Centro Habana é o bairro situado entre o vedado e a Habana Vieja. É um bairro cheio de atrações turísticas e históricas. Ali o guia da Folha indica como atrações o Hotel Inglaterra, o Capitólio, a Real Fábrica de Tabacos Partagás, o Parque de la Fraternidad, o Paseo del Prado, os muros da cidade, o bairro chinês, o Gran Teatro de La Habana, que é o Teatro Alícia Alonso, as igrejas de Angel Custodio e do Sagrado Coração e o memorável Museo de la Revolución, junto com o memorial Granma.
Com Valdemar Reinert prontos para a visita ao museu. Um dos pontos altos da viagem. Uma incursão pela história cubana.
Com Valdemar Reinert prontos para a visita ao museu. Um dos pontos altos da viagem. Uma incursão pela história cubana.
Iniciamos o passeio pelo Museo de La Revolución. O ingresso tem um custo de 8 CUC, muito bem gastos. É um mergulho na história de Cuba. Ele se divide em duas partes, que conforme nos indica o nome, o antes e o depois da Revolução. Para entender bem a Revolução cubana é necessário conhecer um pouco de sua história. Esta se divide em três partes que são o período colonial, o neocolonial e o pós Revolução.
O período colonial é delimitado pelas datas do descobrimento (1492) e a independência da Espanha, em 1898. Como veem, uma independência tardia. Foi imediatamente seguida por uma dominação direta dos Estados Unidos que durou até 1902 e da qual nunca se libertaram completamente antes da Revolução de 1959. A presença da base naval de Guantânamo - e os horríveis presídios ali construídos, tem a sua origem neste período. Em 1959 ocorreu a Revolução, que foi extremamente sangrenta e inimaginável de triunfar se não tivesse havido o enorme apoio popular. Cuba era um quintal dos americanos ricos. Os palacetes do bairro Vedado são um dos claros sinais deste período.
Homenagem aos guerrilheiros da Revolução.
Homenagem aos guerrilheiros da Revolução.
A Revolução Cubana ganhou forma e expressão no dia 26 de julho de 1953, quando os revolucionários tentaram tomar o quartel de Moncada, localizado em Santiago de Cuba. Queriam tomar esta importante fortaleza, um grande instrumento de poder do ditador Fulgêncio Batista. A invasão fracassou e Fidel foi condenado a 15 anos de prisão. Depois, na qualidade de advogado pronunciou a sua autodefesa e foi anistiado, se exilando no México. A sua autodefesa ficou conhecida pela sua frase final: "A história me absolverá". No exílio mexicano reorganizam a Revolução. É neste momento que se integra ao grupo o jovem médico argentino Ernesto Chê Guevara, por mediação de Raul Castro.
Voltam para Cuba na epopeia do iate Granma. Chegarem a Cuba sem naufragarem ou sem serem interceptados parecia impossível. Foram 82 pessoas no barco, em vez de 12, capacidade para a qual o barco fora construído, peso três vezes acima do permitido, pouco combustível, pouca comida e tempestades no mar. O barco foi flagrado pelo governo cubano e o seu aportar foi trágico. Apenas 20 sobreviveram. Este desembarque iniciou o movimento de guerrilhas, deflagradas a partir do oriente, a partir da cidade de Santiago de Cuba.
Um itinerário da Revolução. De Santiago de Cuba até Havana.
Aí começou a guerra de guerrilhas da famosa Sierra Maestra e o avanço para Havana. Importante passo para isso ocorreu na cidade de Santa Clara, quando Chê e Camilo Cienfuegos descarrilaram um trem lotado de soldados de elite e de munições para abastecer a resistência de Batista em Santiago de Cuba. Santa Clara tem hoje um mausoléu verdadeiramente digno para o grande e corajoso comandante. Lá estão os seus restos mortais, junto com os companheiros mortos em Higuera, na Bolívia em 1967.
