sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Diário de uma viagem. Mosteiro da Rábida - Museu das Caravelas - Mértola - Évora - Lisboa.

Hoje é o último dia de nosso Giro Ibérico. Saímos de Sevilha e o destino final seria Lisboa. Uma distância de 500 quilômetros a ser percorrida. O primeiro destino seria Palos de la Frontera, mas antes passamos pelas marismas do rio Guadalquivir. Confesso que recorri ao dicionário - o Aurélio - para ver uma definição bem simples do que seria um marisma. "Terreno alagadiço à beira de mar ou  rio". Isso não seria nada se não se tratasse de estar aí o Parque Nacional Doñana, um santuário ecológico, o mais importante entre a Europa e a África, onde hibernam mais de 300 espécies de aves, algumas delas em fase de extinção. É o último presente do rio, já no seu trajeto final, junto ao oceano Atlântico.
O rio Guadalquivir em Sevilha. Na sua foz ele ainda presenteia o mundo com suas marismas.

Em Palos de la Frontera se situa o Mosteiro de La Rábida, um mosteiro franciscano, que foi de suma importância para as navegações. Era um centro de estudos náuticos. Foi neste mosteiro que Colombo dormiu na noite anterior ao início de sua viagem. Como teria passado esta noite? A importância deste mosteiro para as navegações também se deve à grande amizade existente entre os monges e Colombo. Foram os monges, especialmente um deles, que era o confessor de Isabel, a rainha católica, que convenceu a rainha para que ela recebesse o navegador. Depois de algumas tratativas, tudo foi acertado. Um similar do contrato firmado, pelo qual Colombo receberia 10% de todas as riquezas encontradas, está lá. O original está em Sevilha, no Arquivo das Índias.
Vista do mosteiro de La Rábida em Palos de la Frontera, de fundamental importância para as navegações.

O museu tem as caravelas em miniatura. A Santa Maria, a pinta e a Niña. Cada nau recebeu, respectivamente, 40, 30 e 20 marinheiros. Colombo foi na Santa Maria e voltou na Niña, uma vez que a Santa Maria, naufragou. Uma das tarefas mais difíceis de Colombo foi arrumar tripulação, pois, o seu projeto era considerado inviável. Certos estariam os portugueses, em encontrarem o caminho das Índias costeando a África. Colombo fez um total de quatro viagens e nunca acreditou ter descoberto um novo continente, convencido que estava, de ter chegado às Índias.
Mostra das caravelas no museu do Mosteiro de La Rábida.

De Colombo não se sabe, nem onde nasceu e nem onde está enterrado. Dizem que está na catedral de Sevilha. Lá está a sua tumba. O pouco que lá está, algo em torno de 150 gramas, foi submetido a testes de DNA e se comprovou, que se não são dele, são de parentes próximos. O que está enterrado em Santo Domingo, nunca foi submetido a provas porque as autoridades não o permitem. Ele morreu em Valladolid, amparado pelos seus dois filhos e transladado para Sevilha. A visita a este mosteiro é uma magnífica aula de história. Você está diante de fatos efetivamente ocorridos e comprovados. Do que eu gostei bastante dentro do museu foi uma placa de aviso, condenando por antecipação, a penalidade de excomunhão, àqueles que não devolvessem um livro, tomado junto a sua biblioteca.

Nas proximidades do mosteiro está o museu das caravelas, junto ao local de onde estas efetivamente tinham partido. Lá estão reproduzidas as caravelas em seu tamanho original. As vimos sob todos os ângulos e na loja do museu comprei uma miniatura da Santa Maria. Ao redor do lago onde estão as caravelas existem imagens de índios e produtos que representam o que se comercializava à época. A aula que começara no mosteiro, estava continuando agora, ao ar livre. Foi tudo muito interessante.
Junto ao mosteiro de La Rábida o museu das caravelas. A reprodução das caravelas em seu estado original.

A nossa guia, de Madrid a Sevilha foi a Olga e, de Sevilha a Lisboa. foi a Esther. No começo ela estressou um pouco, por causa de um não acerto com os ponteiros dos relógios. Impôs o dela. Depois ela desestressou. Já no caminho ela nos contava de Portugal e de seu desânimo com relação à crise. Disse que estão cansados e já nem sequer protestam mais. Quanto aos espanhóis, estes são um pouco mais brabos. Os dois países, além da crise econômica, também vivem crises políticas. Portugal quer a antecipação de eleições gerais e a Espanha está envolvida com o seu mensalão. O El País trazia a seguinte manchete: Financiamento de Campanha: O Câncer da Democracia.
No museu das caravelas, uma mostra de produtos comercializados na época.

Atravessamos a fronteira, entrando em Portugal pelo Algarve, continuando pelo Alentejo. Ao final da tarde chegamos em Lisboa. Passamos novamente por Mértola e Évora. Para compensar tudo, nos hospedaram em um hotel cinco estrelas. O nosso voo para Paris saía cedo. O transfer para o aeroporto seria as 6:00 horas e isto não falhou. Os serviços da EuropaMundo são impecáveis. Depois, em outros posts, eu escrevo sobre Paris. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário. Depois de moderado ele será liberado.