A sexta resenha lida para o presente projeto http://www.blogdopedroeloi.com.br/2022/03/introducao-ao-brasil-um-banquete-no.html foi sobre o livro de Eduardo Prado A ilusão americana. A resenha foi feita por Lúcia Lippi Oliveira, professora de história contemporânea, da Fundação Getúlio Vargas - Rio de Janeiro. Tenho esse livro em minha biblioteca e em sua capa tem uma anotação, que serve de publicidade para o mesmo. Diz assim: O primeiro livro apreendido pela polícia, na República. Já explico. O motivo não foi o do título, mas por ser um livro a favor da monarquia e contra a república. A sua publicação é de 1893.
No volume I, a sexta resenha.A resenha começa pela contextualização. Eduardo Prado, da tradicional família Prado, nasceu em 1860 em São Paulo e morreu no Rio de Janeiro em 1901. Como podem observar, teve uma vida breve. Morreu de febre amarela, quando foi ao Rio de Janeiro tomar posse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. A família não era rica apenas em dinheiro, mas também em cultura e amigos eruditos. Ele é, inclusive, um dos personagens do livro A cidade e as serras, de Eça de Queirós, com quem convivia em Paris, junto com altas rodas de intelectuais. Foi representante brasileiro junto a Exposição Internacional de Paris, por ocasião das comemorações do aniversário da Revolução Francesa em 1889.
Viveu as agitações da proclamação da República e o "caos" que a seguiu: A Revolução Federalista (1893-1895 - RS), Canudos (1896-1897 - Bahia) e a Revolta da Armada (1893-1894- Rio de Janeiro), além de um atentado contra o presidente Prudente de Morais (1897). A década de 1890 foi considerada a Década do Caos. Esse é um período de ascensão dos Estados Unidos, com o seu regime republicano. Prado considerava que a "quartelada" que transformou o Brasil em República, teria ocorrido para que ocorresse a cópia do sistema de governo daquele país. Vejamos a professora: "Para Eduardo Prado, a "quartelada" do Campo de Santana substituiu o país ético, tradicional, monárquico e católico - o Brasil que aprendeu a amar - por um arremedo de Estado, sem tradições na história portuguesa e brasileira, anticatólico, cópia malfeita do modelo norte-americano. A virada institucional no país sepultou o pensador aristocrático e fez nascer o agitador político".
A República trouxe para o Brasil os vícios do caudilhismo e do militarismo e logo foi - do respeito à Constituição, ao fechamento da Câmara e da transformação do presidente em ditador. Iniciamos uma era de amarguras. O alvo, portanto, de seu livro era a República e, apenas secundariamente, um ataque à política externa dos Estados Unidos. Mas não deixava de advertir: "Não se iludam com a América". O impulso expansionista dos USA sempre representará um perigo para o Brasil. O Brasil jamais poderia ter copiado as instituições dos EUA, pois, entre eles havia uma profunda separação cultural, de raça, de língua, de história e de tradições.
A resenha começa pela contextualização. Eduardo Prado, da tradicional família Prado, nasceu em 1860 em São Paulo e morreu no Rio de Janeiro em 1901. Como podem observar, teve uma vida breve. Morreu de febre amarela, quando foi ao Rio de Janeiro tomar posse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. A família não era rica apenas em dinheiro, mas também em cultura e amigos eruditos. Ele é, inclusive, um dos personagens do livro A cidade e as serras, de Eça de Queirós, com quem convivia em Paris, junto com altas rodas de intelectuais. Foi representante brasileiro junto a Exposição Internacional de Paris, por ocasião das comemorações do aniversário da Revolução Francesa em 1889.
Viveu as agitações da proclamação da República e o "caos" que a seguiu: A Revolução Federalista (1893-1895 - RS), Canudos (1896-1897 - Bahia) e a Revolta da Armada (1893-1894- Rio de Janeiro), além de um atentado contra o presidente Prudente de Morais (1897). A década de 1890 foi considerada a Década do Caos. Esse é um período de ascensão dos Estados Unidos, com o seu regime republicano. Prado considerava que a "quartelada" que transformou o Brasil em República, teria ocorrido para que ocorresse a cópia do sistema de governo daquele país. Vejamos a professora: "Para Eduardo Prado, a "quartelada" do Campo de Santana substituiu o país ético, tradicional, monárquico e católico - o Brasil que aprendeu a amar - por um arremedo de Estado, sem tradições na história portuguesa e brasileira, anticatólico, cópia malfeita do modelo norte-americano. A virada institucional no país sepultou o pensador aristocrático e fez nascer o agitador político".
A República trouxe para o Brasil os vícios do caudilhismo e do militarismo e logo foi - do respeito à Constituição, ao fechamento da Câmara e da transformação do presidente em ditador. Iniciamos uma era de amarguras. O alvo, portanto, de seu livro era a República e, apenas secundariamente, um ataque à política externa dos Estados Unidos. Mas não deixava de advertir: "Não se iludam com a América". O impulso expansionista dos USA sempre representará um perigo para o Brasil. O Brasil jamais poderia ter copiado as instituições dos EUA, pois, entre eles havia uma profunda separação cultural, de raça, de língua, de história e de tradições.
A resenha começa pela contextualização. Eduardo Prado, da tradicional família Prado, nasceu em 1860 em São Paulo e morreu no Rio de Janeiro em 1901. Como podem observar, teve uma vida breve. Morreu de febre amarela, quando foi ao Rio de Janeiro tomar posse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. A família não era rica apenas em dinheiro, mas também em cultura e amigos eruditos. Ele é, inclusive, um dos personagens do livro A cidade e as serras, de Eça de Queirós, com quem convivia em Paris, junto com altas rodas de intelectuais. Foi representante brasileiro junto a Exposição Internacional de Paris, por ocasião das comemorações do aniversário da Revolução Francesa em 1889.