Depois disso a Revolução praticamente triunfara. Fidel ordena a ocupação de Havana, enquanto, covardemente, o ditador Batista fugia do país, no rumo da República Dominicana. Era o dia primeiro de janeiro. A Revolução triunfara. Tudo isso é mostrado no Museu da Revolução, em sua primeira parte. Mas tem ainda uma segunda parte, que é marcada pela consolidação, pelas dificuldades impostas ao povo cubano pelo governo americano, com a invasão de Girón, pelo Bloqueio Econômico, por interceptações aéreas e outras atrocidades inimagináveis. Também estão as realizações na área de saúde e educação, com destaque para a campanha de erradicação do analfabetismo. Junto ao museu está o memorial Granma.
Hasta la vitória siempre. Patria o Muerte. A despedida de Chê de Fidel - no rumo de novas revoluções.
Procuramos almoçar no restaurante Nardos, uma atração turística a parte. Não tivemos a coragem de enfrentar a fila. Mas no caminho estavam as outras grandes atrações do bairro, todas entre as maiores, como o Prado, uma enorme Rambla que, não sei porque, me fez lembrar a Rambla de Barcelona, sem os seus quiosques e o seu movimento de pessoas, obviamente. Mas a rua é um luxo só.
Do Prado já se avistam três outras grandes atrações. O Capitólio, que imita o de Washington e toma todo o cenário da cidade. Hoje está em restauração, com promessa de reinauguração em dezembro, para abrigar a sede do parlamento cubano. Próximo está também o Gran Teatro de La Habana, do qual falarei mais adiante. Ele está aberto para visitas aos sábados e domingos. Ele também é conhecido pelo nome de Teatro Alícia Alonso. Junto ainda está o Hotel Inglaterra, um dos grandes hotéis da cidade. Representa a arte moura, trazida da cidade de Sevilha. A vista noturna do Teatro Alícia Alonso é simplesmente fantástica.
Vista noturna do Teatro Alícia Alonso. Ao fundo o Capitólio.
Sobraram ainda algumas conversas com Mercedes, a dona da segunda pousada familiar onde ficamos. Ela é médica e tem também cidadania espanhola, já tendo trabalhado na cidade de Vigo. Tem uma filha estudando medicina em Miami.
Rincon de los cretinos no Museu da Revolução.
Embora o post esteja ficando meio longo não posso encerrá-lo sem fazer a referência ao Rincon de los cretinos no Museu da Revolução. Lá figuram quatro pessoas devidamente homenageadas. O primeiro é o ditador Fulgêncio Batista, acompanhado dos seguintes dizeres: Gracias cretino por ayudarnos A HACER LA REVOÇUCIÓN, o segundo é Ronald Reagan, com a seguinte homenagem: Gracias cretino por ayudarnos A FORTALECER LA REVOLUCIÓN, o terceiro é George Bush Sr., agraciado pela frase, Gracias cretino por ayudarnos A CONSOLIDAR LA REVOLUCIÓN e o último homenageado é W. Bush, que aparece na caricatura com um livro de cabeça para baixo e com a seguinte homenagem: Gracias cretino por ayudarnos A HACER IRREVOCABLE EL SOCIALISMO. As frases, além do espanhol, aparecem também em inglês e francês. Uma justa homenagem.
Voltam para Cuba na epopeia do iate Granma. Chegarem a Cuba sem naufragarem ou sem serem interceptados parecia impossível. Foram 82 pessoas no barco, em vez de 12, capacidade para a qual o barco fora construído, peso três vezes acima do permitido, pouco combustível, pouca comida e tempestades no mar. O barco foi flagrado pelo governo cubano e o seu aportar foi trágico. Apenas 20 sobreviveram. Este desembarque iniciou o movimento de guerrilhas, deflagradas a partir do oriente, a partir da cidade de Santiago de Cuba.
