domingo, 31 de agosto de 2014

Bonito. MS. - Roteiro de uma viagem. O segundo dia.

Depois do café da manhã no hotel Wetiga (Uetirrá), nome indígena Kadiweu, que significa pedra, fomos para o nosso primeiro passeio. O hotel Wetiga, hotel de natureza, foi construído a partir de um conceito, de integração entre a hospedagem, a natureza e a cultura local. As suas colunas principais são de aroeiras mais do que centenárias, enquanto que colunas secundárias são de bálsamo e cabreúva. Estas árvores foram ricamente trabalhadas. Toda a decoração do hotel foi feita a partir da cerâmica indígena local, com destaque para os Kadiweus. Os quadros que ornam as paredes também retratam a cultura indígena e foram pintadas por artista pertencente a família Izumi.
Natureza e cultura regional presentes no hotel. A cerâmica indígena.

O passeio constante do pacote da hospedagem, deve ser a principal atração de Bonito. A gruta do Lago Azul.O acesso é feito por uma estrada de terra, de boa conservação. Na mesma estrada, um pouco antes, estão as grutas de São Miguel e, mais adiante, o Abismo Anhumas. Os passeios, de uma maneira geral, são caros e não incluem o transporte. Este deve ser feito em carro próprio ou então ser pago separadamente.  A visita é feita por grupos, com hora previamente agendada. O passeio dura aproximadamente duas horas. O lago que se forma no fundo da gruta é de encantar. As diversas tonalidades do azul da água é um fenômeno de rara beleza.
Já no interior da gruta, bem no fundo, a maravilha de suas águas azuis.

O passeio ao interior da gruta é feito com todo o cuidado. A descida não é perigosa, mas exige cautela. Pode-se escorregar. Sempre e necessariamente ela é acompanhada de um guia, que além dos cuidados com o grupo, te dá aulas de geografia e de história. Estalactites, estalagmites, milhares de anos, expedições de pesquisadores, achados paleontológicos, minúsculos camarões, calcário, mar, a ilusão de ótica... Tudo isso faz parte das falas do guia. O nosso era muito bom, exigia e cobrava atenção. Se fosse professor, seria daqueles bem exigentes. Era o Li Glauber. O guia também tira fotos do grupo todo e dos grupos menores, que depois podem ser comprados em CD.
Águas maravilhosamente azuis, numa ilusão de ótica maravilhosa. Pesquisadores do mundo inteiro já vasculharam este lugar.

Algumas dicas importantes dadas pelo Li Glauber. O melhor horário para o passeio é o da primeira hora, as 7:00 horas. Isto se dá por causa da magia da luz, dos primeiros raios de sol e a subida de brumas e vapores. A melhor época para a visita é no verão. Mas aí existe o inconveniente da alta temporada. É muita gente. O guia também nos deu importantes dicas para selecionar passeios. A grande atração de Bonito é a água, os rios e as grutas. Dois rios são os principais: O Formoso e o Sucuri. Falei em seleção de passeios, pois as atrações são muitas, em torno de 40, e muitas são, com pequenas variações,  sempre repetitivas, especialmente a dos balneários ou praias.

Na hora do almoço nos encontramos com a Sílvia e o Leo, amigos dos tempos de Umuarama. Sílvia é filha de meus compadre e comadre, Jair e Imeir, de saudosa memória. Hoje eles moram em Campo Grande e possuem uma fazenda em Bodoquena. Conhecem bem a região e foram os nossos guias para o passeio da tarde. O local escolhido foi o Balneário Ilha do Padre, no rio Formoso, por sinal, um lugar muito bonito, com várias cachoeiras, águas límpidas e muitos peixes. Vale a pena entrar na água para um banho na companhia dos peixes.
O balneário da ilha do Padre, no rio Formoso. Cachoeiras e banho rodeado de piraputangas.

Seguem as minhas observações sobre a visita a estes balneários ou praias. Você paga R$ 35,00 de entrada e carrega dinheiro no cartão do ingresso para o eventual consumo. Não existe a menor possibilidade daquela visita rápida, apenas para olhar. São propriedades privadas. Os banhos são a grande atração. Você nada rodeado de piraputangas. Estes passeios são incrivelmente caros, diante do que te oferecem. R$ 35:00 de ingresso é significativo. Nos outros passeios ainda existe o guia ou o canoeiro, que precisam ser pagos. Mas nos balneários, nada. No dia seguinte fomos ao Balneário Municipal, que é público, e deixamos R$ 25:00 de ingresso, cada um.  São olhares e apenas olhares, que custam muito caro.
Outra vista do balneário da ilha do Padre. Uma beleza de encher os olhos.

Após banho e passeio e um breve descanso no hotel, ainda com os nossos amigos, fomos ao Taboa Bar. De novo um bom atendimento e boa música. Uma das marcas do Taboa Bar é marcar a tua visita, ou nas mesas, ou nas paredes. Isso não é apenas permitido, é, inclusive, incentivado. O Taboa é uma marca na cidade de Bonito. Eles tem também a fábrica de sonhos, onde produzem artesanatos, destacando-se a cerâmica e a de taboa, que é uma planta típico de beiras de rio e brejos, de cuja fibra se faz uma artesanato de palhinha. Uma das especialidades do uso da taboa é a de empalhar a cachaça que recebe a marca da empresa e da palhinha.
Um belo artesanato em cerâmica, próprio para tomar caldinhos. Um produto da Taboa.

Depois disso o recolhimento. O dia seguinte nos reservaria um passeio na barra do rio Sucuri, um passeio de barco e flutuação. Uma onda de frio fez a temperatura baixar violentamente. Vivemos clima curitibano na cidade.


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