A Oxfam é uma organização não governamental criada em 1942, em Oxford, com a finalidade de arrecadar alimentos e assim aliviar as dores causadas pela Segunda Guerra Mundial. Ela atua no Brasil desde os anos 1950. Ela se dedica para termos "um futuro sem pobreza, desigualdades e injustiças", diz o seu site. Ela realiza estudos sobre a desigualdade social que ocorre nos diferentes países do mundo.
Em 25.09.2017 o jornal El Pais publicou reportagem sobre o Brasil. A matéria é assinada por Marina Rossi e os dados foram fornecidos por Katia Maia, diretora executiva da Oxfam - Brasil. Os dados são estarrecedores. Dela constam os dados apresentados em Manchete: 5% dos ricos no Brasil ganham o mesmo que os outros 95%. As mulheres ganharão igual aos homens apenas a partir de 2035 e os negros igual aos brancos apenas no distante ano de 2089.
A reportagem mostra que os seis brasileiros mais ricos concentram o mesmo dinheiro que os cem milhões mais pobres, ou seja, praticamente a metade da população brasileira, que alcança 207,7 milhões. Os seis homens mais ricos do Brasil são: Jorge Paulo Leman (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Hermmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermírio Pereira de Moraes (Grupo Votorantim). Se eles juntos gastassem um milhão de reais por dia, levariam 36 anos para esgotarem suas fortunas.
Os estudos da Oxfam - Brasil apontam que houve melhoras com a instituição do Bolsa Família, assim como aponta também, que para minorar a desigualdade, não basta apenas mexer na base da pirâmide. É necessário mexer em seu topo. Combater a desigualdade no Brasil de hoje não constitui uma prioridade. Neste ano ela despencou 19 posições no ranking mundial. Na América Latina ficamos atrás apenas da Colômbia e de Honduras. Para atingir os níveis de igualdade com relação a outros países latinos, levaríamos 31 anos para nos igualar com a Argentina, 11 com o México, 35 com o Uruguai e 3 com o tão louvado Chile.
A principal medida para amenizar esta situação seria instituir uma reforma tributária que efetivamente tributasse os mais ricos, acabar com os paraísos fiscais e cobrar tributos sobre os dividendos e não apenas arrecadar em cima das classes pobres e médias. A reforma tributária não pode mais ser considerada apenas como uma discussão entre tecnocratas. A diretora executiva aponta ainda para a reversão da PEC dos gastos públicos, se efetivamente quisermos combater as desigualdades.
Aponta ainda para tempos de grandes riscos e retrocessos. Este é lamentavelmente o país do golpe. O mundo inteiro está sentindo os seus efeitos. Apenas os brasileiros, anestesiados e atônitos, estão em ruidoso e ensurdecedor silêncio. Algo precisa ser feito urgentemente para conter o golpe e os avanços que este promove na destruição da Nação brasileira e da cidadania de seus filhos. Colhi estes dados de um e-mail recebido pelo Instituto Humanitas, da UNISINOS.
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