sexta-feira, 2 de maio de 2014

Eu Tenho um Sonho - I Have a Dream.

Em 15 de janeiro de 1929, no ano da maior crise vivida pelo sistema capitalista, nascia na cidade de Atlanta, na Geórgia o maior líder popular da história dos Estados Unidos. Martin Luther King se tornaria famoso, não pela crise econômica do capitalismo, mas pelas crises de valores que o acompanham, na maior Nação do sistema e que bem mostra as suas intrínsecas contradições. O problema da segregação racial nos Estados Unidos inscreveu na história mundial uma de suas páginas mais violentas. Desta violência fez parte o assassinato deste líder pacifista no dia 4 de abril de 1968, em Memphis, no Tennesse.
Em 1964, o Prêmio Nobel da Paz. O Prêmio foi inteiramente doado ao movimento dos Direitos Civis.

A sua luta pacifista foi reconhecida e premiada com o Nobel da Paz, no ano de 1964. Um ano antes ele liderara a Marcha sobre Washington, de 250.000 pessoas, em busca da aprovação da Emenda Constitucional dos Direitos Civis, pela qual o governo federal poderia intervir nos estados que promovessem a segregação racial. Essa Emenda Constitucional fora enviada ao Congresso, pelo então presidente Kennedy e aprovada pelo presidente Lyndon Johnson, em 1964, já que Kennedy fora assassinado, ainda no ano de 1963. Na Marcha sobre Washington Luther King pronuncia o seu mais famoso discurso, que hoje obrigatoriamente integra os currículos das escolas americanas: Eu tenho um sonho - I have a dream, do qual apresentamos um trecho:
Eu tenho um sonho. 1963. Perante 250.000 pessoas em Washington

"E digo-lhes hoje, meus amigos, mesmo diante das dificuldades de hoje e de amanhã, ainda tenho um sonho, um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e experimentará o verdadeiro significado de sua crença: 'Acreditamos que essas verdades são evidentes, que todos os homens são criados iguais' (Sim).

Eu tenho um sonho de que um dia, nas encostas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos sentarão ao lado dos filhos dos antigos senhores, à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho de que um dia até mesmo o estado do Mississippi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, sufocado pelo calor da opressão, será um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho de que os meus quatro filhos pequenos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter (Sim Senhor). Hoje eu tenho um sonho!

Eu tenho um sonho de que um dia, lá no Alabama, com o seu racismo vicioso, com o seu governador de cujos lábios gotejam as palavras 'intervenção' e 'anulação', um dia, bem no meio do Alabama, meninas e meninos negros darão as mãos a meninas e meninos brancos, como irmãs e irmãos. Hoje eu tenho um sonho. ...
E quando acontecer, quando ressoar a liberdade, quando a liberdade ressoar em cada vila e em cada lugarejo, em cada estado e cada cidade, anteciparemos o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, juntarão as mãos e cantarão as palavras da velha canção dos negros:

Livres afinal! Livres Afinal!
Graças ao Deus Todo-Poderoso,
Estamos livres, afinal!.
Os racistas nunca são pacifistas. Comoção nacional no enterro de Martin Luther King.

Em 4 de abril, Luther King terminara de escrever seu último sermão, pouco antes de seu assassinato. Nele se lê em tom profético:"Só desejo fazer a vontade de Deus. E ele me permitiu chegar ao topo da montanha, e eu olhei ao redor e vi a terra prometida. Talvez não chegue lá com vocês. Mas quero que vocês saibam, esta noite, que nós, como um povo, chegaremos à terra prometida". Houve comoção nacional e mundial.Seu enterro foi acompanhado por mais de 150.000 pessoas, na sua cidade natal, Atlanta, na Geórgia.

este post foi produzido a partir do magnífico livro 1968 - eles só queriam mudar o mundo, de Regina Zappa e Ernesto Soto, da Zahar.

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