terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Pensar Pela Própria Cabeça. Jorge Amado.

Neste final de semana não teve post. Por várias razões. Recebi visitas e me ocupei com outras coisas sobre as quais ainda escreverei. Mas o principal motivo, não vou contar, eu simplesmente vou mostrar e vocês vão avaliar se valeu, ou não, a pena.
Olha os viventes preparando o fogo de chão. Costela da melhor qualidade.

Mas... voltando a literatura. Eu estou na fase de ler memórias. Agora estou lendo as de Jorge Amado. Como ele diz que as suas foram de muito curta navegação, ele as intitulou como Navegação de cabotagem. Apontamentos para um livro de memórias que jamais escreverei. Já separei muita coisa interessante, a partir dele.

Mas uma preciosidade é esta em que ele fala sobre o pensar com a própria cabeça. Todos acham que isso é muito fácil e coisa e tal. Já escrevi sobre o livro de Jonathan Franzen que leva o título de Liberdade. A conclusão a que ele chega é a de que o único de seus inúmeros personagens, que era realmente livre, era um bêbado que não ligava a mínima para a vida. Os outros todos estavam profundamente enredados nos mais diferentes liames da vida, tecidos pela sociedade. Pelo livre pensar se paga um preço muito elevado.
Mas, vejamos Jorge Amado:

Pensar pela própria cabeça custa caro, preço alto. Quem se decidir a fazê-lo será alvo do patrulhamento feroz das ideologias, as de direita e as de esquerda e as volúveis: há de tudo e todas implacáveis. Ver-se-á acusado, xingado, caluniado, renegado, posto no pelourinho, crucificado. Ainda assim vale a pena, seja qual for o pagamento, será barato: a liberdade de pensar pela própria cabeça não tem preço que a pague. Isso se encontra na página 51.

Se você já se manifestou em público, por mínimo que seja, ou se você já tomou posições e atitudes que exigiram uma certa firmeza, você certamente está sabendo do que o Jorge Amado está falando.
Como não é todo dia que se faz uma costela dessas, vai mais uma amostra aqui, junto com o seu artífice, o Paulo, meu vizinho e amigo como poucos.

4 comentários:

  1. Por que vc misturou Jorge Amado com costela é coisa que ainda analisarei com cuidado.
    bj

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  2. Sugiro a leitura das memórias da Zélia Gattai. É muito interessante ver as memórias de Jorge refletidas em Zélia.
    bj
    Suzi

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  3. publiquei isso em meu insta, comemorando 110 anos do nascimento de Jorge Amado. Quero saber tb sobre essa mistura com costela, achei ótimo, aconchegante, familiar, receptivo.

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  4. Igor, é a soma de saber com sabor. Agradeço a sua manifestação. Na preparação da costela fogo de chão, já aperfeiçoamos bastante a tecnologia. Mas voltando ao essencial, Grande Jorge Amado. E que belo livro, que bela navegação.

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