos toda a formação do mundo moderno com os descobrimentos marítimos e a grande revolução comercial, bem como todo o movimento do renascimento. Tudo isso está muito presente nessa série.
Outro ponto que eu teria para destacar é a presença de Maquiavel. Ele aparece várias vezes, inclusive confabulando e tramando com César. A admiração entre eles era mútua. Vendo a série dá para entender facilmente a preocupação de Maquiavel com o exercício do poder e de sua unificação, bem como a sua admiração por homens fortes e dotados de determinação. A fortuna só sorri para os homens dotados da "virtù", ou seja da virilidade. O fim das desavenças entre as famílias dos reinados italianos só se daria com a unificação italiana.
O meu primeiro contato mais aprofundado com Os Bórgias foi por este Best Seller de Mário Puzzo.
Em suma, foram 25 horas muito bem aproveitadas ao assistir a série. Reconstituição histórica muito bem feita e com uma reconfiguração de época extraordinária. Os grandes instrumentos de poder do papa eram o casamento, para a formação de alianças entre as grandes famílias, a investidura, quando o papa coroava os reis, a anulação, pela qual o papa consentia na anulação de casamento para aliados seus, a excomunhão, pela qual os adversários eram banidos do céu na vida eterna e o assassinato ou a eliminação física de adversários indesejados. Tudo isso constitui a trama dessa maravilhosa série.
PERFEITO!
ResponderExcluirQue produção fantástica Leni. E quantas lições, quanta disputa de poder! Agradeço a sua manifestação.
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