Uma das cenas que mais me emocionou em toda esta viagem foi a saída de barco, do porto de Gênova. É fácil saber o motivo. Pelo porto de Gênova saíram os milhares de emigrantes italianos que vieram para o Brasil. A maioria abandonou a região do Vêneto e saíram da Itália pelo porto de Gênova. Quantos corações partidos dali não saíram. Quantas lágrimas não foram aí derramadas, mas acima de tudo, quantas esperanças não foram ali acalentadas?
Mas uma questão a respeito das migrações italianas é certa. Os emigrantes que vieram para o Brasil saíram do norte da Itália, enquanto que, os que foram para os Estados Unidos, saíram da região sul. A saída do porto foi tocada por fortes emoções, embora eu não seja descendente de italianos.
Emoções na saída do porto de Gênova.
O barco nos levava pela costa da Ligúria, a um dos locais mais exclusivos, privados e refinados da Itália. O lugarejo de Porto Fino, que segundo as estatísticas, tem menos de seiscentos moradores fixos. Novas construções ali, são hoje proibidas. Ali tem residências de verão gente como Berlusconi, os donos da Dolce Gabana e por aí vai... Os preços das grifes do design italiano ali encontram os seus preços mais altos, só pelo gosto de dizer: comprei em Porto Fino. Porto Fino vem da derivação latina Porto Delphinus, ou seja, o porto dos golfinhos. E não deu outra. Eles nos agraciaram com belíssimo show. O barqueiro nosso foi espetacular. Seguiu-os e alimentou-os, prolongando assim o espetáculo.
Vista do belo e exclusivo local de Porto Fino.
O lugar começou a ganhar fama a partir dos anos 60, especialmente com os famosos do "dolce vita" do cinema italiano. Mas, uma ironia. O local se tornou turístico e os famosos não mais o podem frequentar. Não há privacidade. isso não significa que já antes, gente famosa não frequentasse o lugar. Veja o monumento para Petrarca.
Homenagem de Porto Fino para Petrarca.
A visita a Porto Fino foi rápida. O lugar é muito pequeno. Se resume a uma praça, a piazzetta. Por razões óbvias não almoçamos ali. Fizemos isso em Santa Margherita Ligur, outro lugar lindíssimo. Depois seguimos, agora novamente de ônibus, até Milão. Pegamos um engarrafamento. Houve o capotamento de um carro dentro de um túnel. O socorro não demorou muito e prosseguimos viagem. A entrada em Milão foi de um trânsito curitibano de sexta feira de tarde. Um horror. Milão é uma das cidades mais ricas de toda a Europa e uma das maiores concentrações de carro do mundo.
Milão possui em torno de 1.300.000 habitantes e a região metropolitana em torno de 7.500.000. É a capital da Lombardia. A caminho, cruzamos pelo famoso vale do rio Pó, com suas terras fertilíssimas e com as suas enormes plantações de arroz. O turismo de Milão, não é exatamante o de monumentos históricos, embora, o entorno do Duomo. Ele é mais ligado a eventos, com uma das maiores feiras do mundo.
A catedral gótica de Milão.
O Duomo teve o início de sua construção no ano de 1386 e só foi concluída em 1813. Possui 135 pontas agudas, picos de torres, tudo em mármore. É uma das maiores igrejas do mundo. Quando ali passamos, ainda estavam sendo prestadas homenagens fúnebres ao cardeal Martini, falecido uns dias antes. Ele era um dos pontificáveis, quando da escolha de João Paulo II. Se tivesse sido o vencedor, possivelmente os caminhos da igreja não teriam sido tão conservadores.
Junto ao Duomo, na sua Piazza existe também a famosa Galleria Vittório Emanuelle II, que data de 1865. É considerada a primeira grande galeria do mundo e é sabido que as galerias precederam os shopping centers. Milão é a capital internacional do design, especialmente o design de móveis e da moda.
Loja de material esportivo, na famosa Galleria Vittório Emanuelle II, em Milão.
Na famosa galeria visitei uma loja de material esportivo, camisetas de times de futebol... Resolvi comprar uma camiseta do Grêmio. Primeiro veio uma decepção: não tinha. Segundo: uma alegria. Não tinha, porque elas vendem demais. Elas não param na vitrine, são imediatamente vendidas (eu não havia bebido vinho!).
Atravessando a galeria você entra na praça Leonardo da Vinci. Ela é muito bonita e tem muitos monumentos históricos, destacando-se obviamente, uma estátua em sua homenagem.
Monumento em homenagem a Leonardo da Vinci, na praça que leva o seu nome, em Milão.
Nesta mesma praça, do outro lado, situa-se o famoso teatro Alla Scala, um dos cenários musicais mais famosos do mundo, especialmente para receber os músicos da ópera italiana, como Verdi, Puccini e Rossini. O teatro não impressiona pela sua aparência externa. É, no entanto, um dos maiores símbolos musicais do mundo.
Olha a programação do Alla Scala aí!
A construção deste teatro é de 1778. A evolução histórica desta cidade está vinculada aos nomes fortes dos Sforzza e dos Visconti. É outro dos locais vivos das transformações históricas que marcam as origens da sociedade capitalista, junto com Florença, Gênova e Veneza. Ainda, historicamente a cidade está ligada aos nomes de santo Ambrósio e de santo Agostinho. Foi ainda nessa cidade que começou a ascensão de Mussolini e foi também o local de sua morte. Milão é uma cidades mais influentes do mundo, destacando-se para isso, ser ela um grande centro industrial e financeiro e a capital mundial do design. A localização do hotel não nos permitiu qualquer incursão noturna pela cidade.
O castelo dos Sforzza, na cidade de Milão.
O dia seguinte nos levaria à região dos Lagos, muito próximo da Suíça. Locais de beleza inimaginável.
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