quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Em Jandaia do Sul. Em busca da "Companheira".

É impressionante a força com que se movimenta o mercado da cachaça. Além do fator econômico, a cachaça é marcada fortemente por traços culturais, de poderes ocultos e transcendentais que a água ardente representa. Borbulhas e vapores, como em Delphos. Hoje ela é também um importante fator turístico. Muitos encontros e feiras movimentam milhares de pessoas, em torno da tal da aguardente.

Minas Gerais e o Rio de Janeiro  são os estados brasileiros que mais marcam a tradição e os negócios da cachaça. São os estados detentores das marcas mais famosas. Uma das formas que produz a fama das marcas é a realização de festivais, que movimentam os produtores, os apreciadores e os especialistas na bebida. A elaboração de rankings ganha cada dia mais sofisticação e mais competitividade. Existem os rankings nacionais e também os estaduais. Ter a marca incluída num ranking é, praticamente, uma certeza de bons negócios.
As modernas instalações do engenho/alambique de Jandaia do Sul. Ali é produzida a Companheira.

Embora o Paraná não tenha uma história e uma tradição tão forte como a do Rio de Janeiro (Paraty) e Minas Gerais (Salinas), os negócios ligados à cachaça já se constituem numa ótima forma de negócios e de ganhar um bom dinheiro. Este mercado tem no Paraná o seu centro de gravitação em torno da cidade de Morretes. Jandaia do Sul, Santa Mariana, Planalto, Francisco Beltrão, Rolândia, Assaí, além de outras, também já figuram neste mapa.

Hoje eu quero falar de uma cachaça produzida em Jandaia do Sul. O alambique está localizado no Km 4 da BR 369, na área rural, na rodovia que liga Jandaia do Sul a Bom Sucesso. O alambique é relativamente novo, datado de 1994. Ele foi o sonho do engenheiro químico Natanael Carli Bonicontro, quando ele ainda trabalhava na Universidade Estadual de Maringá. Hoje, suas filhas tocam o empreendimento e não tem do que se queixar, como conta Sara de Brito Bonicontro, que hoje é a diretora comercial dos negócios da família.
Na loja de venda da cachaça Companheira, dos licores e da linha coquetel. Junto com Sara, a diretora comercial do empreendimento.

A preocupação com um produto de qualidade acompanha o engenho/alambique desde a sua fundação. Além desta preocupação, altos toques de marketing, também estão presentes no empreendimento, especialmente no que se refere ao quesito da beleza da embalagem. As garrafas recebem um artístico design, e assim - Companheira - esta é a marca - começa a ser bebida também com os olhos. Outra estratégia de marketing é a constante participação nos principais eventos que o mercado da cachaça produz. Assim - Companheira - ganha divulgação e a marca, a necessária visibilidade.
Com a minha amiga, professora Maria Inês, presidente do Núcleo Sindical da APP de Mandaguari.

Por ocasião do I Ranking da Cúpula da Cachaça, sobre o qual falarei em outro post, Companheira ganhou o seu maior prêmio de reconhecimento. A Companheira Extra Premium conquistou a sétima posição neste seletivo ranking, no qual foram testadas mais de 250 marcas, após a realização de uma 'consulta popular'. O engenho passa hoje por um processo de modernização em suas instalações, um evidente sinal de prosperidade.

A minha visita ao engenho se deu a partir de uma viagem que fiz a Mandaguari, para ali participar de uma Conferência de Educação, promovida pela APP-Sindicato, pelo núcleo regional desta cidade. Minha amiga e presidente deste núcleo, Maria Inês foi a minha anfitriã. Nas instalações fomos atendidos pela diretora comercial, Sara de Brito Bonicontro.
Duas amostras da Companheira. Uma Extra Premium e outra envelhecida. A Extra Premium alcançou o sétimo lugar, como melhor cachaça do Brasil, no ranking da Cúpula da Cachaça.

Além da cachaça artesanal, no engenho também é produzida uma linha de licores e de coquetel. Na cachaça se distinguem a Extra premium, a Envelhecida, a Emburana e a Prata. Os licores contemplam os de jabuticaba, de jabuticaba com cravo e canela, açaí, pêssego, banana, tangerina, laranja, limão e abacaxi. A linha coquetel ganhou marca própria: Amelinha. Enfim, o engenho/alambique, onde é produzida a Companheira, é um belo recanto, em meio a imensos canaviais e gente que faz o seu trabalho com uma intensa paixão. Foi neste ambiente que eu encontrei, em Jandaia do Sul, uma companheira.

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