quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

A Grande Aposta. Adam McKay

A Grande aposta é um filme que mostra a crise imobiliária dos Estados Unidos, ocorrida no ano de 2008. O filme tem a direção e roteiro de Adam MaKay, auxiliado por Charles Randolph. O roteiro é adaptado do livro The Big short, lançado nos Estados Unidos em 2010, virando best-seller, e no Brasil em 2011, com o título de A Jogada do Século, pela Best Business (Record).


Como o filme é um tanto complicado de ser seguido por não ser um filme linear, ele vai sempre repetindo cenas em que os atores atuam e comentam sobre as suas atividades no complicado mundo financeiro, optei por passar uma pequena resenha do livro, que retirei do site da Livraria da Travessa, que inclusive tem o livro disponível para compra. Eis a pequena mas ilustrativa resenha:

"Wall Street afundou a economia global em uma das maiores recessões econômicas das últimas décadas. A crise mundial de 2008 teve início nas hipotecas subprime – um sistema de dívidas lastreadas praticado pelas principais instituições do mercado. É por dentro da maior bolsa de valores do mundo que o autor Michael Lewis conta em A jogada do século como operadores irresponsáveis deram início à grande crise. Elogiado pela crítica especializada, este aguardado título chega às livrarias para explicar como se deu a quebra do outrora poderoso mercado imobiliário norte-americano".



O filme foi muito bem recebido pela crítica, mas não tão bem pelos espectadores. Adam McKay não facilita a vida desses espectadores. A linguagem usada é a mesma linguagem técnica dos operadores do mercado e, nem poderia ser diferente. Gostei de uma classificação, ou de um enquadramento do filme, que o qualifica como uma comédia irônica, mas que na verdade é um drama ou uma tragédia, da qual milhares de pessoas imigrantes e pobres foram as grandes vítimas.

O elenco dos atores é grandioso, contando com a presença de Brad Pitt, que também é o produtor do filme. Brad Pitt não é o protagonista entre os atores. Este papel está reservado para Christian Balle, que interpreta Michael Burry, o primeiro a diagnosticar e desvendar a crise, mas sem conseguir fornecer um receituário para evitá-la. Ainda se destacam Rayan Gosling e Steve Carrel, como operadores do mercado. Neste mundo financeiro, nenhum papel preponderante é atribuído às mulheres.

Não sei se este filme se enquadraria como sendo de entretenimento. Eu o classificaria mais como um filme didático, com explicações minuciosas, detalhadas e ilustradas sobre o como se deu a crise imobiliária, sem precedentes, na história americana e que levou a sua economia a uma crise quase tão grave, quanto a ocorrida em 1929. As nefastas  consequências se estenderam por um longo tempo e que só foram minoradas por uma forte ação salvadora por parte do Estado. Para salvar o mercado financeiro, às favas os dogmas da não intervenção. Para os banqueiros o socorro do Estado. O resto, que fosse pago pelos de sempre. O povo imigrante e pobre, como o filme faz ver.

Excesso de crédito. Certamente esta é a principal causa da crise. Mesmo sem comprovante de renda, os financiamentos eram abundantes. A origem do dinheiro era oriunda de títulos de financiamento vendidos no mercado. O filme ironiza as streapers, que, para obterem financiamento, indicavam o exercício da profissão de terapeutas. O crédito era concedido não para apenas um imóvel, mas para vários. Posteriormente os créditos foram cortados e os imóveis ficaram sem pagadores e sem novos compradores. A crise consumiu em torno de um PIB anual inteiro da economia americana.


O ponto alto do filme é o seu caráter de denúncia. Denúncia do sistema financeiro, do sistema bancário e das agências de risco, estas que classificam papéis, instituições, países e títulos, como recentemente ocorreu com a classificação - para menos - dos títulos brasileiros. Gostei de uma crítica que eu li, profundamente irônica, dentro do espírito do filme, de que muitos espectadores saíram frustrados do filme, não o entendendo, por não ter nenhuma acusação ao PT pela escandalosa corrupção que corria solta. Se o PT foi poupado, o mesmo não acontece com Allan Greenspan, uma espécie de diretor do Banco Central deles, do Sistema Federal de Reserva dos Estados Unidos.

Tecnicamente o filme só recebeu elogios, com grande destaque para a sua trilha sonora. É apontado como um dos favoritos ao Oscar de melhor filme. Junto com esta indicação ele também concorre com as indicações de melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor montagem e o melhor ator coadjuvante para Christian Balle, no papel de Michael Burry. Imperdível para compreender um pouco melhor o funcionamento da perversidade e impiedade do sistema capitalista.






2 comentários:

  1. A grande aposta e uma filme muito boa. O que mais eu gostei deste filme é a musica com a que a ambientaram cada situação da historia. Acho que o roteiro deste filme foi muito criativo e foi uma peça clave de êxito. Adoro do filmes de Ryan Gosling tem o êxito, porque tem muitos fãs que como eu se sentem atraídos por cada estréia cinematográfica que tem o seu nome exibição. Sempre me deixa satisfeito por que em uma visão muito particular na hora de atuar em seus filmes. Considero que está no seu melhor momento como ator. Sua nova filme Blade Runner 2049 me suprenedo muito, tem bons efeitos especias, la recomendo.

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  2. Fábio, agradeço o seu comentário e vou atender a sua recomendação. O tema do filme nos dá uma amostra do mundo em que vivemos.

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