Um itinerário da Revolução. De Santiago de Cuba até Havana.
Aí começou a guerra de guerrilhas da famosa Sierra Maestra e o avanço para Havana. Importante passo para isso ocorreu na cidade de Santa Clara, quando Chê e Camilo Cienfuegos descarrilaram um trem lotado de soldados de elite e de munições para abastecer a resistência de Batista em Santiago de Cuba. Santa Clara tem hoje um mausoléu verdadeiramente digno para o grande e corajoso comandante. Lá estão os seus restos mortais, junto com os companheiros mortos em Higuera, na Bolívia em 1967.
Depois disso a Revolução praticamente triunfara. Fidel ordena a ocupação de Havana, enquanto, covardemente, o ditador Batista fugia do país, no rumo da República Dominicana. Era o dia primeiro de janeiro. A Revolução triunfara. Tudo isso é mostrado no Museu da Revolução, em sua primeira parte. Mas tem ainda uma segunda parte, que é marcada pela consolidação, pelas dificuldades impostas ao povo cubano pelo governo americano, com a invasão de Girón, pelo Bloqueio Econômico, por interceptações aéreas e outras atrocidades inimagináveis. Também estão as realizações na área de saúde e educação, com destaque para a campanha de erradicação do analfabetismo. Junto ao museu está o memorial Granma.
Hasta la vitória siempre. Patria o Muerte. A despedida de Chê de Fidel - no rumo de novas revoluções.
Procuramos almoçar no restaurante Nardos, uma atração turística a parte. Não tivemos a coragem de enfrentar a fila. Mas no caminho estavam as outras grandes atrações do bairro, todas entre as maiores, como o Prado, uma enorme Rambla que, não sei porque, me fez lembrar a Rambla de Barcelona, sem os seus quiosques e o seu movimento de pessoas, obviamente. Mas a rua é um luxo só.
Do Prado já se avistam três outras grandes atrações. O Capitólio, que imita o de Washington e toma todo o cenário da cidade. Hoje está em restauração, com promessa de reinauguração em dezembro, para abrigar a sede do parlamento cubano. Próximo está também o Gran Teatro de La Habana, do qual falarei mais adiante. Ele está aberto para visitas aos sábados e domingos. Ele também é conhecido pelo nome de Teatro Alícia Alonso. Junto ainda está o Hotel Inglaterra, um dos grandes hotéis da cidade. Representa a arte moura, trazida da cidade de Sevilha. A vista noturna do Teatro Alícia Alonso é simplesmente fantástica.
Vista noturna do Teatro Alícia Alonso. Ao fundo o Capitólio.
Sobraram ainda algumas conversas com Mercedes, a dona da segunda pousada familiar onde ficamos. Ela é médica e tem também cidadania espanhola, já tendo trabalhado na cidade de Vigo. Tem uma filha estudando medicina em Miami.
Rincon de los cretinos no Museu da Revolução.
Embora o post esteja ficando meio longo não posso encerrá-lo sem fazer a referência ao Rincon de los cretinos no Museu da Revolução. Lá figuram quatro pessoas devidamente homenageadas. O primeiro é o ditador Fulgêncio Batista, acompanhado dos seguintes dizeres: Gracias cretino por ayudarnos A HACER LA REVOÇUCIÓN, o segundo é Ronald Reagan, com a seguinte homenagem: Gracias cretino por ayudarnos A FORTALECER LA REVOLUCIÓN, o terceiro é George Bush Sr., agraciado pela frase, Gracias cretino por ayudarnos A CONSOLIDAR LA REVOLUCIÓN e o último homenageado é W. Bush, que aparece na caricatura com um livro de cabeça para baixo e com a seguinte homenagem: Gracias cretino por ayudarnos A HACER IRREVOCABLE EL SOCIALISMO. As frases, além do espanhol, aparecem também em inglês e francês. Uma justa homenagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário. Depois de moderado ele será liberado.