quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Relatos de uma viagem 1.. João Pessoa. Um pouco de história.

Tendo milhas por vencer, por sempre ter ouvido falar muito bem de João Pessoa e, por ainda não conhecê-la, foram fatores decisivos por optar por este destino. E que acerto. João Pessoa é belíssima, tem muita história e um centro histórico bem conservado. Optei por hospedagem no centro, junto ao Parque da Lagoa, mas recomendaria hoje a orla, nos arredores do hotel Tambaú, em virtude da locomoção. Facilita os passeios. O receptivo da Luck foi o que se dispôs a incluir o hotel da região central em seus roteiros. A Central dos receptivos havia me recusado, indicando apenas a busca nos hotéis da região costeira.
No centro histórico, o complexo cultural São Francisco. Uma preciosidade.

A viagem a João Pessoa é absurdamente cara. Minhas milhas não davam nem para pensar. Em compensação Recife estava muito acessível. Como a distância entre Recife e João Pessoa é pequena, é a menor distância brasileira entre as capitais, optei pelo ônibus. Foi possível mas difícil. Tem opção de metrô e de ônibus (TI -TIP 370) entre o aeroporto e a rodoviária, um mundão de distância. Outra opção seriam os próprios passeios entre as cidades. Só não o usei por falta de coincidência nos dias dos passeios. Você conhece a cidade e já fica nela. O trânsito do Recife é horroroso. A viagem entre as capitais é tranquila (120 Km. pela BR 101), passando pelas históricas cidades pernambucanas de Paulista, Abreu e Lima, Igarassu e Goiana. Além de históricas, estas cidades abrigam um novo polo de desenvolvimento.
Na parte baixa da cidade. O primeiro hotel de luxo e uma referência histórica a um dos nomes da cidade.


João Pessoa tem muita história. Ela está ligada ao rio Paraíba (rio de águas rasas - de difícil navegação - porto ruim) e ao seu afluente Sanhauá (dente redondo). Às suas margens é que começou a cidade. As falésias impediam um porto marítimo, por isso a penetração pelo rio. Posteriormente é que haverá a expansão para o litoral. A fundação data de 1585, mas houve expedições anteriores. O nome da cidade foi mudando, de acordo com os seus movimentos históricos.
A catedral da cidade em homenagem à Nossa Senhora das Neves.


Primeiramente se chamou de Nossa Senhora das Neves. Esta denominação é a da santa do dia da fundação (5 de agosto), Nossa Senhora das Neves e não, obviamente, por presença de neve na cidade. Em função da união da coroa portuguesa com a espanhola(1580-1640) e numa homenagem a Felipe II, a denominação passou a ser a de Filipeia de Nossa Senhora das Neves. Com a dominação holandesa passou a ser a cidade de Frederica e após a sua expulsão a nova designação passou a ser cidade da Parahiba. A mudança de nome que ela recebeu e que persiste até hoje ocorreu em 1930, João Pessoa. Ele era o presidente da Província, que morrera assassinado no Recife. Eram os tempos da Aliança Liberal entre os estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e a Paraíba. Esta aliança também é a responsável pelo NEGO (negação de apoio a Júlio Prestes - São Paulo) e as cores preta e vermelha (luto e sangue de João Pessoa) na bandeira do estado.
Homenagens a João Pessoa estão espalhadas por toda a cidade.


A partir de João Pessoa, seguindo os rastros de Areia, Campina Grande, Cariri e Souza, se chegou ao interior. A grande riqueza sempre foi a da cana de açúcar, a agricultura, a pecuária e a pesca e, mais tarde, a indústria de alimentos, têxteis e a coureiro calçadista alavancaram a ocupação. Hoje o comércio e o turismo, este em grande expansão, ganham cada dia maior importância. Em torno de duas cidades gira mais da metade de sua riqueza. João Pessoa e Campina Grande. A população de João Pessoa gira em torno de 800.000 habitantes e a do estado ultrapassa os 4 milhões.
A beleza da orla contribui imensamente com a expansão do turismo.


O centro histórico está relativamente bem conservado. Ela é dividida entre a parte baixa da cidade, onde se concentra toda a atividade comercial e a parte alta onde estão as atividades administrativas e religiosas. A cidade se erigiu sob a forma de um cruzeiro. Os padres franciscanos se estabeleceram na parte da cabeça da cruz, os jesuítas na parte dos pés e os carmelitas e beneditinos na extremidade dos braços. Os prédios são bem conservados e considerados Patrimônio Nacional. O mais bonito é o Centro Cultural São Francisco e o mais importante é a parte dos jesuítas. Ali estão os Palácios do Governo, da Justiça e o do Legislativo, além da Faculdade de Direito. A expansão para a orla litorânea somente se deu a partir do saneamento do parque da Lagoa, um lugar muito agradável. Na parte litorânea está concentrada toda a atividade de turismo, a partir do hotel Tambaú.
O ponto mais oriental do Brasil. Farol de Cabo Branco. O mar está engolindo a terra.


Nas proximidades do Farol do Cabo Branco, onde se situa o ponto brasileiro do extremo leste, a parte mais oriental, moram os novos e velhos ricos da cidade. Ou, a gosto dos corretores de imóveis, o metro quadrado mais caro da cidade. No bairro chamado Altiplano. Nas proximidades do hotel Tambaú estão concentrados os mercados de artesanato e os centros de gastronomia. Nesta parte o sol foi preservado por leis urbanas.
O marco do extremo oriente brasileiro.


As principais cidades são as de João Pessoa, a Jampa, com 800 mil habitantes, seguida, pela ordem, por Campina Grande (410.000), Santa Rita (140.000), Patos (110.000), Baieux (100.000), Souza e Cabedelo (70.000), Cajazeiras, Guarabira e Sapé (em torno de 60.000). João Pessoa se orgulha muito do seu verde e de sua qualidade de vida. Em outro post eu publico sobre um city tour e sobre o por do sol, ao som do bolero de Ravel na Praia do Jacaré, onde não tem praia, nem jacaré.





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