Viveu as agitações da proclamação da República e o "caos" que a seguiu: A Revolução Federalista (1893-1895 - RS), Canudos (1896-1897 - Bahia) e a Revolta da Armada (1893-1894- Rio de Janeiro), além de um atentado contra o presidente Prudente de Morais (1897). A década de 1890 foi considerada a Década do Caos. Esse é um período de ascensão dos Estados Unidos, com o seu regime republicano. Prado considerava que a "quartelada" que transformou o Brasil em República, teria ocorrido para que ocorresse a cópia do sistema de governo daquele país. Vejamos a professora: "Para Eduardo Prado, a "quartelada" do Campo de Santana substituiu o país ético, tradicional, monárquico e católico - o Brasil que aprendeu a amar - por um arremedo de Estado, sem tradições na história portuguesa e brasileira, anticatólico, cópia malfeita do modelo norte-americano. A virada institucional no país sepultou o pensador aristocrático e fez nascer o agitador político".
A República trouxe para o Brasil os vícios do caudilhismo e do militarismo e logo foi - do respeito à Constituição, ao fechamento da Câmara e da transformação do presidente em ditador. Iniciamos uma era de amarguras. O alvo, portanto, de seu livro era a República e, apenas secundariamente, um ataque à política externa dos Estados Unidos. Mas não deixava de advertir: "Não se iludam com a América". O impulso expansionista dos USA sempre representará um perigo para o Brasil. O Brasil jamais poderia ter copiado as instituições dos EUA, pois, entre eles havia uma profunda separação cultural, de raça, de língua, de história e de tradições.
Prado vê a história dos Estados Unidos em dois momentos diferentes. Tem alta consideração com os heróis fundadores, apoiados em seus projetos pelas monarquias europeias, mas que se perdeu ao longo da história, especialmente, após a Doutrina Monroe (1823), que se transformou num mero tratado de interesses econômicos, distante de qualquer princípio de solidariedade. Para atestar suas afirmações cita as políticas contra o México, de quem tomou a metade do território, a ação nas Malvinas, ajudando a Inglaterra contra as pretensões de posse argentinas, o protelamento da independência cubana em favor dos espanhóis e, ainda, sua atuação no Panamá, no interesse do controle do canal, transformando-o num país "independente", da Colômbia. Os Estados Unidos sempre foram arrogantes e grosseiros em suas pretensões na América Latina, onde sempre favoreceram a instalação de governos militares e caudilhescos que os favorecessem. Cita ainda os casos do Peru (guano) e do Chile. Vejamos como a professora descreve a situação:
"O autor quis mostrar que aventureiros americanos faziam alianças com políticos corruptos sul-americanos e, diante dos problemas que enfrentaram, passaram a exigir e obter indenizações milionárias, já que suas demandas eram colocadas sob a proteção da diplomacia e da marinha norte-americana. Os Estados Unidos são acusados por Prado de prepotência, vulgaridade, cinismo, rapinagem e especulação, e sua política externa é qualificada como invasora, tirânica, arrogante e oportunista. As repúblicas da América espanhola são, por outro lado, identificadas com o militarismo e o caudilhismo". Vejam que o livro não é apenas um panfleto contra os regimes republicanos mas também um libelo de condenação aos Estados Unidos.
Depois, Prado analisa a Doutrina Monroe e a atuação do então Secretário de Estado, Blaine. Reconhece a grandeza do país por suas riquezas naturais, ao mesmo tempo que denuncia os novos valores da sua civilização industrial e burguesa. Daí decorre que não podemos ser copiadores, por transplante, de um sistema longe de nossas tradições europeias. Num regime de transplante sempre se copiam os erros e os vícios e nunca os valores e a força empreendedora. Em mais um argumento em favor do regime monárquico cita que os Estados Unidos sempre se moveram na brutalidade de relações, se envolvendo em lutas fratricidas, enquanto que, sob o regime monárquico, nós promovíamos ponderadamente as reformas exigidas, sob os ditames dos valores cristãos, da solidariedade e da fraternidade. Ave!
A professora termina a sua resenha com uma análise da recepção da obra ao longo do século XX. Ela afirma que o livro sempre foi visto, mais como o libelo contra os Estados Unidos, do que contra a instauração da República no Brasil. Cita ainda o livro de Viana Moog, por tratar também do "paralelo entre as duas culturas". A professora ainda constata que as influências dos Estados Unidos sobre o Brasil cresceram ao longo do século XX, quando o país atingiu a primazia econômica mundial. Eu chamaria a atenção, nesse sentido, para o livro de Moniz Bandeira Presença dos Estados Unidos no Brasil. Deixo ainda os dois parágrafos da conclusão da resenha da professora da FGV.
"As observações e os exemplos citados por Eduardo Prado em suas análises sobre os Estados Unidos expõem com clareza as bases de seu pensamento - a defesa dos valores do mundo - ibérico ou europeu, do catolicismo, da honra e do respeito à hierarquia. Esses são os valores que reaparecem toda vez que se condena o mundo capitalista e se denunciam os males da civilização burguesa.
A análise das diferenças e distâncias entre o Brasil e os Estados Unidos constitui uma trilha que teve continuadores ao longo do século XX, valendo citar o livro de Viana Moog" (Bandeirantes e pioneiros). Deixo ainda duas resenhas. A primeira, a resenha que eu fiz na leitura do livro e a segunda, o quinto trabalho do presente projeto sobre a obra de Joaquim Nabuco, Um estadista do império.
http://www.blogdopedroeloi.com.br/2017/08/a-ilusao-americana-eduardo-prado.html
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