terça-feira, 30 de janeiro de 2018

O Destino de uma nação. Um filme de Joe Wright

Comecei bem a temporada do Oscar 2018.  Costumo assistir todos os anos, ao menos os filmes que receberam a indicação da estatueta como o melhor filme. Fui assistir O Destino de uma nação, um filme britânico de exaltação a um de seus maiores herois, o primeiro ministro da resistência inglesa na segunda guerra mundial. Todo o foco do filme está no brilhante desempenho de Churchill e de sua transformação em heroi.


O roteiro do filme é relativamente fácil e conhecido até por alunos, que minimamente tiveram aulas de história, pois Churchill é uma figura consagrada pelos manuais escolares, como o grande nome da resistência do mundo ocidental, livrando-o do espectro da total nazificação. O grande foco é o mês de maio de 1940, quando Hitler ataca a França, passando de forma avassaladora pela Bélgica e Holanda. Poucos duvidavam da vitória de Hitler.

Neville Chamberlain era o primeiro ministro britânico. Era uma figura titubeante e frágil para o enfrentamento da situação. O controverso personagem Winston Churchill lhe arrebata a posição, mesmo estando longe da aprovação geral e nem mesmo contar com a simpatia do rei. O filme não foca, mas as restrições a Churchill provinham de sua atuação em episódios da primeira guerra mundial. Churchill efetivamente mostra poucas qualidades apreciadas pelos políticos. Era um grosso, poderíamos dizer, sem medo de errar. Exagerava na bebida, e como exagerava! O detalhe da bebida tem no filme uma cena hilária, quando o rei o questiona de como ele conseguia beber até mesmo durante o dia. Sua resposta foi espetacular: É a prática.

A Inglaterra se defrontava com uma dupla situação. Enfrentaria o Führer ou estabeleceria com ele um Tratado de paz, mediado pela figura de Mussolini. Aí entram em cena as qualidades do ministro. A determinação e a oratória. Lutaria até o fim contra o ditador. Esta sua posição lhe granjeou, inclusive, a simpatia do rei. Pela oratória conquistou tanto o povo, quanto o parlamento. No caráter cívico estava toda a força de seu discurso. "Sangue, suor e lágrimas", obviamente que não poderia faltar.

É impressionante o poder da palavra. Quando todos esperavam um tratado de paz, Churchill se dirige ao Parlamento, usando para tanto uma linha do metrô. Nele estabelece uma conversação com o povo. É a fala deste povo, com a sua linguagem simples, que ele levará ao Parlamento. Conquista a quase todos, sobrando um Chamberlain aflito em busca de acordo por tratados. É o momento do clímax do filme, com cenas muito bem humoradas, como o foram as do metrô.


Uma cinebiografia é sempre um filme para consagrar o ator. Com O Destino de uma nação não foi diferente. Gary Oldman esbanjou categoria nesta sua interpretação, com a qual mereceu a indicação para a estatueta de melhor ator, sendo desde já, apontado como o grande favorito. O filme tem a direção de Joe Wright e, para além das indicações de melhor filme e melhor ator, disputa ainda as estatuetas de melhor design de produção, melhor fotografia e figurino.

Em suma, gostei do filme. A força do discurso, do poder das palavras e a capacidade de representar são as grandes virtudes do filme que, creio eu, leva o espectador para além do simples entretenimento.

Duas estatuetas. A mais óbvia, de melhor ator para Gary Oldman no papel de Churchill e melhor maquiagem e cabelo.

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