segunda-feira, 4 de abril de 2016

Viagem ao Recife. 3. A cidade de Olinda.

Munido de informações e mapas recebidos no posto de informações turísticas da Praça da Boa Viagem, estou no ponto de ônibus a espera da linha 910 que me levaria até o sítio histórico de Olinda, a cidade mais antiga do Brasil, que é Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. E mais um detalhe, é um dos mais bem conservados. O motorista do ônibus foi de extrema gentileza, pois, não apenas me indicou o ponto onde deveria descer, mas quase traçou um roteiro inteiro a ser percorrido.
O mosteiro de São Bento, em Olinda.

Parei num ponto perto de um mercado em reforma e segui as placas de sinalização, da rota do pedestre. Imediatamente me deparei com muita história e com muita cultura e rememoração de meus tempos de formação. Estava em frente ao mosteiro de São Bento, em pleno domingo de ramos. Leio as placas. O mosteiro hospedou a primeira Faculdade de Direito do país, fundada em 11 de agosto de 1827 e instalada já no ano seguinte. A hospedou até o ano de 1854, quando a sua sede foi transferida para o Recife.  Em meio a olhares curiosos eu vi a procissão do domingo de ramos, que seria finalizada com missa e canto gregoriano. Sorvi momentos de profunda paz.

Mas eu precisava seguir. Queria subir a famosa colina para ter aquela vista que fez Duarte Coelho exclamar "Oh, linda situação para se construir uma vida". esta é uma das versões, muito apreciada pelos guias turísticos, para explicar as origens do nome dado à cidade. Eles indicam até o local exato onde a frase teria sido proferida. Versões mais ligadas a história, nos contam que uma cidade portuguesa teria sido a homenageada, ou ainda, a personagem feminina do romance de cavalaria da época, Olinda, de Amadis de Gaula.
Olinda vista do alto, do mirante da caixa d'água.

Para não ter sustos, subi pela ladeira da misericórdia, lembrando de Alceu Valença e o seu canto das ladeiras de Olinda e me imaginei participando do mais famoso carnaval do mundo, brincando adoidado num clube de frevo, maracatu, afoxé, à sombra dos enormes bonecos gigantes. Estes você consegue ver. Estão em permanente exposição. Depois da ladeira da misericórdia, as demais ladeiras não mais assustam. Aí você está no Alto da Sé, com a sua praça, cheia de cantores de repentes, sempre dispostos a cantar elogios, exaltando especialmente a beleza das mulheres e a feliz escolha de seus maridos. Igrejas e lojas de artesanato complementam o cenário.
A famosa ladeira da Misericórdia.

As principais igrejas são as do Mosteiro de São Bento, a igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, a igreja de São Salvador do Mundo, mais conhecida como a Igreja da Sé, que dá o nome a toda essa região mais alta, a da Sé. Esta igreja também dá abrigo a um dos brasileiros mais queridos, o bispo D. Hélder Câmara. Continuando você chega na área franciscana, com o cruzeiro e a igreja de São Francisco de Assis e, continuando a descer, você encontra outra igreja maravilhosa, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Muitos começam o roteiro pelo sítio histórico de Olinda por esta igreja. Aí é só inverter os caminhos.

No alto do Passo da Sé também se encontra o Museu de Arte Sacra, um observatório astronômico, a caixa da água. Nomino esta, por ela estar aparelhada com um elevador, que te leva ao alto, donde você terá a melhor vista panorâmica, de um posto absolutamente privilegiado. De um lado a cidade de Olinda, com seus quase 400.000 habitantes, o seu farol famoso e do outro lado, uma bela visão da não distante cidade do Recife. Olhando para mais perto, as ladeiras e as igrejas. No Passo da Sé também tem um belo restaurante, com comida extremamente bem temperada, o restaurante Sítio das Artes.
Igreja de São Francisco.

Olinda é a terceira cidade mais populosa de Pernambuco e está voltada ao turismo e a prestação de serviços. O seu centro de eventos é um dos mais requisitados do Brasil. Existe todo um calendário de eventos para a cidade. Um folheto turístico nos apresenta o "viver Olinda", nos pondo em contato com o circuito das artes, da fé e das ladeiras. Senti falta daqueles cartões postais que formam livrinhos com as muitas igrejas da cidade. Só no folheto turístico da cidade, são apresentadas  vinte e uma. Por falta de igreja, ninguém deixará de se salvar.

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