domingo, 21 de outubro de 2018

Orgulho e Preconceito. Jane Austen.

Um clássico sempre precisa de uma contextualização. Tempo e espaço sempre favorecem a compreensão. Jane Austen nasceu em 1775 em Steventon e morreu em Winchester em 1817, no Reino Unido. Era filha de um pastor e teve que se contentar com os afazeres domésticos. Foi uma escritora precoce. Escreveu os seus romances ainda menina. Orgulho e preconceito apareceu em 1813, antes que Jane completasse 21 anos.


O grande tema do livro não são as revoluções burguesas e suas transformações mas a vida familiar rural da Inglaterra, das famílias poderosas. Era o que Jane Austen, a escritora menina, tinha condições de observar. Ser mulher não era uma condição muito favorável para ser escritora.  Sobre a obsessão pelo tema da família, conta-se que ela teria afirmado, que para escrever, bastaria descrever três ou quatro famílias. O tema mais específico de Orgulho e preconceito é a família que tem filhas para casar. A família Bennet tinha cinco. Elizabeth, ou Lizzy, a segunda é a personagem central do romance.

A primeira frase do romance se tornou famosa e se constitui numa bela introdução ao livro: "É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro, possuidor de uma grande fortuna, deve estar em busca de uma esposa". A grande preocupação de uma família com filhas para casar era a de arrumar marido para elas. Esta tarefa cabia mais diretamente para a mãe. Era o caso específico da sra. Bennet.

A família Bennet, como já sabemos, tinha cinco filhas para casar, a saber: Jane, Elizabeth (Lizzy), Mary, Kitty e Lydia, a mais nova. A família tinha posses, mas essas eram asseguradas apenas enquanto o sr. Bennet estivesse vivo. Eles não filhos homens como herdeiros. Um primo, que seria o herdeiro, se interessou por resolver parte do problema, pedindo Lizzy em casamento. Para decepção e desespero da mãe, Lizzy não quer nem ouvir falar no sr. Collins, o pretendente. Este, incontinente, arruma outro casamento. Lizzy era geniosa.

Para promover os encontros dos quais os casamentos poderiam resultar, aconteciam muitas viagens de férias, chás, jantares e bailes. Assim, em viagem de férias a família Bennet, conheceu o sr. Bingley. Este estava acompanhado por seu amigo, o sr. Darcy. Jane parece ter tido alguma afinidade com Bingley, mas Lizzy detestou o sr. Darcy. O considerava superior e arrogante e dele falou horrores.

A história ganha um novo contorno com a chegada, à aldeia em que moravam, de jovens ligados ao exército. Um deles era o sr. Wickham, extremamente jovial e simpático. Apesar das antipatias, o sr. Darcy alertou Lizzy sobre o seu caráter. O inesperado acontece quando o sr. Wickham  foge com Lydia. A cidadezinha entra em polvorosa. A honra da família estaria manchada para sempre e adeus casamento para as demais filhas. A família se mobiliza em torno de sua busca para fazer os acertos do casamento e assim, salvar a honra. Por fim tudo foi acertado. Bem mais tarde, Lizzy soube da interferência do sr. Darcy, especialmente, na questão dos acertos financeiros.

A história termina com o casamento das duas filhas mais velhas, Jane com o sr. Bingley e de Lizzy com o sr. Darcy. Lentamente ela fora mudando a sua opinião com relação a ele. O sr Darcy explica para Lizzy, que ele, por longo tempo fora filho único, e que apenas bem mais tarde teve uma irmã e, ainda, que teve uma educação toda voltada para se fechar em torno de si mesmo e do poder de seu dinheiro, muito dinheiro. A felicidade sempre era vista como fator absolutamente secundário. Ou melhor, ela era unidimensional, ganhar dinheiro.

A narradora ficou conhecida como uma escritora que se especializou na caracterização dos personagens femininos, descritos em sua profundidade psicológica e com elevadas doses de ironia e sarcasmo. O livro é uma bela crônica dos costumes rurais da Inglaterra do início do século XVIII. Vejamos ainda uma pequena descrição da obra na contracapa do livro:

"O principal tema do livro é contemplado logo na frase inicial, quando Jane Austen menciona que um homem solteiro e de grande fortuna deve ser o desejo de (ter) uma esposa. Com esta citação Jane Austen faz três referências importantes: declara que o foco da trama será os relacionamentos e os casamentos; dá um tom de humor à obra ao falar de maneira inteligente acerca de um tema comum; e prepara o leitor para a caçada de um marido em busca da esposa ideal e de uma mulher perseguindo pretendentes.

O romance retrata a relação entre Elizabeth Bennet (Lizzy) e Fitzwilliam Darcy na Inglaterra do século XVIII. Lizzy possui outras quatro irmãs, nenhuma casada, o que a sra. Bennet, mãe de Lizzy, considera como um absurdo e fonte de grande preocupação. Quando o sr. Bingley, jovem bem sucedido, aluga uma mansão próxima à casa dos Bennet, a sra. Bennet enxerga a possibilidade de arrumar um marido para uma de suas filhas. Enquanto o vizinho é visto com bons olhos, o sr. Darcy é mal falado. Lizzy, em particular, desgosta imensamente dele por ter ferido seu orgulho na primeira vez em que se encontraram. A recíproca não é verdadeira".

O livro, apresentado em 61 pequenos capítulos, além do êxito editorial,foi também um sucesso no cinema. É fácil imaginar.

2 comentários:

  1. Prof.

    Recentemente, descobri seu blog.
    Obrigado por trazer um pouco de luz aos amantes da filosofia.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  2. Lucas Mariano, agradeço muito o seu elogioso comentário. Será para para mim um estímulo para continuar.

    ResponderExcluir

Obrigado pelo comentário. Depois de moderado ele será liberado.