Campo Magro é uma extensão da avenida de maior grife de Curitiba, a Avenida Manoel Ribas, do bairro de Santa felicidade. Que chique! É só continuar pela Manoel Ribas, que você chega em Campo Magro. A cidade é uma beleza, ao menos naquilo que eu conheço.
Gosto de frequentar os seus restaurantes aos domingos e quanto mais simples é o local, mais eu gosto. No domingo eu fui lá. O meu local preferido é uma cantina, que, se não me engano, se chama a cantina da Nona. Fica em frente a um bar que já não existe mais, (Ao menos faz tempo que não o vejo aberto) mas que deu o nome para toda a região: o bar da canelinha. Fica na estrada do Campo Novo. Esta estrada é fácil de localizar. É vir pela rodovia do cerne e sair à direita, ali no pinheiro. Não tem erro, porque esse pinheiro fica quase no meio da rodovia do cerne. O pinheiro fica na primeira subida após os motéis. Já estou dando assim outra dica, mas é apenas para oferecer uma localização melhor. Mas, estamos entendidos. Depois dos motéis tem uma subida e depois da subida você vê o pinheiro e aí entra à direita. É à direita mesmo, pois ali se situava o comitê de campanha do candidato à prefeito pelo DEM.
Eu gosto deste lugar, em primeiro lugar pela beleza da paisagem. Nós urbanos nos desacostumamos a ver a natureza. Não conseguimos nem mesmo ver mais uma noite de lua cheia e muito menos um por do sol. Neste local você vê um potreiro junto ao quintal da casa, galinhas fazendo uma barulheira danada e vacas leiteiras pastando e um monte carneiros bem comportados. Desta vez a paisagem estava vestida de primavera, um verde espetacular revestia os campos. Quando estive ali em agosto tudo estava coberto de um amarelo dourado, da palhada do milho já colhido. O outro motivo pelo qual gosto do local é a sua comidinha simples, caseira mesmo, desde a sua produção até um enorme fogão a lenha, onde te aguarda um frango caipira de primeira qualidade. No espeto que é servido à mesa vem porco "pururucado", uma costela de no mínimo seis horas de churrasqueira e uma ovelha muito bem temperada. No domingo teve ervilha torta, ou a "orelha de padre", como também é conhecida, como salada.
Gosto também de ficar ali ouvindo conversa alheia. É a troca de jipe por jipe ou por motos e as aventuras da última trilha. Essas são as conversas mais sérias que ali são ouvidas.
Um pouco antes de chegar a esse local tem outro restaurante um pouco mais chique. Chama-se Panorâmico Poente. Dali se descortina uma das mais belas paisagens de toda a região. Não é por nada que o restaurante se chama Panorâmico Poente. Sua especialidade é a feijoada aos sábados e peixe e frutos do mar aos domingos.
Um outro local espetacular, mas um pouco mais longe, é o Bar do Paulo, junto ao pé do Morro da Palha. Lá você come aquele alcatra enorme em companhia de motoqueiros e jipeiros uniformizados, que vem ou que estão indo para as trilhas. Ali, não sei se é proibido, mas não se ouve falar das oscilações da bolsa de valores, de rendimentos financeiros, de especulação imobiliária e de carros, a não ser dos velhos jipes e motos. Antes de chegar ao Bar do Paulo você já tem a opção de ficar no Pedra Chata e se quiser ir um pouco além você encontrará o Casarão, onde você se serve num belo bufê.
Só mais um lugar bonito e bom de se ir. Ali, além de comida polonesa e uma casinha lindamente pintada e carinhosamente cuidada, você ainda pode andar de charrete com a criançada. Trata-se do Nova Polska. Ia me esquecendo da Cantina Di Bella, na própria rodovia do cerne, onde você é atendido pelo seu proprietário, um argentino que aqui encontrou o seu cantinho para ganhar a vida.
Campo Magro é um município novo. Emancipou-se de Almirante Tamandaré em 1995 e a sua história remonta aos tropeiros que por ali passavam. Em função de passarem por aí muitas vezes no inverno e o gado então emagrecesse, o local ganhou o seu nome de Campo Magro.
Politicamente, Campo Magro é de longe o município mais politizado do país. Ali deve estar a maior concentração de comunistas do mundo, pois ali o PC do B teve candidatura própria e o velho Partidão o PCB ali também teve candidato.Velhos e bravos guerreiros remanecentes que não sucumbiram ao canto do cisne do PPS. E foram votados. O candidato do PC doB fez 2.402 votos, ou 15,75% dos 18.016 eleitores do município. É verdade que estavam coligados com os cristãos do PSC. O Partidão fez um pouco menos: 560 votos, ou 3,67% da votação. O DEM ganhou, mas de acordo com as minhas análises, isso só foi possível, com o apoio dos socialistas do PT, temerosos com o avanço dos comunistas. Questões de brigas entre aqueles que professam ideologias semelhantes. Isso não acontece apenas na França! Embora as correntes trotskistas ainda estejam a caminho de Campo Magro, a ideologização lá é tão forte que os neoliberais do PSDB ficaram em último lugar nessa eleição, perdendo até mesmo para o Partidão. O PSDB fez minguados 396 votos, ou seja 2,6% do total dos votos.
O local ainda é conhecido pelo seu verde e pela sua preocupação ambiental e é área de preservação, o que gera restrições ao seu desenvolvimento industrial. Por isso mesmo existem ali inúmeras pequenas chácaras de lazer, que ao menos por enquanto, ainda estão livres da especulação imobiliária. Muitos curitibanos ali tem chácaras de lazer. Uma delas, talvez a mais bonita, pertence ao técnico de futebol, o Cuca, hoje fazendo sucesso no Atlético Mineiro. Cuca já foi jogador do Grêmio e segundo ele próprio me contou, ele tem um papagaio que canta uma música do Lupicínio Rodrigues, qual seja... aquela do "Até a pé nos iremos"..., o hino do Grêmio.´
Antes de terminar, uma última notícia, em nível de fofoca. É apenas uma reprodução de conversa de bar. Deverá ser convocada uma nova eleição em Campo Magro, já que os dois mais votados não poderão assumir, como me garantiram esses analistas, já antecipando futuras decisões judiciais.
Na outra vez que eu falar de Campo Magro, prometo inserir fotos. Não de políticos, obviamente!
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