Toledo praticamente já foi uma das capitais do mundo, e uma de suas cidades mais cosmopolitas. Lá conviveramm as culturas cristã, muçulmana e judaica. A sua história gira em torno de romanos, visigodos, mouros e depois a dominação cristã. Sua glória começou, quando Afonso VI a declarou capital do reino de Castela. A sua catedral, a catedral primaz começou a ser construída em 1226 e é uma das mais ricamente ornadas do mundo. Começamos a nossa visita parando num mirante. Uma bela visão do que foi uma cidade medieval.
Uma vista ampla de Toledo, a partir de um mirante. O destaque todo é para a sua catedral.
Marcando os horários e os locais para a saída, chegamos a uma fábrica de jóias damasquinadas e de espadas. Vimos o pessoal trabalhando. Ofício que ainda hoje passa de pai para filho. O processo da fabricação das jóias consiste em inscrutar nelas fios de ouro. Quanto às espadas, a sua fabricação é tradicional. Desde tempos imemoriais Toledo se destacou na produção de aços de qualidade. Jóias damasquinadas e espadas são os souvenirs imperdíveis de Toledo.
Um artesão e a produção das jóias damasquinadas.
Essa parte da visita foi um tanto comercial, mas nem por isso deixou de ser interessante. Andamos por Toledo como é recomendado a todos, a pé. Tudo é bonito na cidade, pois tudo é história. O ponto alto é, sem dúvida, a sua catedral, a Catedral Primaz, mas só a vimos em sua parte externa. Coisas de excursão, de estar em turma. Junto da catedral existe também o palácio do bispo, outro ponto de referência. Toledo continua como sede do bispado primaz da Espanha. Um respeito à tradição. Toledo não fica muito distante de Madrid. Uns oitenta quilômetros.
A localização da cidade atendia especificamente aos critérios da segurança. Éla é cercada pelo rio Tejo (Sim, o mesmo rio de Lisboa), por três de seus lados e fica no alto de uma colina, bem forticada pelas suas muralhas. É um dos melhores retratos que se pode ter do que era uma cidade medieval.
Esta foto dá mais ou menos a idéia da fortaleza que era a cidade de Toledo.
A sua decadência começou em 1561, quando o todo poderoso Felipe II transferiu a capital para Madrid. Entre os seus moradores mais ilustres figura o pintor El greco e, por 2,50 euros, você pode ver um de seus quadros mais famosos: O Enterro do Conde de Orgaz.
O local onde está a célebre pintura de El Greco.
A cidade hoje possui em torno de 80.000 habitantes. Almoçamos devidamente, ainda na cidade e voltamos para Madrid, onde deixamos o pessoal que não iria ao El Escorial. Partimos para o outro lado da cidade onde fica este palácio/mosteiro. O nome dele por inteiro é: Palàcio de San Lorenzo de El Escorial, uma visita absolutamente imperdível. No local funciona hoje uma escola, uma universidade e um mosteiro e trabalham neste local mais de cinco mil pessoas.
O Palácio/mosteiro de El Escorial.
O palácio foi construído por Felipe II para comemorar a vitória que ele obteve sobre o rei Henrique III, da França, no dia 10 de agosto de 1557, no dia de São Lourenço, santo da igreja católica, que morreu, literalmente grelhado, neste dia, em Roma, no ano de 258. O palácio é, portanto uma homenagem ao santo, de quem Felipe II se tornou um ardoroso devoto. O palácio é marcado pela sua austeridade. Os aposentos reais cercam o altar pelos fundos. O rei sofria da gota mas não queria perder as cerimônias religiosas. As assistia de sua cama.
Outra vista do palácio El Escorial.
A devoção por parte de Felipe II, para São Lourenço era tanta,que dizem que o palácio foi construído sob o formato de uma grelha. Na verdade o rei quis reproduzir o templo de Salomão, de jerusalém. Creio que do ponto de vista histórico, o mais importante do El Escorial é o Panteon dos reis. Ele se localiza bem debaixo do altar da catedral e ali estão os restos mortais de 26 reis e rainhas, das dinastias dos Bourbons e dos Habsburgos. Ao lado existe ainda o Panteon dos infantes, com 36 nichos.
No caminho para o EL Escorial e já bastante próximo, se vê a partir da estrada uma enorme cruz. Trata-se do Vale de los Caídos. Ali existe uma Basílica - Abadia de Santa Cruz do Vale dos Caídos, mandada construir pelo ditador Franco, entre 1940 e 1958, para enterrar os combatentes "nacionalistas" da guerra civil espanhola. estão ali enterrados 33.872 corpos, mais o do próprio ditador, embora não fosse uma vítima dessa guerra civil.
O guia nos contou que a pretensão de Franco era ser enterrado, mesmo sem nunca ter sido rei, no Panteon Real. Não paramos nesse local, nem para fotografia. O local é visto hoje como um cemitério, onde manifestações de caráter ideológico estão proibidas.
Uma última vista do EL Escorial.
Toledo é realmente linda.
ResponderExcluirSomente a visita à Catedral já valeria a viagem. A riqueza de detalhes que aquele templo tem, é surpreendente. As diversas salas e capelas são fascinantes.
Fascinante, também, é este blog. Parabéns, Pedro Elói. Continue escrevendo desta forma, com esta frequência, que nós agradecemos.
Abraços, Guilherme Werner