segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Relatos de uma viagem 2. City tour por João Pessoa, litoral sul da Paraíba e um por do sol.

O city tour da Luck Receptivo por João Pessoa é fantástico. Ele começa pelo recolhimento do pessoal nos hotéis da orla marítima e, hoje, também dos flats e apartamentos alugados. Muitas voltas em torno da região do hotel Tambaú, o centro de expansão da orla costeira da cidade. Recolhido o pessoal, já se vai ao encontro da primeira atração, que não é uma atração qualquer. Trata-se do ponto mais oriental do Brasil, o local brasileiro onde o sol nasce por primeiro.
Farol do cabo Branco e o marco do oriente extremo brasileiro.

Tomando o hotel Tambaú como referência, rumamos em direção ao sul, ao Farol do Cabo Branco e a Ponta do Seixas, que é exatamente o ponto mais ao extremo do oriente brasileiro. Pelo caminho, passa-se pelo bairro dos poucos novos e velhos muitos ricos, chamado de altiplano. Os prédios buscam encostar no céu. A guia nos contava que ali os negócios são feitos no cash, à vista. Nada porém é feito fora dos padrões da normalidade brasileira.
Espaço cultural. Cultura, arte e ciência.

Logo a seguir passa-se por um Espaço Cultural, um complexo composto de estação ciência, cultura e artes, desenhado pelo gênio da mente e mão de Oscar Niemeyer. A elevação do mar faz com que o mesmo avance e as suas águas se agitarem na busca por novos espaços. A situação preocupa.Nota-se a presenças de artistas e de obras por toda a parte.
 
Ali fizemos a nossa primeira parada, quero dizer, o ônibus, Nós continuamos a pé, em busca do Farol e do ponto extremo. Na subida um belo parque, onde se vende de tudo, em meio a um belo bosque e estátuas de artistas populares. Ali estão, já repetindo, o Farol do Cabo Branco e o marco do ponto que indica o extremo oriente brasileiro. Um solo de concreções lateríticas está simplesmente ruindo. Vejam bem concreções lateríticas. Eu anotei.
Ponta do Seixas. O ponto extremo, onde o sol nasce por primeiro.

A partir daí, retrocedemos até 1585, ano dos primórdios da cidade. O seu começo não se deu na orla marítima protegida por belas falésias, mas pela entrada dos rios. Do rio Paraíba e pelo seu afluente, o Sanhauá. Às margens deste, tudo começou. Apenas, bem mais tarde, já no século XX, houve a expansão para a costa litorânea. Ali se situa a parte baixa, a região comercial da cidade. Ali fizemos outra parada para visitar o primeiro hotel de luxo da cidade e os seus arredores. Trata-se do hotel Globo, onde se hospedaram ilustres personalidades. Apesar de ser de luxo, os banheiros eram coletivos e se situavam numa área externa. Ali está também a igreja São Frei Pedro Gonçalves.
O Hotel Globo e a igreja de São Frei Pedro Gonçalves. Parte baixa da cidade.

Embarcamos novamente e fomos para a parte alta da cidade, onde se situavam os poderes, com destaque para o grande poder que emanava das igrejas. A parte alta tem o formato de uma cruz. Aos pés desta cruz estavam os padres jesuítas. O seu colégio e instalações são hoje a sede do poder executivo e da Faculdade de Direito. Ali também estão os palácios dos outros poderes, tudo em torno da Praça João Pessoa, o nome mais consagrado no estado e que deu o nome definitivo para a cidade, que começou Nossa Senhora das Neves, depois com um Filipeia anteposto à Nossa Senhora, mais tarde ainda, Frederica e Parahiba para, definitivamente, ser João Pessoa. Na cabeça da cruz está o Centro Cultural São Francisco e nos braços, o convento dos beneditinos e dos carmelitas, este ladeado pelo Palácio Episcopal. Próximo está a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora das Neves.
Palácio do Governo e Faculdade de Direito e o Teatro Santa Roza.

No Centro Cultural São Francisco, mais uma parada e visita guiada, sendo o guia do próprio centro. Um mergulho no barroco, mas um barroco brasileiro, com direito a abacaxis e cajus. Seguramente o maior monumento da cidade, patrimônio histórico cultural nacional. Em frente está a sede da Academia Paraibana de Letras, com homenagem aos seus grandes representantes: José Lins do Rego, Ariano Suassuana, Ciro dos Anjos, entre outros.
O Centro cultural São Francisco.

Depois de um almoço num restaurante comum, não de comida regional, paramos no ponto definitivo do dia. No Mercado de artesanato.

No dia seguinte, de novo com O Luck Receptivo, um passeio pela orla sul. Três paradas. Na praia do Coqueirinho, Tambaba e Praia Bela. Elas se destacam pela beleza natural, com grande destaque para Tambaba, onde se situa a primeira praia naturista do Brasil. Em Praia Bela, deparei com a maior lagosta que já vi ser servida e, por incrível que pareça, também a mais barata. Com os acompanhamentos, a R$ 80,00. Um dia de muita beleza.
Praia do Coqueirinho e Tambaba.

O passeio para ver o por do sol, na praia do Jacaré, teve começo as 14h00 horas. Estranhei. Mas logo compreendi. É uma questão comercial. No pacato se vende um sub pacote de um passeio de catamarã, pelo rio Paraíba, que navega até a chegada do por do sol. Vejam a descrição desta atração, num informe turístico local. "Todos os dias, ao por do sol e sobre uma canoa que flutua nas águas do rio Paraíba, o saxofonista Jurandy do Sax homenageia o crepúsculo tocando o 'Bolero' de Ravel. O espetáculo acontece há mais de 20 anos, a partir das 17h, na praia fluvial do Jacaré, na cidade portuária de Cabedelo, a 18 quilômetros da capital. O local possui bares e restaurantes à beira do rio, além de um centro de artesanato". Jurandy figura no Guinness book.
Jurandy e o bolero de Ravel, violino/sacks e Ave Marias, ao por do sol, na Praia do Jacaré.


João Pessoa tem algo em torno de 800.000 habitantes e muito se orgulha de sua preservação ambiental e bem estar. Destaque ainda para o Parque Sólon de Lucena, o popular e belo Parque da Lagoa, um dos cartões postais da cidade. A cidade merece a sua visita.




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